“...não
busqueis o maravilhoso: a sede do milagre pode viciar-vos e perder-vos...”
Muitos,
infelizmente, viciados na forma errônea cristalizada ao longo dos séculos da
concepção religiosa, buscam o Espiritismo atrás de milagres, da solução
instantânea para o seu problema, seja ele físico, material, mental, espiritual,
seu mesmo ou de entes queridos, sempre de acordo com a “lei do menor esforço”,
na espera que os médiuns e os espíritos que os assistem sejam juízes, advogados,
policiais, guarda costas, médicos, conselheiros, oráculos, até mesmo lhes
arranjando empregos compensatórios, matrimônios, vitórias no jogo, etc.
Apegam-se
aos fenômenos, as manifestações espirituais, enaltecem as provas irrefutáveis
as suas vistas, elogiam aos médiuns seguros e produtivos, emocionam-se, quando
prestam a devida atenção, com a palestra edificante, saem reconfortados e
fortalecidos ao receber o passe salutar, e continuam vivendo exatamente como
viviam antes de conhecer os conceitos espíritas, antes de conhecer com mais
profundidade e exemplos, as máximas cristãs, voltam para o seu lar das reuniões
que passaram a frequentar no centro espírita, alimentando em seu íntimo, em
meio aos benefícios que receberam, os mesmos vícios, as mesmas paixões, as
mesmas ilusões e sentimentos negativos que até então escolheram para si como
postura de vida, pouco ou quase nada assimilando das verdadeiras ações que os
levarão ao devido reajustamento íntimo e a reformulação das prioridades que
devem nortear suas existências.
Quem
assim age ao procurar a solução, na religião, dos seus problemas, de suas
dificuldades, seja no Espiritismo ou em outra corrente espiritual, apenas procurando
a solução imediatista de sua aflição, do que lhe constrange ou atrapalha para
atingir seus determinados fins, se conquista o paliativo que busca, após alguns
lampejos de euforia, logo abandona as tarefas para dar prosseguimento em sua
vida “normal”, como se tivesse ido a um pronto socorro para curar a sua dor de
cabeça, e depois de medicado, e algo restabelecido, logo esquece o tratamento,
e, principalmente, da causa que o levou a sentir a dor, o que geralmente, faz
com que em um futuro próximo ou distante, volte a adoecer, enquanto que,
outros, por não conseguirem ao procurar a religião, satisfazer os seus
intentos, se afastam desprezando, criticando, agredindo, difamando, também como
ao enfermo que procurou a cura da sua doença, mas não a teve porque não quis
seguir os conselhos do médico, que iam contra suas necessidades imediatas.
A
Doutrina Espírita, como diversas outras frentes religiosas e espirituais, tem
como lema a caridade, o amor ao próximo, e auxilia, de fato, a todos que a
procuram, ou os que seus adeptos têm condições de ir ao encontro, que necessitam
de auxílio espiritual, físico, material, dentro das possibilidades individuais
de realização de cada casa, de cada grupo.
O
objetivo maior do Espiritismo é levar o conhecimento, os parâmetros que todos
precisamos para a nossa real “cura”, para a realização do nosso real “ideal”,
que é a transformação espiritual, a renovação da forma de se encarar a vida e a
morte, a compreensão dos nossos objetivos macros, aqueles que envolvem nossos
sentimentos mais íntimos, no florescimento daquilo que de mais sagrado todos
trazem dentro de si, que é o amor Divino, ajudando-nos a encontrar o
equilíbrio, a paz, a segurança, o controle sobre o nosso “eu’, nos fortalecendo
assim para que suportemos e superemos qualquer dificuldade de forma natural, com
paciência, tolerância, alegria, trabalhando na causa, na renovação de nossas
prioridades, da nossa forma de encarar a vida, as pessoas e os problemas, nos
mostrando que nossa dificuldade maior é a de compreender o que, de fato,
precisamos para nossa evolução, e não, o que queremos e o que desejamos no imediatismo
de nossa existência.
Aquele
que se aproxima, que procura uma Casa Espírita, precisa saber que lá não
encontrará a solução imediata para os seus problemas, não encontrará a cura
para suas doenças, a solução para suas questões financeiras, o melhoramento do
seu filho rebelde, a comunicação imediata com seu ente querido que desencarnou.
Aquele
que se aproxima de uma casa espírita irá encontrar, se esta realmente basear
sua conduta na pureza doutrinária e nos princípios cristãos, amor, fraternidade,
paz, energias positivas, e um roteiro onde, com estudo, com esforço, com
determinação, com trabalho, poderá conquistar sua renovação, sua transformação
para o bem, poderá entender a razão de seus sofrimentos, de suas dificuldades,
tendo a possibilidade da compreensão das leis divinas da reencarnação, da causa
e efeito, que por si, se bem estudadas, já trazem as repostas sobre quaisquer
questões dolorosas que estejam enfrentando, e o melhor, trazem a certeza que
nenhuma situação constrangedora é eterna, e que dependerá sempre de cada um a
reconquista da paz, do equilíbrio, da verdadeira felicidade.
Podemos
procurar o auxílio para superarmos nossas adversidades em uma casa espírita, e
o encontraremos, de fato, porém, muito provavelmente, não aquilo que desejamos,
mas sim o que precisamos, apoiados que seremos, principalmente, pelos irmãos espirituais
que nunca nos abandonam, e que estão sempre desejosos, em nome do Nosso Amado
Mestre Jesus, em nos guiar na jornada do bem, da paz e do amor, aquela que nos
levará as verdadeiras conquistas para a nossa evolução individual e eterna.
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