O
homem, mesmo que não perceba, é levado irresistivelmente para frente, para
cima, para evoluir, para que não estagne, mantendo-se sempre em movimento
constante, contínuo, ainda que lento, mesmo que em certos períodos de forma
quase imperceptível, ele avança, principalmente no que se refere ao seu
progresso intelectual e moral.
Através
das mais diversas formas, se sente atraído, motivado, dominado por uma
constante insatisfação com o que tem, antevendo intuitivamente ao que pode vir
a ter, a conquistar, considerando sempre que pode ter mais, que poderá estar em
melhores condições, buscando a princípio ao que lhe agrada ao tato, a
praticidade, ao conforto, ao produtivo, ainda que na maioria das vezes, por seu
atual estágio evolutivo, algo se perca nos excessos, liderando suas prioridades
pela vaidade, pelo orgulho, pela ambição desvirtuada, pela cobiça, pela usura, e
ainda assim, mesmo que de forma não ortodoxa, ele anseia por sua melhoria, e a
ela busca, questionando a vida, crescendo, subindo, avançando.
Dentro
desta lei natural da evolução humana, da evolução do nosso planeta, o objetivo
cristão, espírita, não é fazer com que o homem se torne humilde ao ponto de não
ambicionar, de não ansiar novos desafios, a melhoras individuais, mas sim, o de
direcionar esta ambição, este desejo evolutivo, para a conquista definitiva dos
reais valores da existência humana, da existência espiritual, os valores
morais, os valores das forças positivas do universo, os valores do bem.
Todos
nós podemos e devemos lutar para conquistar, no plano físico, o melhor para nós
no que se refere ao conforto, ao equilíbrio financeiro, ao que nossa sociedade
oferece de modernidade, de estabilidade, porém, de nada adiantará para nossa
real evolução estas conquistas, se não agirmos com moralidade, com ética, com
respeito, com sobriedade, com carinho, com bondade, com amor, não vinculando
nosso desejo evolutivo apenas nas conquistas materiais, mas sim, moldando-as de
acordo com os parâmetros que formam as conquistas espirituais, de acordo com os
conceitos cristãos.
Podemos
viver bem, materialmente, dentro das normas e padrões da nossa sociedade, mas
sem nos deixar dominar por excessos.
Poderemos
viver tranquilamente ter um iate ou uma bicicleta, mas temos que ter a consciência que não devemos,
para nossa própria evolução, viver, em nenhuma hipótese, sem honestidade.
Poderemos
morar em uma cobertura ou um barraco, mas de nada adiantará se em nosso coração não residir a
humildade.
Poderemos
ambicionar ser o todo poderoso do mundo dos negócios, ou termos um comércio no nosso bairro, mas não podemos nos conformar
se para isso nos oferecem um caminho onde só esteja presente a má fé, o dolo, o
crime.
Poderemos
almejar e conquistar o que de mais alto a vida física pode nos oferecer, mas se
não a condicionarmos no bem, não teremos uma base segura, e sem a estrutura básica
de sustentação, a tendência de qualquer edifício, por mais belo que seja, é
mais cedo ou mais tarde desmoronar, ruir, nos arrastando novamente para baixo.
Nossa
ambição precisa, principalmente, estar direcionada para nossa evolução íntima,
devemos ambicionar ser justos, bondosos, caridosos, tolerantes, pacientes, devemos
ambicionar alcançar a posição daquele que perdoa naturalmente as ofensas, que
compreende e aceita as diferenças, que não julga ao próximo, mas não se
incomoda se estiver sendo julgado, que releva as dificuldades alheias, porque
sabe que também constantemente precisa lutar para vencer e superar as suas,
precisamos ambicionar atingir ao estágio daqueles que nos servem de exemplo, de
parâmetro, por sua vida de lutas, de sacrifícios, de disciplina, de foco, de
conquistas morais e espirituais.
Se
o universo é infinito, também é infinita nossa capacidade de evoluir, de
crescer, assim como também são infinitas as possibilidades de conhecimento, nos
fazendo ver por nossa pequenez, o quanto ainda temos à percorrer, a adquirir, a
acumular, das riquezas disponibilizadas pela bondade divina à todo aquele que não
se conforma com o que tem, aquele que ambiciona sempre mais, sempre o melhor, o
mais difícil, o que mais instiga, o que mais provoca e põe a prova sua
capacidade intelectual, produtiva, realizadora.
Este
crescimento, entretanto, se é naturalmente individual, dependendo basicamente
da vontade e do esforço de cada um, tem por base fundamental o amor, e desta forma,
torna-se também, elementarmente natural, que nos unamos para que auxiliemos uns
aos outros nesta longa caminhada rumo a evolução, o mais forte amparando ao
mais fraco, o mais capaz ao incapaz, o são ao enfermo, interligando a todos no
mesmo objetivo, a perfeição, alavancando o todo, o coletivo, para que evoluamos
continuamente, próximos, para que sejam mantidos os vínculos, e para que sejam formados
outros, imersos neste Amor infinito que é Deus, como deve ser, como será.
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