quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Ainda sobre ser espírita...




Importante e prioritário, para todo aquele que já compreende sua necessidade individual de transformação e ascensão espiritual, e também sabe ser a Doutrina Espírita o Consolador Prometido pelo Mestre Jesus, que veio trazer à humanidade terrestre a explicação e a expansão de seus conceitos, que se aprofunde no estudo de seus ensinamentos e exemplos, buscando ampliar seu conhecimento, sua cultura, ampliando seu horizonte de possibilidades e realizações, que só o conhecimento proporciona.


O “estudioso” espírita para se tornar útil dentro de tudo que agrega em sua personalidade os ensinamentos evangélicos e doutrinários, precisa, necessariamente, ser também o “trabalhador” espírita, o “pai” espírita, o “marido” espírita, o “filho” espírita, o “amigo” espírita, o “chefe” espírita, o “subordinado” espírita, ou seja, em toda e qualquer circunstância de sua atual existência física, até mesmo nas mais simples situações de seu dia a dia, ele precisa, na essência conceitual do que o título representa, “ser espírita”.


A impaciência, a intolerância, o preconceito, o hábito de julgar ao próximo, de alimentar discussões e conversas estéreis, a preguiça, a presunção, a vaidade, o egoísmo, o orgulho, o mau humor, a agressividade, a excessiva e, por vezes, contundente e desastrosa sinceridade, no afã de se tornar um defensor indébito da justiça, tudo isso nos afasta da postura e do verdadeiro sentido que o título espírita deve representar, fazendo com que venhamos a nos relacionar com nossos irmãos do caminho em uma posição contrária daquela que se espera de um seguidor e tarefeiro do Cristo, onde o conhecimento adquirido se obscurece pelas ações contrárias e adversas do que ele mesmo representa.


De nada adiantará anos ou décadas de um esforço heroico e disciplinado para se estudar e enriquecer nosso conhecimento se não efetivarmos na prática tudo aquilo que conquistamos como conceito.


De nada adiantará se após o estudo dos ensinos fundamentais escolares ingressarmos em uma faculdade de medicina, dispondo de nosso tempo, de nossas riquezas, de nossas energias, para aprendermos a ser médicos, capazes de auxiliar e curar nossos irmãos do caminho de suas enfermidades, não nos dispusermos, após concluído o curso, a trabalhar e a disponibilizar para a sociedade onde estamos inseridos tudo aquilo que, por empréstimo divino, nos foi facultado conquistar.


Assim, se nosso objetivo é o de nos renovarmos e transformarmos através do estudo e da capacitação dos conceitos evangélicos, dos preceitos espíritas, precisamos compreendê-los em sua essência, não permitindo nos afastar daquilo que eles representam, deixando-nos dominados por sentimentos inferiores, que obliteram tudo aquilo que viermos a acrescentar com nosso esforço, não efetivando na prática o conhecimento adquirido, desperdiçando, desta forma, mais uma oportunidade de avançarmos em nossa jornada evolutiva.


Muito será cobrado daquele que muito recebeu, até mesmo a riqueza material adquirida na Terra, por mais que tenhamos nos esforçado para tal, não passa de mero empréstimo Divino para que venhamos a crescer e evoluir como individualidade e coletividade.
Nada nos pertence, de fato, além de nós mesmos, de nossa mente, das riquezas que acumularmos espiritualmente, únicos tesouros que nos será permitido levar e carregar por onde nossos passos nos conduzirem, sejam no plano físico, ou na continuidade infinita do nosso caminho espiritual.


Ser Espírita não é meramente um título, uma denominação, é um estado íntimo, representa toda uma evolução, uma renovação, uma transformação, é uma responsabilidade assumida com a própria consciência e com Deus, onde o bem deverá ser sempre prioridade, e o amor e a paz as bandeiras a serem erguidas sem fatores condicionantes, sem imposições, mas sim, em toda a pureza que representam, para que o Cristo reviva em cada passo que dermos no caminho, em cada escolha, em cada decisão, não mais nos permitindo deixar dominar pelos mesmos sentimentos inferiores, pelos mesmos vícios, pelas mesmas paixões degradantes, que por séculos, em menor ou maior intensidade, indevidamente alimentamos.


O estudo aprofundado das obras básicas da codificação, assim como de todas as obras que vieram a complementar, é de fundamental importância para que a nossa fé e a nossa religiosidade, estejam baseadas na mais pura razão, longe do dogmatismo e do fanatismo que acabam por obscurecer o que de mais puro os conceitos e preceitos cristãos tem a nos ofertar, como fatores construtivos à nossa personalidade.


Aprender a discernir, a separar o joio do trigo, ampliando nossa visão, nossa capacitação, nos protegendo contra os excessos e as confusões geradas muitas vezes por obras literárias ou estudos sobre a doutrina que não se baseiam na verdade, ou que não passem ainda de meras suposições, não nos deixando enredar por mirabolantes teorias que acabam por nos afastar do principal objetivo ao qual, todos temos que nos ater, que vem a ser a transformação espiritual para o bem, e esta passa, essencialmente, pela renovação de nossos sentimentos, aliada a conquista intelectual e cultural que o aprendizado teórico nos oferece.


Estudar e trabalhar visando o nosso melhoramento íntimo, lutando diariamente para não mais alimentarmos vícios e posturas que não condizem que aquilo que visamos para nós, unindo a teoria à prática, cientes que somos ainda falhos, mas que temos plenas condições de nos corrigir, de não mais errar, sabendo que a responsabilidade de quem já sabe distinguir o certo do errado, o que nos fará avançar e o que nos fará permanecer estacionários, é muito maior da que ostentam os irmãos que ainda deliberadamente se prendem a inferioridade de sentimentos e de atitudes.


Sem dúvida, o preço é alto para quem quer crescer, evoluir, assim é, nos mais comezinhos compromissos que assumimos durante nossa jornada diária, quanto mais queremos crescer, maiores serão nossas responsabilidades, e maior será a cobrança, sendo, da mesma forma, maiores e mais graves as consequências dolorosas que teremos que suportar caso venhamos a falhar ou a não realizar condignamente aquilo a qual nos propusermos.


Quem quer crescer tem que assumir riscos e responsabilidades, tem que se esforçar, tem que ter foco, disciplina, vontade, onde o suor e a renúncia a efemeridade de prazeres imediatos, levará à alegria e o prazer imensurável da vitória íntima sobre os desafios assumidos, a recompensa de conquistar sonhos, realizar objetivos, felicidade maior, quando estes visem o bem individual e coletivo, quando se baseiem nos conceitos cristãos, quando sejam honestos, dignos, leais, éticos, quando tenham como sentimento determinante o Amor.


Cabe a nós traçarmos o nosso destino, as conquistas são franqueadas a todos, sem exceção, pela Justiça e Bondade Divina, onde a cada um será sempre dado conforme as suas obras.


Saibamos construir nosso edifício na argamassa do bem, saibamos angariar para nós o arrimo e a companhia dos benfeitores espirituais, daqueles que nos amam, que já venceram a si mesmos, e que acreditam em nossa capacidade de vencer e de acompanha-los na infinita possibilidade de estudo e trabalho que o Universo Cósmico nos oferece.
Façamos por merecer a confiança e sigamos sempre em frente, com a Graça de DEUS. 

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