"...não existe homem, encarnado ou desencarnado, por
mais envolvido, por mais dominado por suas paixões, por seus instintos
inferiores, que não possua algo ou alguém a quem ele respeite, a quem ele ame,
a quem ele tudo faça para ajudar, para não magoar, para auxiliar a ser feliz,
pois, apesar da dura couraça que reveste seu coração já há inúmeras
existências, ele traz em si o mesmo sentimento, o mesmo destino, o mesmo objetivo
final que o mais puro dos espíritos almeja, porque Deus, assim criou todos nós,
deixando-nos a capacidade de escolha para determinarmos apenas, o caminho e o
tempo que este trajeto evolutivo irá durar..."
"...ser bom, ser cristão, ser espírita, não nos dá o
direito a prêmios. Ser bom é obrigação, não estamos fazendo favor a ninguém em
sermos honestos, dignos, pacientes, tolerantes, humildes, prestativos. Nascemos
para amar, para conquistarmos, a paz, a felicidade, a harmonia, a irmandade
entre todos que cruzarem nosso caminho, não nascemos para julgar a ninguém,
para condenar, para criticar, para delatar, nascemos para praticar a caridade,
a benevolência e compreender as diferenças que formam nossas personalidades,
nossos costumes, nossa cultura e respeitar cada um como ele é, mesmo que não
concordemos..."
"...só vence a batalha quem se dispõe a lutar, quem
estuda, quem trabalha, aqueles que reconhecem seus erros, suas falhas, suas
dificuldades, que são humildes o suficiente para compreender suas limitações e
que lutam para superá-las, cientes da necessidade do auxilio por parte daqueles
que lhes são superiores e que os amam, os estimam e confiam que serão capazes
de vencer, de melhorar, de alçar a novas fases em suas jornadas evolutivas..."
"...um dos passos mais importantes para conseguirmos
manter nosso desejo de transformação é sabermos diagnosticar o que mais
dificulta nosso progresso evolutivo, qual sentimento, qual parte de nossa
personalidade é ainda mais refratária a mudança, a transformação, qual
sentimento inferior ainda não conseguimos completamente dominar e que ainda nos
afeta quanto as nossas decisões e ações, o quanto ainda cria de situações contrárias
a nova postura que decidimos e escolhemos seguir. Antigos vícios que ainda
fazem pressão, que ainda nos fazem tremer, fraquejar, atitudes íntimas, pensamentos
obtusos, ações aparentemente sem importância, mais que ainda mantém vivo dentro
de nós a inferioridade que tanto nos prejudica há séculos de lutas e fracassos..."
"...Deus é só Amor, Ele não julga, não condena e nos da
total liberdade para determinar e escolher o caminho que queremos seguir para
nossas conquistas e quais são as prioridades para nós, respeitando nosso
livre-arbítrio, porém, permitindo sempre que nossos benfeitores espirituais nos
sigam de perto e tudo façam para o nosso despertar.
Mesmo com tudo isso, temos que levar em conta que o
ser humano busca invariavelmente o caminho mais fácil para conquistar o que
deseja, o que lhe de menos trabalho, o que lhe requer menor esforço. Muitos até
desistem de tarefas, de objetivos, de conquistas, porque percebem que isso lhes
custará muito tempo, muita energia, muito desgaste, preferindo, por comodismo,
continuar na mesma situação em que está ou parte a procura de algo mais
simples, que não gere tanto trabalho, tanta responsabilidade, tanta preocupação.
Esta fuga do esforço individual é que faz com que
muitos se tornem parias na sociedade, preferindo pedir, roubar, enganar,
entregando-se as forças do destino, desistindo de lutar, de resistir, buscam no
comodismo, na indiferença prosseguirem sua vida, passam a considerar os outros
como seus devedores, acham serem merecedores de auxílio e que os mais
afortunados tem obrigação de lhes sustentarem e atenderem seus anseios..."
"...é muito fácil ao ser perguntado, respondermos que
somos espíritas, sentindo até certo orgulho, um “que” de superioridade aflora
na resposta. Difícil, na verdade, é realmente “sermos” espíritas, o que não se
conquista só por frequentar um centro, por ler todas as obras importantes da
Doutrina, por ter todos os ensinamentos devidamente compreendidos e
assimilados, não só por ser médium, por proferir uma palestra, por doutrinar um
espírito sofredor, mas, também por perdoar a quem nos ofende, por não alimentar
a vaidade em nossos filhos e em nós mesmos, por não ter vícios, por não perder
tempo com atividades que despertam nossos sentimentos inferiores, por amar ao
próximo como a nos mesmos, por praticar a caridade da palavra, da ação, do
pensamento, do silêncio, por não julgar a ninguém, por aceitar cada um como é.
Ser espírita é compreender que não somos melhor que
ninguém, que se formos preteridos em alguma situação na tarefa a que nos
propomos realizar, participar, aprender a compreender que não somos os melhores,
que não somos os únicos que podem e sabem realiza-la e que não somos indispensáveis
ou insubstituíveis. Que as tarefas espíritas são responsabilidades de todos, e
que na Doutrina não há lugar para melindres, ciúmes, magoas, protestos, inveja,
cobiça..."
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