sexta-feira, 2 de junho de 2017

Façamos então a nossa parte...





A revolta, a indignação, o inconformismo, a descrença, o desespero, são sentimentos negativos e destrutivos, alimentados por aqueles que não conseguem aceitar e conviver com as situações adversas nas quais estão envolvidos, sejam estas originárias por condições impostas desde o nascimento, sejam por reveses da vida sem que nada possam fazer para evitar, ou meras consequências naturais de suas ações e escolhas.



Quando desta última hipótese, muitos conseguem, mesmo sem aceita-las, de certa forma se conformar porque reconhecem que se tivessem agido de forma diversa, não estariam enfrentando as dificuldades presentes, isso, quando conseguem superar o orgulho e a vaidade, sentimentos que impedem que venham a admitir seus erros e crimes.



Mas, para que isso ocorra, para que aquele que sofre as consequências de seus erros venha a admitir sua equivocada conduta, este precisa antes de tudo, ter conhecimento de outras opções, de outras maneiras de se encarar as situações da vida, que não envolvam a inferioridade de intenções, as paixões, os vícios, fontes naturais de todos os abusos que, ao final, levam a dor, a decepção, ao fracasso, independente de que venha a aspirar para si.



Para que tenha plena capacidade de discernir, de avaliar o erro e o acerto, a positividade e a negatividade, de intenções e escolhas, precisa conhecer os parâmetros que  indiquem o caminho certo a seguir, apesar de que, esta instrução, esta necessidade, não isente em nenhuma circunstância, a parcela e culpa que deve assumir por todos os seus equívocos e desvios de conduta.



Ainda que inúmeras situações em suas origens apresentem atenuantes, justificativas e desculpas, como a educação, a miséria, o ambiente insalubre, o abandono quando criança, os maus exemplos, os excessos de mimos e regalias, entre tantos outros, é certo que todos têm plena capacidade de resistir e reagir quanto as más influências externas ou as más tendências íntimas, se assim desejarem.



Muitos podem até alegar ignorância quanto a postura correta, mas, sem dúvida, se assim o desejassem, a elas tomariam ciência, e quando não o fazem, o motivo maior se origina da falta de esforço e da motivação em procura-las e conhece-las, preferindo, então, ignora-las.



Muitos, em seus erros, culpam a Deus, a sociedade, a religião que a qual pertencia e não satisfez seus anseios, aos mais ou menos aquinhoados, dependendo da adversidade a qual enfrentam, sempre elegendo culpados, ou apresentando justificativas para seus erros, seus fracassos, seus medos, suas dúvidas, seja por sua apatia ou revolta, dependendo do que tem que enfrentar ou da intensidade do sofrimento que o atinge.



Porém, quando nos desviamos do caminho do bem por algum motivo, certo, é que somos sempre os maiores culpados, já que existem, sim, sempre, outras opções, outras escolhas, ainda que dolorosas, ou contrárias aos nossos anseios imediatos, muitas exigindo alta dose de sacrifício ou renúncia, mas todas, plenamente passíveis e possíveis de serem levadas a efeito, se assim, de fato, desejarmos.



Podemos até alegar ignorância sobre informações externas, por não termos tido acesso a educação, a cultura, porém, em contrapartida, apesar de insistirmos em ignorar, todos, sem exceção, teremos sempre os conclames de nossa consciência a nos alertar, porque gravados estão em nós, no íntimo de nossa personalidade eterna, os conceitos básicos do bem, e consequentemente, tudo aquilo que lhe é contrário ou que não esteja de acordo com os seus princípios.



A Doutrina Espírita, em seus preceitos reencarcionistas básicos, vem deixar claro que nossos sofrimentos, nossas adversidades, nossos problemas, quando não explicáveis pelas nossas escolhas atuais, têm suas origens em pretéritas existências, consequências naturais de escolhas tomadas, de dívidas contraídas, de missões escolhidas, entre razões outras plenamente explicadas pelo nosso processo cármico.



Desta forma, devemos levar em conta que o Espiritismo, por seu objetivo macro, veio como Consolador Prometido por Jesus, não só para ratificar a ampliar seus ensinamentos, mas também, acrescentar aquilo que Ele só pode apresentar através de parábolas.



O estudo dos conceitos cristãos deixa claro a nossa responsabilidade e postura como individualidade cósmica, quando afirma que para seguir o Mestre, precisamos carregar a NOSSA própria cruz, contemporizando, porém, ao deixar explícito que seu jugo é suave, e que o fardo a carregar, por mais difícil e pesado, nunca será superior as nossas forças.



Desta forma, para aquele que, de fato, deseja sua renovação e transformação espiritual, o conhecimento esteve está e sempre estará disponível, bastando apenas que tenha a coragem e a determinação de persegui-lo e conhece-lo, recordando que a porta que o levará até ele é estreita, exigindo coragem e disciplina, força de vontade e determinação.



Aquele que sofre e que enfrenta problemas, que passa por um período de instabilidade, seja material, física ou espiritual, deve ter em mente que, como afirmou o apóstolo, o amor cobre uma multidão de pecados, que uma das formas de reverter o quadro em que se encontra é através do trabalho em prol do próximo, da sociedade onde vive, dando menos importância para o que limita suas ações, e mais relevância para o que pode fazer de útil e construtivo, não supervalorizando o que lhe aflige, aprendendo a servir e a ocupar sua mente com o que possa, de fato, algo acrescentar de positivo ao seu estado atual.



É o preferir calar quando nada de proveitoso tiver a falar, não julgando ao irmão do caminho, perdoando e pedindo perdão, buscando sempre auxiliar em vez de depender de auxílio de outrem.



É ser pacífico, lúcido, humilde, caridoso, amoroso, amigo, fundamentalmente, cristão.



É evidente que a dor do próximo, mesmo que mais intensa que a nossa, não fará com que ela desapareça, mas ao reconhecermos que não há privilégios e nem injustiças, que nada é por acaso, que tudo pode ser solucionado e resolvido, talvez não como desejemos, mas, com certeza, como precisamos, a tudo aprenderemos a suportar de forma equilibrada, nos garantindo na dor, no sofrimento, no fracasso, no erro, um seguro aprendizado, uma enriquecedora experiência, para não mais nos deixarmos arrastar pelo desânimo, pela revolta, ou por quaisquer outros sentimentos ou paixões que retardem o nosso processo de transformação espiritual para o bem.



Façamos, então, a nossa parte, no estudo e no trabalho espírita, baseados no conceito máximo do Cristo, de amar ao próximo como a nós mesmos, e a Deus sobre todas as coisas.




Que assim seja! No bem!        


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