Ainda
presos a inferioridade que nos caracteriza a personalidade há séculos, de
acordo com a lei da reencarnação, das vidas sucessivas, facilmente detectada por
ainda hoje nos deixarmos levar por vícios, por paixões degradantes, por
sentimentos negativos, como o orgulho, a vaidade, o egoísmo, o ciúme, a cobiça,
a usura, temos por hábito eleger como prioridade em nossas vidas, como necessidades
inadiáveis, conquistas meramente vinculadas aos prazeres imediatistas, a efemeridade
valorizada pela sociedade a qual fazemos parte e estamos inseridos.
Porém,
se vivemos nesta sociedade, e dela somos membros atuantes, natural, então,
questionar por que seria errôneo aproveitar de suas “vantagens” da melhor forma
que nos é possível e com toda intensidade?
Por
que deveremos considerar inferior a forma de agir focados na conquista de bens
materiais, de posição social, de conforto, de bem estar, de usufruirmos o que a
vida material tem de melhor a nos oferecer se, afinal, dela fazemos parte ativa?
Este
pensamento seria válido se, de fato, a sociedade por inteira vivesse exclusiva,
e unicamente para este objetivo, sem outras opções ou variantes, sendo esta
forma de vida o verdadeiro e único caminho para o sucesso, e a decorrente felicidade.
Mas,
se assim é, por que vemos constantemente aqueles que são mais aquinhoados com
esses valores, enfermos, deprimidos, revoltados, desequilibrados, ao ponto de
até mesmo atentarem contra a própria vida, ou a ela perder, através do uso de
drogas, de medicamentos das mais variadas espécies?
Riqueza,
conforto, possibilidade de participar ativamente de festas, de viagens,
dispondo de tudo que desejar materialmente garante a paz e a felicidade plena e
absoluta?
Sim,
realmente podem vir a garantir, temporariamente, para aqueles que a isso buscam
e que a isso elegem para si como ideal de vida, desde é claro que tenham plena
responsabilidade de conviver sadiamente com todos os dissabores que a riqueza
carrega consigo, assim como devem assumir aqueles que possuem uma vida mais simples
e humilde, já que a felicidade e a infelicidade não dependem unicamente da
classe social, pois a dor e o sofrimento não são privilégios de uma ou de outra.
A
história de nossa humanidade registra incontáveis casos de pessoas que viveram
intensamente sem ter como meta única a conquista de bens materiais, da posição
social ou do poder.
Inúmeros
são os exemplos conhecidos ou anônimos de pessoas que viveram por ideal, por um
sonho, por objetivos totalmente desatrelados das riquezas objetivas e
mensuráveis, como artistas, exploradores, médicos, cientistas em busca da cura
de doenças terríveis, religiosos, voluntários de várias frentes.
Quantos
ao longo da história da civilização humana viveram renunciando aos seus desejos
particulares e imediatos em prol de um ideal maior que beneficiasse ao próximo,
a sociedade onde viviam?
Quantos
não escolhem uma profissão e delas fazem algo muito maior que meramente a fonte
de sua subsistência, dando por vezes a própria vida de acordo com aquilo que optaram
para si, como bombeiros, policiais, soldados, médicos, professores, entre
tantos outros exemplos?
Nada
de errado há em buscarmos garantir nossa estabilidade financeira, em
desfrutarmos o ganho material de nosso trabalho honesto, de aspirarmos galgar
mais altos postos, em buscarmos a diversão sadia, festas, passeios, mas o que
não podemos é condicionar a felicidade a estas conquistas, compreendendo que
esta se encontra onde está o nosso coração, onde nos sentimos bem, onde
encontramos a paz.
Cada
um precisa saber exatamente quais devem ser suas prioridades, de acordo com as
suas necessidades, para que então viva de acordo com aquilo que mais precisa
para encontrar a relativa felicidade que o nosso mundo de provas e expiações
permite, buscando para si os subsídios que o levem a conquista-la.
Infelizmente,
porém, essa é a maior dificuldade ao longo desse nosso longo processo
evolutivo, desde outras existências, a de saber discernir, de forma sincera e
honesta, aquilo que, de fato, precisamos em relação ao que meramente desejamos
com o intuito de satisfazer nossas paixões e nossos instintos inferiores ainda
muito próximos dos sentimentos meramente carnais.
Por
comodismo, por preferirmos ouvir aquilo que satisfaz apenas aos nossos
interesses imediatos, temos por hábito delegar a terceiros determinarem o que
nos trará a felicidade, o bem estar, o equilíbrio, deixando-nos manipular de forma
imperceptível, não nos esforçando para estudar, para conhecer, para questionar,
nos acomodando e nos deixando levar de acordo, não com os nossos interesses e
necessidades, mas por aquilo que queiram nos impor como tal.
Artistas,
líderes religiosos, meios de comunicação, políticos, o nosso chefe, um amigo a
quem admiramos, os nossos pais, inúmeras são as origens que podem fazer com que
desviemos daquilo que somos, nos direcionando a viver de acordo com uma vontade
e um ideal de vida que, na verdade, não é o nosso, que não se identifica com
nossa personalidade e com nossos anseios mais íntimos.
Inúmeras
são as realidades em que vivemos, mas a Verdade é única, e quando nosso ideal
for o de buscar a nossa transformação espiritual, nossa evolução como ser
humano, incontestavelmente, o exemplo maior a seguir é Nosso Amado Mestre Jesus.
Assim,
poderemos buscar o nosso conforto material, nosso objetivo maior poderá ser o
de encontrar a cura para o câncer, fazer o homem chegar a Marte, ou ser um engenheiro,
um cantor, constituir uma família, ser rico, viajar o mundo, trabalhar como
voluntário em um asilo, ser um escritor, ou qualquer outra coisa das inúmeras
que a existência humana nos oferece, mas que acima de tudo sejamos cristãos na
essência que esse sentimento representa, independente que sejamos ou não
religiosos, ou que frequentemos ou não a uma igreja, um templo, um centro
espírita.
Sejamos
na vida o que desejarmos, mas que sejamos do bem, honestos, sinceros, dignos,
pacientes, tolerantes, caridosos, sabendo respeitar as diferenças.
Que
sejamos humildes para perdoar e para pedir perdão, que não julguemos ao próximo
para que este não nos julgue; que busquemos a reconciliação com nossos adversários
enquanto tivermos a oportunidade de a isso fazer; que façamos ao próximo o que
gostaríamos que ele nos fizesse.
Fundamental
se faz que não nos deixemos manipular; que não outorguemos a ninguém o direito
de nos dizer o que é melhor para nós, o que nos trará a felicidade, aprendendo
a analisar nossos sentimentos mais íntimos com base no sentimento cristão, para
que venhamos a desnudar nossas necessidades e desejar unicamente aquilo que vá
de encontro a elas, não bastando assim “querer”, mas “saber querer”, pois, como
disso o apóstolo, tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém.
Para
vivermos em sociedade fundamental se faz que aprendamos a viver como
individualidade!
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