O
caminho dos prazeres, das paixões degradantes, das facilidades materiais, das
conquistas efêmeras, apresenta-se sempre convidativo, florido de aparentes
facilidades, recheado de falsas promessas de uma felicidade vazia, quando, na
verdade, como plantação, está destinado a oferecer quem a ele percorre, como
colheita, apenas a dor, o sofrimento, a decepção, com futuras situações de resgate,
de expiação, de retratação com a própria consciência abatida e culpada.
Sabemos
que as falsas luzes que encantam os prazeres mundanos, desperta em nós o desejo
de aproveitar ao máximo as alegrias que a vida em sociedade nos oferece, ainda
mais que hoje os avanços da ciência nos permite desfrutar de melhores condições
físicas e orgânicas, além de oferecer constantes novidades tecnológicas que nos
mantem presos e atrelados a acompanhar tudo que acontece, para que não venhamos
a nos sentir excluídos junto aqueles com quem convivemos, em nossa família, no
nosso trabalho, no convívio social diário.
Com
as possibilidades maiores e melhores de ter acesso as informações, aos fatos
que acontecem no mundo, tudo isso em questão de segundos, podendo, inclusive,
travar relacionamentos on-line com diversos irmãos, das mais variadas culturas, maior se faz a
oportunidade de adquirirmos conhecimento, de nos aprofundarmos na história de
nossa humanidade, de avaliarmos com mais segurança o que de positivo e de
negativo cada povo, cada religião, cada segmento da sociedade tem a nos
oferecer, estudando e avaliando conceitos, formas de vida, ampliando assim
nossa capacidade perceptiva e avaliativa, não mais nos deixando arrastar
simplesmente por fatores manipuladores, que tendem a criar opiniões e posturas
não necessariamente de acordo com a verdade dos fatos, mas sim, através de
realidades forjadas e criadas a favor de interesses de grupos ou individuais.
Infelizmente,
porém pela entrega a futilidade, aos meros prazeres imediatistas, ao
consumismo, a busca dos prazeres carnais, esta possibilidade de interação, de
acesso as informações, continua sendo desperdiçada, quando a maioria ainda
prefere que lhe ditem normas de conduta, que definam suas prioridades,
continuando a seguir modismos, a seguir correntes ideológicas que oferecem muito
brilho, mas pouca essência, fazendo com que as pessoas se fechem ainda mais em
si mesmas, na pequenez de seus desejos materiais, não vindo desta forma a crescer,
a evoluir como individualidade, ignorando ainda a necessidade de viver na busca
do bem estar da coletividade, no melhoramento e enriquecimento do todo, da elevação
de intenções, onde a solidariedade, a caridade, o amor sejam preponderantes.
Tudo
que nos é permitido conquistar, tudo que chega até nós pela criação do homem,
mas, por empréstimo divino, afinal nada, de fato, nos pertence, somos meros usufrutuários,
já que na morte tudo devemos devolver e deixar para trás, nada podendo levar ao
túmulo, precisa ser visto, ser tratado, como ferramenta para o enriquecimento
de nossa personalidade, de nosso caráter, para o enobrecimento de nossos
sentimentos, utilizando o conforto, as possibilidades produtivas, as conquistas
tecnológicas, para melhorarmos as condições de vida da coletividade, respeitando-se
as diferenças criadoras e realizadoras, mas sempre visando o bem estar comum, não
se admitindo que irmãos do caminho venham a sofrer padecimentos elementares em
sua subsistência, enquanto que outros desfrutam de prazeres e riquezas de forma
leviana e inconsequente.
Precisamos
avaliar e reconsiderar prioridades, não nos deixando arrastar na velocidade do
mundo moderno e das informações pela leviandade de desejos, pela satisfação
meramente imediatista, pelas receitas de uma felicidade que, na verdade, não passam
de efêmeras alegrias com, provavelmente, dolorosas e duradouras consequências
futuras.
Quanto
mais possibilidades nos oferecem a ciência e a tecnologia moderna, maior deve
ser o nosso compromisso de utilizar todas as ferramentas disponíveis para
adquirir conhecimento e capacitação que nos fortaleçam ainda mais no ideal
cristão, no desejo sincero de transformação que deve nos animar e motivar no
contínuo melhoramento como individualidade.
O
Espiritismo veio nos trazer a quase dois séculos, qual a verdadeira vida, qual
a nossa verdadeira existência, e esta é a espiritual, é aquela em que infinitas
são as nossas possibilidades de trabalho, de enriquecimento intelectual e
moral, trazendo também o fator condicional para que isso se efetive, que venhamos
a desfrutar o período curto que passamos no plano físico, enriquecendo e equilibrando
nossa personalidade, quitando nossos anteriores débitos, corrigindo os desvios
de conduta da nossa individualidade, nos reconciliando com adversários,
vencendo nossos antigos vícios e paixões.
Dentro
desta premissa, da reencarnação, da pluralidade de existências, podemos
concluir que não estamos aqui, hoje, encarnados, como se estivéssemos, como
achamos estar, em uma colônia de férias, para gozar de forma desenfreada e desequilibrada
apenas alegrias fúteis e efêmeras, mas sim, para agirmos como alunos responsáveis,
como criminosos em reabilitação, como trabalhadores diligentes e esforçados,
utilizando todo o material disponível para enriquecermos e enobrecermos nosso
espírito.
Muito
será cobrado daquele que muito recebeu, todo empréstimo deverá ser ressarcido,
e a felicidade real e duradoura dependerá do valor que dermos para cada minuto
que desfrutarmos no plano físico, do uso que fizermos de cada possibilidade
realizadora, por mais simples que seja, de todo mal que evitarmos, e essencialmente,
de todo bem que produzirmos, para nós e para os nossos irmãos de jornada, assim
como da coletividade onde fomos convidados a viver.
A
cada um será dado conforme suas obras, conforme o uso do tempo, conforme com o
que produziu, que tenha sido amor, que tenha sido de acordo com aquilo que nos
exemplificou e ensinou o Nosso Amado Mestre Jesus.
Que
assim seja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário