sexta-feira, 31 de julho de 2015

Assumindo responsabilidades...






O caminho dos prazeres, das paixões degradantes, das facilidades materiais, das conquistas efêmeras, apresenta-se sempre convidativo, florido de aparentes facilidades, recheado de falsas promessas de uma felicidade vazia, quando, na verdade, como plantação, está destinado a oferecer quem a ele percorre, como colheita, apenas a dor, o sofrimento, a decepção, com futuras situações de resgate, de expiação, de retratação com a própria consciência abatida e culpada.


Sabemos que as falsas luzes que encantam os prazeres mundanos, desperta em nós o desejo de aproveitar ao máximo as alegrias que a vida em sociedade nos oferece, ainda mais que hoje os avanços da ciência nos permite desfrutar de melhores condições físicas e orgânicas, além de oferecer constantes novidades tecnológicas que nos mantem presos e atrelados a acompanhar tudo que acontece, para que não venhamos a nos sentir excluídos junto aqueles com quem convivemos, em nossa família, no nosso trabalho, no convívio social diário.


Com as possibilidades maiores e melhores de ter acesso as informações, aos fatos que acontecem no mundo, tudo isso em questão de segundos, podendo, inclusive, travar relacionamentos on-line com diversos irmãos, das mais  variadas culturas, maior se faz a oportunidade de adquirirmos conhecimento, de nos aprofundarmos na história de nossa humanidade, de avaliarmos com mais segurança o que de positivo e de negativo cada povo, cada religião, cada segmento da sociedade tem a nos oferecer, estudando e avaliando conceitos, formas de vida, ampliando assim nossa capacidade perceptiva e avaliativa, não mais nos deixando arrastar simplesmente por fatores manipuladores, que tendem a criar opiniões e posturas não necessariamente de acordo com a verdade dos fatos, mas sim, através de realidades forjadas e criadas a favor de interesses de grupos ou individuais.


Infelizmente, porém pela entrega a futilidade, aos meros prazeres imediatistas, ao consumismo, a busca dos prazeres carnais, esta possibilidade de interação, de acesso as informações, continua sendo desperdiçada, quando a maioria ainda prefere que lhe ditem normas de conduta, que definam suas prioridades, continuando a seguir modismos, a seguir correntes ideológicas que oferecem muito brilho, mas pouca essência, fazendo com que as pessoas se fechem ainda mais em si mesmas, na pequenez de seus desejos materiais, não vindo desta forma a crescer, a evoluir como individualidade, ignorando ainda a necessidade de viver na busca do bem estar da coletividade, no melhoramento e enriquecimento do todo, da elevação de intenções, onde a solidariedade, a caridade, o amor sejam preponderantes.


Tudo que nos é permitido conquistar, tudo que chega até nós pela criação do homem, mas, por empréstimo divino, afinal nada, de fato, nos pertence, somos meros usufrutuários, já que na morte tudo devemos devolver e deixar para trás, nada podendo levar ao túmulo, precisa ser visto, ser tratado, como ferramenta para o enriquecimento de nossa personalidade, de nosso caráter, para o enobrecimento de nossos sentimentos, utilizando o conforto, as possibilidades produtivas, as conquistas tecnológicas, para melhorarmos as condições de vida da coletividade, respeitando-se as diferenças criadoras e realizadoras, mas sempre visando o bem estar comum, não se admitindo que irmãos do caminho venham a sofrer padecimentos elementares em sua subsistência, enquanto que outros desfrutam de prazeres e riquezas de forma leviana e inconsequente.


Precisamos avaliar e reconsiderar prioridades, não nos deixando arrastar na velocidade do mundo moderno e das informações pela leviandade de desejos, pela satisfação meramente imediatista, pelas receitas de uma felicidade que, na verdade, não passam de efêmeras alegrias com, provavelmente, dolorosas e duradouras consequências futuras.


Quanto mais possibilidades nos oferecem a ciência e a tecnologia moderna, maior deve ser o nosso compromisso de utilizar todas as ferramentas disponíveis para adquirir conhecimento e capacitação que nos fortaleçam ainda mais no ideal cristão, no desejo sincero de transformação que deve nos animar e motivar no contínuo melhoramento como individualidade.


O Espiritismo veio nos trazer a quase dois séculos, qual a verdadeira vida, qual a nossa verdadeira existência, e esta é a espiritual, é aquela em que infinitas são as nossas possibilidades de trabalho, de enriquecimento intelectual e moral, trazendo também o fator condicional para que isso se efetive, que venhamos a desfrutar o período curto que passamos no plano físico, enriquecendo e equilibrando nossa personalidade, quitando nossos anteriores débitos, corrigindo os desvios de conduta da nossa individualidade, nos reconciliando com adversários, vencendo nossos antigos vícios e paixões.


Dentro desta premissa, da reencarnação, da pluralidade de existências, podemos concluir que não estamos aqui, hoje, encarnados, como se estivéssemos, como achamos estar, em uma colônia de férias, para gozar de forma desenfreada e desequilibrada apenas alegrias fúteis e efêmeras, mas sim, para agirmos como alunos responsáveis, como criminosos em reabilitação, como trabalhadores diligentes e esforçados, utilizando todo o material disponível para enriquecermos e enobrecermos nosso espírito.


Muito será cobrado daquele que muito recebeu, todo empréstimo deverá ser ressarcido, e a felicidade real e duradoura dependerá do valor que dermos para cada minuto que desfrutarmos no plano físico, do uso que fizermos de cada possibilidade realizadora, por mais simples que seja, de todo mal que evitarmos, e essencialmente, de todo bem que produzirmos, para nós e para os nossos irmãos de jornada, assim como da coletividade onde fomos convidados a viver.


A cada um será dado conforme suas obras, conforme o uso do tempo, conforme com o que produziu, que tenha sido amor, que tenha sido de acordo com aquilo que nos exemplificou e ensinou o Nosso Amado Mestre Jesus.


Que assim seja.


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