Mesmo
não sendo o período de tempo de sofrimento e resgate idêntico ao que
levianamente desperdiçamos nos chafurdando nos erros e gerando nossos débitos,
ao tempo que levamos entregues aos vícios, as paixões degradantes, pois a força
regenerativa do bem é sempre mais incisiva e atuante quando dela nos permitimos
utilizar em nossa renovação e transformação, quanto mais nos entregarmos ao
mal, ao erro, quanto mais afundarmos, mais difícil se tornará a caminhada rumo
ao reequilíbrio, e ao total domínio sobre nossa individualidade, nosso poder de
discernimento, nosso uso do livre-arbítrio.
Temos
sempre a liberdade de tomar nossas decisões e escolhas, entretanto, quando mal
utilizada, leva-nos, consequentemente, à ficar prisioneiros de nossas paixões,
dos cúmplices que conquistamos para nós, dos adversários que geramos pelo mal
que espalhamos a nossa volta, e como, no plano físico, o mal uso de nossa
liberdade, pode gerar sua própria privação temporária, quando nos vemos segregados
nos direitos e aprisionados aos deveres de ressarcimento, de acordo com as leis
humanas, e do lado espiritual, advindo de inimigos ou da nossa própria consciência,
quando o desequilíbrio e a loucura nos impedem de assimilar a realidade a nossa
volta.
Deus
dá sempre a oportunidade de recomeçar, de renovar, de transformar, mas suas
leis são imutáveis e imputáveis para todos, sem exceções, sem privilégios,
exigindo, quando se fazem necessários para a real reabilitação, a sinceridade
nas intenções, a coragem, o estudo, o trabalho, o sacrifício, a luta
incessante, o comprometimento e a disciplina.
Admitir
o erro, ainda mais quando nos encontramos em situações adversas, em situações dolorosas
em relação as consequências do que fizemos, não é assim tão difícil, nos dando
a falsa sensação, mesmo quando achamos estar agindo de forma sincera, de que
queremos mudar, nos renovar, porque essa mudança, na realidade, está, em muitas
circunstâncias, sendo motivada unicamente pelo desejo de parar de sofrer, de
estancar a dor, de afastar aqueles que funcionam como juízes e algozes.
Nossos
benfeitores maiores, os espíritos superiores que zelam por nossa jornada
evolutiva ainda iniciante em relação a transformação para o bem, ao contrário
de nossos amigos espirituais mais próximos, que desejam como nós, nossa melhora
imediata, sabem exatamente os fatores motivacionais que alimentamos em nosso íntimo
quanto a nossa renovação, sabem o quanto, de fato, já não mais somos
dependentes dos vícios, das paixões, dos desregramentos, dos sentimentos
negativos, do materialismo de nossas intenções, e o quanto nosso desejo de mudança
se baseia na vontade real ou simplesmente para estancar o sofrimento, para nos
afastar do ambiente e das companhias as quais nos vemos presos.
Nossos
benfeitores possuem a visão da efetiva possibilidade de voltarmos a falir e chafurdar-nos
aos mesmos erros pretéritos, logo que nos encontrarmos em situações análogas as
do nosso passado culposo.
Por
este motivo é que, em muitas experiências futuras, nos encontramos com inúmeras
limitações físicas, orgânicas, mentais, materiais, exatamente para que não venhamos
a recapitular os mesmos erros e crimes, nos restringindo temporariamente a plena
liberdade, para que não tenhamos as mesmas facilidades que outrora tivemos para
atuar, para o nosso próprio bem, por não estarmos ainda aptos para aproveitar
positivamente a total liberdade de raciocínio e ação, ganhando assim um
precioso tempo para nos reeducarmos, reavaliarmos conceitos, eliminando miasmas
negativos e inferiores que ainda estão vivos em nossa personalidade, nos fortalecendo
para que, em futuro próximo, estejamos plenamente livres para crescer e evoluir.
Se
depende sempre de nosso esforço, de nossa vontade, de nossa dedicação a saída
das zonas inferiores do pensamento, a libertação das consequências dolorosas
geradas por nossos crimes, por nossos erros, que aproveitemos então a
oportunidade nos concedida, através do Consolador Prometido, do Espiritismo,
para nos aprofundarmos no estudo das causas, das possibilidades, do mecanismo
da lei de causa e efeito, dos parâmetros necessários para o nosso
fortalecimento íntimo, na aquisição e assimilação reais dos conceitos cristãos,
de amor, de paz, de entendimento, de caridade, de atuação junto a sociedade, ao
próximo, no sentido de melhorarmos intimamente, de crescermos de dentro para
fora, de participarmos de forma efetiva ao lado dos trabalhadores da seara do
Mestre, sendo mais um a valorizar o bem, a levar a caridade nos pensamentos, nas
palavras, nos atos, agilizando nossa recuperação, nossa capacitação, utilizando
ao máximo de nosso tempo junto aos verdadeiros valores evolutivos, os valores
morais, éticos, espirituais.
A
renovação é sempre possível, a transformação necessária e prioritária, a
felicidade é acessível a todos, o que então mais esperar para conquista-las?
Chega
de falsas, levianas e inconsequentes vitórias, foquemos no que nos elevará e
manterá próximo aqueles que ao nosso lado caminham firmes e resolutos no único
caminho que levará a paz, o caminho do puro amor à Deus e a humanidade terrestre.
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