Importante
e prioritário, para todo aquele que já compreende sua necessidade individual de
transformação e ascensão espiritual, e também sabe ser a Doutrina Espírita o
Consolador Prometido pelo Mestre Jesus, que veio trazer à humanidade terrestre
a explicação e a expansão de seus conceitos, que se aprofunde no estudo de seus
ensinamentos e exemplos, buscando ampliar seu conhecimento, sua cultura,
ampliando seu horizonte de possibilidades e realizações, que só o conhecimento
proporciona.
O
“estudioso” espírita para se tornar útil dentro de tudo que agrega em sua
personalidade os ensinamentos evangélicos e doutrinários, precisa, necessariamente,
ser também o “trabalhador” espírita, o “pai” espírita, o “marido” espírita, o
“filho” espírita, o “amigo” espírita, o “chefe” espírita, o “subordinado”
espírita, ou seja, em toda e qualquer circunstância de sua atual existência
física, até mesmo nas mais simples situações de seu dia a dia, ele precisa, na
essência conceitual do que o título representa, “ser espírita”.
A
impaciência, a intolerância, o preconceito, o hábito de julgar ao próximo, de
alimentar discussões e conversas estéreis, a preguiça, a presunção, a vaidade,
o egoísmo, o orgulho, o mau humor, a agressividade, a excessiva e, por vezes,
contundente e desastrosa sinceridade, no afã de se tornar um defensor indébito
da justiça, tudo isso nos afasta da postura e do verdadeiro sentido que o
título espírita deve representar, fazendo com que venhamos a nos relacionar com
nossos irmãos do caminho em uma posição contrária daquela que se espera de um
seguidor e tarefeiro do Cristo, onde o conhecimento adquirido se obscurece
pelas ações contrárias e adversas do que ele mesmo representa.
De
nada adiantará anos ou décadas de um esforço heroico e disciplinado para se
estudar e enriquecer nosso conhecimento se não efetivarmos na prática tudo
aquilo que conquistamos como conceito.
De
nada adiantará se após o estudo dos ensinos fundamentais escolares ingressarmos
em uma faculdade de medicina, dispondo de nosso tempo, de nossas riquezas, de
nossas energias, para aprendermos a ser médicos, capazes de auxiliar e curar
nossos irmãos do caminho de suas enfermidades, não nos dispusermos, após concluído
o curso, a trabalhar e a disponibilizar para a sociedade onde estamos inseridos
tudo aquilo que, por empréstimo divino, nos foi facultado conquistar.
Assim,
se nosso objetivo é o de nos renovarmos e transformarmos através do estudo e da
capacitação dos conceitos evangélicos, dos preceitos espíritas, precisamos
compreendê-los em sua essência, não permitindo nos afastar daquilo que eles
representam, deixando-nos dominados por sentimentos inferiores, que obliteram
tudo aquilo que viermos a acrescentar com nosso esforço, não efetivando na
prática o conhecimento adquirido, desperdiçando, desta forma, mais uma oportunidade
de avançarmos em nossa jornada evolutiva.
Muito
será cobrado daquele que muito recebeu, até mesmo a riqueza material adquirida
na Terra, por mais que tenhamos nos esforçado para tal, não passa de mero empréstimo
Divino para que venhamos a crescer e evoluir como individualidade e
coletividade.
Nada
nos pertence, de fato, além de nós mesmos, de nossa mente, das riquezas que
acumularmos espiritualmente, únicos tesouros que nos será permitido levar e carregar
por onde nossos passos nos conduzirem, sejam no plano físico, ou na
continuidade infinita do nosso caminho espiritual.
Ser
Espírita não é meramente um título, uma denominação, é um estado íntimo,
representa toda uma evolução, uma renovação, uma transformação, é uma
responsabilidade assumida com a própria consciência e com Deus, onde o bem
deverá ser sempre prioridade, e o amor e a paz as bandeiras a serem erguidas
sem fatores condicionantes, sem imposições, mas sim, em toda a pureza que representam,
para que o Cristo reviva em cada passo que dermos no caminho, em cada escolha,
em cada decisão, não mais nos permitindo deixar dominar pelos mesmos
sentimentos inferiores, pelos mesmos vícios, pelas mesmas paixões degradantes,
que por séculos, em menor ou maior intensidade, indevidamente alimentamos.
O
estudo aprofundado das obras básicas da codificação, assim como de todas as
obras que vieram a complementar, é de fundamental importância para que a nossa
fé e a nossa religiosidade, estejam baseadas na mais pura razão, longe do
dogmatismo e do fanatismo que acabam por obscurecer o que de mais puro os
conceitos e preceitos cristãos tem a nos ofertar, como fatores construtivos à
nossa personalidade.
Aprender
a discernir, a separar o joio do trigo, ampliando nossa visão, nossa
capacitação, nos protegendo contra os excessos e as confusões geradas muitas
vezes por obras literárias ou estudos sobre a doutrina que não se baseiam na
verdade, ou que não passem ainda de meras suposições, não nos deixando enredar
por mirabolantes teorias que acabam por nos afastar do principal objetivo ao
qual, todos temos que nos ater, que vem a ser a transformação espiritual para o
bem, e esta passa, essencialmente, pela renovação de nossos sentimentos, aliada
a conquista intelectual e cultural que o aprendizado teórico nos oferece.
Estudar
e trabalhar visando o nosso melhoramento íntimo, lutando diariamente para não
mais alimentarmos vícios e posturas que não condizem que aquilo que visamos
para nós, unindo a teoria à prática, cientes que somos ainda falhos, mas que
temos plenas condições de nos corrigir, de não mais errar, sabendo que a
responsabilidade de quem já sabe distinguir o certo do errado, o que nos fará
avançar e o que nos fará permanecer estacionários, é muito maior da que
ostentam os irmãos que ainda deliberadamente se prendem a inferioridade de
sentimentos e de atitudes.
Sem
dúvida, o preço é alto para quem quer crescer, evoluir, assim é, nos mais
comezinhos compromissos que assumimos durante nossa jornada diária, quanto mais
queremos crescer, maiores serão nossas responsabilidades, e maior será a
cobrança, sendo, da mesma forma, maiores e mais graves as consequências
dolorosas que teremos que suportar caso venhamos a falhar ou a não realizar
condignamente aquilo a qual nos propusermos.
Quem
quer crescer tem que assumir riscos e responsabilidades, tem que se esforçar,
tem que ter foco, disciplina, vontade, onde o suor e a renúncia a efemeridade
de prazeres imediatos, levará à alegria e o prazer imensurável da vitória
íntima sobre os desafios assumidos, a recompensa de conquistar sonhos, realizar
objetivos, felicidade maior, quando estes visem o bem individual e coletivo,
quando se baseiem nos conceitos cristãos, quando sejam honestos, dignos, leais,
éticos, quando tenham como sentimento determinante o Amor.
Cabe
a nós traçarmos o nosso destino, as conquistas são franqueadas a todos, sem
exceção, pela Justiça e Bondade Divina, onde a cada um será sempre dado
conforme as suas obras.
Saibamos
construir nosso edifício na argamassa do bem, saibamos angariar para nós o
arrimo e a companhia dos benfeitores espirituais, daqueles que nos amam, que já
venceram a si mesmos, e que acreditam em nossa capacidade de vencer e de
acompanha-los na infinita possibilidade de estudo e trabalho que o Universo
Cósmico nos oferece.
Façamos
por merecer a confiança e sigamos sempre em frente, com a Graça de DEUS.
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