Quando
invigilantes, distantes do pensamento e das atitudes cristãs, que mantem
equilibrados àqueles que buscam com esforço sua melhoria e seu crescimento espiritual,
nos deixamos arrebatar pelas energias negativas, vivas na atmosfera do nosso
planeta, envolvendo-nos em atitudes viciosas, entregando-nos aos nossos
instintos inferiores, aos sentimentos negativos que insistimos em alimentar,
buscando a felicidade onde ela não existe, nas paixões degradantes, puramente
carnais, que nos levam a ser frágeis instrumentos nas mãos daqueles que vivem
no plano espiritual interessados em que deles nos tornemos dependentes,
associados, cúmplices, para que possam continuar usufruindo de alguma forma das
iniquidades que estavam acostumados quando encarnados.
Inúmeras
são as formas com que podemos nos enredar pelo caminho do erro, vindo a
prejudicar, essencialmente, a nós mesmos, ou ao mesmo tempo, prejudicando a outros
irmãos do caminho, vítimas de nossas imperfeições, de nossas escusas ambições e
vontades, ou por nós enredados para que também venham a se afastar das forças
positivas e produtivas do nosso mundo, quando servimos de agentes aliciadores,
angariando assim, para nós, responsabilidades e consequências futuras ainda
maiores, não só pelo que mal que fizemos, pelo bem que deixamos de fazer, como
também por tudo aquilo que incentivamos a que nossos companheiros de jornada
assim o fizessem, assim vivessem.
Muitas
vezes não são apenas nossas atitudes errôneas que prejudicam nosso equilíbrio e
nos afastam da razão, do ideal maior de transformação e renovação espiritual.
Muitas
vezes, de forma aparente, em nosso lar, no nosso trabalho, em nosso convívio
social com amigos ou com as demais pessoas que cruzam nosso caminho em nosso
atribulado dia a dia, assumimos uma postura cordata, educada, em uma aparente bondade
e civilidade que na verdade não traduzem fielmente aquilo que trazemos dentro
de nós.
Muitas
vezes nos mantemos afastados do equilíbrio íntimo, da postura cristã, pelos
sentimentos íntimos que alimentamos e que dominam nosso coração e nossa mente,
mas que não chegamos a extravasar, a exteriorizar, a materializar, o que não
significa que mesmo assim não estejamos nos resvalando para o desfiladeiro do
erro, do crime, do obscurecimento do nosso corpo físico, e consequentemente, do
nosso espírito eterno, tal a influência perniciosa que nossos desejos secretos
têm sobre nossa postura interior, e o que, consequentemente, atrai de negativo
para nossa volta, em forma de energia atmosférica, de miasmas negativos, ou de
entidades que se afinem com nossa forma de pensar, com as formas pensamentos
que criamos e que ganham uma temporária vida ao nosso redor, no ambiente onde
vivemos.
Ódio,
inveja, ciúme, medo, sensualidade desequilibrada, desejos carnais inconfessos,
vaidade, rancor, preguiça, orgulho, entres outros sentimentos, são forças desequilibradas
e inferiores que podem ganhar vulto e nos dominar, mesmo que exteriormente
consigamos manter uma máscara oposta, enganando não só ao próximo, como,
principalmente, a nós mesmos, onde passamos a viver uma existência dupla, enganosa,
superficial.
Infelizmente,
e, fatalmente, mais cedo ou mais tarde, estas forças conflituosas do que somos
e do que aparentamos ser, vem à tona, fazendo com que o edifício de papel que
tenhamos construído desabe sobre nossas próprias cabeças, vindo a refletir essas consequências
desastrosas não só em nós mesmos, mas também, naqueles que conosco convivem e
que depositavam confiança na pessoa que julgavam conhecer, e que ao final
mostrou-se ser totalmente oposta do conceito e da segurança na qual se apoiavam.
Apenas
com a sinceridade de intenções, com o desejo determinado de nos transformarmos
espiritualmente, de buscarmos nossa renovação íntima, através do estudo, do
trabalho, da disciplina, poderemos avaliar condignamente aquilo que somos em
contrapartida ao que almejamos ser, analisando de forma equilibrada nossos defeitos,
nossos desvios de personalidade, nossas dificuldades de superação íntima,
aceitando nossas limitações e traçando um roteiro, um planejamento, uma meta,
para que venhamos a nos superar e corrigir o que entendemos ser aquilo que vem
nos prejudicando e retardando o nosso avanço, o nosso progresso.
Precisamos
ser críticos e juízes severos de nossas atitudes, de nossos pensamentos, de
nossos sentimentos, e encontrar o equilíbrio e a simetria entre eles, até que venhamos
a conseguir, sentir, pensar e agir de forma única, sem distorções, sem inversão
de valores, assumindo um papel claro dentro da nossa capacidade de interação
com o meio onde vivemos, tendo plena capacidade de decidir o melhor para nós,
vivenciando a humildade de assumir que somos falhos, que somos ignorantes, que
muito ainda temos a aprender e a assimilar, sendo acima de tudo, sinceros em
nossa disposição de estudar e trabalhar para nosso melhoramento como ser humano.
Para
avançar, entretanto, há diversas formas, inúmeros caminhos, mas o ideal a se atingir ao final, mesmo
que ainda muitos não compreendam, é único, é o Bem Maior, é a conquista do Amor
em seu mais alto grau de pureza, sendo, desta forma, estritamente necessário
que nosso foco, nossa meta, nosso amplo esforço, esteja direcionado para a
nossa reforma íntima baseada essencialmente no sentimento cristão, independente
de religião, de dogmas, do roteiro que iremos seguir para atingir a este objetivo.
Apenas
quando desenvolvermos e transformarmos os nossos mais íntimos sentimentos para
esta força, contida nos ensinamentos e exemplos do Cristo, é que conseguiremos
encontrar uma base segura para avançar de forma contínua e produtiva, não mais
precisando desperdiçar tempo e energia para corrigir erros, saldar dívidas ou quitar
débitos contraídos, com nossa própria consciência individual e com o próximo, ou
até mesmo com a coletividade onde vivemos.
Honestidade,
amizade, respeito, carinho, tolerância, caridade, a capacidade de perdoar e de
pedir perdão, a coragem, a disciplina, a disposição íntima, a humildade, e,
essencialmente, o Amor, são conquistas íntimas indispensáveis para que venhamos
a avançar e não mais correr o risco de recalcitrar, aprendendo a viver não só
para a nossa felicidade, mas, também para que todos os nossos irmãos do caminho
encontrem a sua paz de espírito, pois só em um ambiente onde reine o bem,
conseguiremos, de fato, sermos felizes.
O
homem deve buscar insistentemente o conhecimento, desenvolver sua razão, sua
intelectualidade, da mesma forma que paralelamente, deve desenvolver sua
espiritualidade, seus sentimentos nobres, sua moralidade, ciente, entretanto,
que estas conquistas, para serem válidas e atingirem seus objetivos maiores,
precisam necessariamente, ser compartilhadas. O mais forte terá sempre como prioridade
auxiliar e também tornar forte ao mais fraco, da mesma forma que deve agir o são
com o enfermo, o rico com o pobre, o intelectual com o ignorante.
Assim
agem pacientemente, até hoje, aqueles que nos são superiores, aqueles que
trabalham em prol da humanidade terrestre, encarnada e desencarnada. A maior
tarefa, assim como a maior recompensa de quem consegue atingir os mais altos
graus da evolução espiritual humana, é exatamente servir de arrimo e de exemplo
para aqueles que vêm à sua retaguarda, em uma infinita corrente de amor e
solidariedade, que vai deste o Excelso Pai, até a mais ínfima criatura ainda em
seus primeiros passos evolucionários.
Façamos assim então a nossa
parte, hoje e sempre.
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