quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

"Do Amor nunca é demais falar..."








Para que possamos afirmar de forma pura e sincera que amamos e confiamos em alguém, de acordo com a essência que estes sentimentos representam, precisaremos já ter caminhado por um bom período entre diversas experiências reencarnatórias, aprendendo e assimilando, lutando contra nossos sentimentos e instintos inferiores, superando a influência, quando desequilibrada e negativa, do sexo e das efêmeras e ilusórias paixões.

Ainda tendo o Amor Puro, como parâmetro, poucos são os que, em nossa atual humanidade terrestre, podem categoricamente declarar que ame a outro ser e que nele confie completamente, e isto, nos mais diversos tipos de relacionamentos afetivos em que o amor deve estar presente, como entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, amigos, etc.

Isso ocorre, principalmente, porque o amor em sua pureza e a confiança plena e segura precisam, para coexistir, se sobrepor e superar à outros sentimentos que ainda dominam, em menores ou maiores proporções, a todos nós, distantes que estamos de erradica-los de forma absoluta de nosso íntimo, dos nossos mais secretos anseios e desejos, que são: o egoísmo e o orgulho!

Ainda tratamos o Amor como posse, confiança como obrigação, como imposição; queremos dominar e comandar àquele a quem dizemos amar e confiar, exigindo que se porte exatamente como desejamos, como consideramos ser o adequado a nossa forma de viver um relacionamento, sendo, inclusive, em algumas oportunidades, tal a nossa submissão íntima ao egoísmo, que a forma que desejamos ser tratados é a oposta como a qual o tratamos, ou seja, desejamos submissão, mas não somos submissos, controlamos os passos, mas queremos liberdade plena, clamamos por fidelidade, mas buscamos outras companhias, entre tantas outras discrepâncias do que queremos em relação ao que fazemos, tal o desequilíbrio que os sentimentos inferiores que nos dominam produzem

O verdadeiro e puro amor, em si, já carrega a confiança plena e total, sem nada impor, sem nada exigir, sem nada questionar; em sua plenitude, ele compreende as diferenças, as limitações; ele sabe das possibilidades de erros e acertos, ele é perdão em sua essência; o puro amor sabe que tem o tempo à seu favor, que tudo se resolverá, que o destino final é a união; ele não apressa, não sofre, não faz sofrer; o puro amor é amizade, é solidariedade, é fraternidade, é renúncia, é luz eterna e própria; o verdadeiro amor é refrigério, é remédio para a alma, ele cura, trata, refresca; quem ama em toda sua essência e pureza é cúmplice, sabe esperar, sabe plantar para colher, vive o presente com a certeza que o futuro lhe reserva a paz, a concórdia, o conhecimento, a felicidade.

O Puro Amor é aquele que Jesus Cristo veio ensinar, vivenciar e exemplificar em sua passagem pela Terra, Ele Amou seus pais e seus irmãos; Ele Amou aos seus apóstolos e aos que o seguiram; Ele Amou aos que o contradiziam e tentavam o fazer falir; Ele Amou a quem o traiu; Ele amou a quem o ofendeu, o agrediu, o crucificou.

Mesmo tendo injustamente sofrido, sua última palavra ainda foi por nós, ainda foi para que o Pai nos perdoasse, porque apesar de tudo, a sua confiança na humanidade terrestre não foi abalada, porque sabia Ele que o futuro e o tempo nos trariam a aceitação e a submissão de tudo aquilo que veio nos ensinar, nos exemplificar, sabia que ainda não estávamos plenamente aptos a compreendê-lo, mas que suas sementes um dia iriam frutificar.

Está, talvez, na hora, de pararmos de considerar o Mestre como uma figura mitológica, lendária, de o colocarmos em um pedestal inatingível, porque Ele veio até nós como um irmão maior, veio para nos servir de exemplo, deixando claro que a superioridade que Ele atingiu nos é franqueada, nos é possível conquistar, mas que para isso temos que caminhar, que avançar, que lutar, precisamos estudar, trabalhar, viver as nossas existências físicas e espirituais focados e disciplinados em realizar o nosso melhor no bem, que precisamos alijar as cargas negativas que acumulamos por séculos, por vidas, e que para isso depende e dependerá sempre de nós.

Olhando pela janela, olhando o sol, que possamos pensar, bem, hoje é um bom dia para começar.

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