quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Façamos assim então a nossa parte, hoje e sempre...





Quando invigilantes, distantes do pensamento e das atitudes cristãs, que mantem equilibrados àqueles que buscam com esforço sua melhoria e seu crescimento espiritual, nos deixamos arrebatar pelas energias negativas, vivas na atmosfera do nosso planeta, envolvendo-nos em atitudes viciosas, entregando-nos aos nossos instintos inferiores, aos sentimentos negativos que insistimos em alimentar, buscando a felicidade onde ela não existe, nas paixões degradantes, puramente carnais, que nos levam a ser frágeis instrumentos nas mãos daqueles que vivem no plano espiritual interessados em que deles nos tornemos dependentes, associados, cúmplices, para que possam continuar usufruindo de alguma forma das iniquidades que estavam acostumados quando encarnados.



Inúmeras são as formas com que podemos nos enredar pelo caminho do erro, vindo a prejudicar, essencialmente, a nós mesmos, ou ao mesmo tempo, prejudicando a outros irmãos do caminho, vítimas de nossas imperfeições, de nossas escusas ambições e vontades, ou por nós enredados para que também venham a se afastar das forças positivas e produtivas do nosso mundo, quando servimos de agentes aliciadores, angariando assim, para nós, responsabilidades e consequências futuras ainda maiores, não só pelo que mal que fizemos, pelo bem que deixamos de fazer, como também por tudo aquilo que incentivamos a que nossos companheiros de jornada assim o fizessem, assim vivessem.



Muitas vezes não são apenas nossas atitudes errôneas que prejudicam nosso equilíbrio e nos afastam da razão, do ideal maior de transformação e renovação espiritual.



Muitas vezes, de forma aparente, em nosso lar, no nosso trabalho, em nosso convívio social com amigos ou com as demais pessoas que cruzam nosso caminho em nosso atribulado dia a dia, assumimos uma postura cordata, educada, em uma aparente bondade e civilidade que na verdade não traduzem fielmente aquilo que trazemos dentro de nós.



Muitas vezes nos mantemos afastados do equilíbrio íntimo, da postura cristã, pelos sentimentos íntimos que alimentamos e que dominam nosso coração e nossa mente, mas que não chegamos a extravasar, a exteriorizar, a materializar, o que não significa que mesmo assim não estejamos nos resvalando para o desfiladeiro do erro, do crime, do obscurecimento do nosso corpo físico, e consequentemente, do nosso espírito eterno, tal a influência perniciosa que nossos desejos secretos têm sobre nossa postura interior, e o que, consequentemente, atrai de negativo para nossa volta, em forma de energia atmosférica, de miasmas negativos, ou de entidades que se afinem com nossa forma de pensar, com as formas pensamentos que criamos e que ganham uma temporária vida ao nosso redor, no ambiente onde vivemos.



Ódio, inveja, ciúme, medo, sensualidade desequilibrada, desejos carnais inconfessos, vaidade, rancor, preguiça, orgulho, entres outros sentimentos, são forças desequilibradas e inferiores que podem ganhar vulto e nos dominar, mesmo que exteriormente consigamos manter uma máscara oposta, enganando não só ao próximo, como, principalmente, a nós mesmos, onde passamos a viver uma existência dupla, enganosa, superficial.



Infelizmente, e, fatalmente, mais cedo ou mais tarde, estas forças conflituosas do que somos e do que aparentamos ser, vem à tona, fazendo com que o edifício de papel que tenhamos construído desabe sobre nossas próprias cabeças, vindo a refletir essas consequências desastrosas não só em nós mesmos, mas também, naqueles que conosco convivem e que depositavam confiança na pessoa que julgavam conhecer, e que ao final mostrou-se ser totalmente oposta do conceito e da segurança na qual se apoiavam.



Apenas com a sinceridade de intenções, com o desejo determinado de nos transformarmos espiritualmente, de buscarmos nossa renovação íntima, através do estudo, do trabalho, da disciplina, poderemos avaliar condignamente aquilo que somos em contrapartida ao que almejamos ser, analisando de forma equilibrada nossos defeitos, nossos desvios de personalidade, nossas dificuldades de superação íntima, aceitando nossas limitações e traçando um roteiro, um planejamento, uma meta, para que venhamos a nos superar e corrigir o que entendemos ser aquilo que vem nos prejudicando e retardando o nosso avanço, o nosso progresso.



Precisamos ser críticos e juízes severos de nossas atitudes, de nossos pensamentos, de nossos sentimentos, e encontrar o equilíbrio e a simetria entre eles, até que venhamos a conseguir, sentir, pensar e agir de forma única, sem distorções, sem inversão de valores, assumindo um papel claro dentro da nossa capacidade de interação com o meio onde vivemos, tendo plena capacidade de decidir o melhor para nós, vivenciando a humildade de assumir que somos falhos, que somos ignorantes, que muito ainda temos a aprender e a assimilar, sendo acima de tudo, sinceros em nossa disposição de estudar e trabalhar para nosso melhoramento como ser humano.



Para avançar, entretanto, há diversas formas, inúmeros caminhos, mas o ideal a se atingir ao final, mesmo que ainda muitos não compreendam, é único, é o Bem Maior, é a conquista do Amor em seu mais alto grau de pureza, sendo, desta forma, estritamente necessário que nosso foco, nossa meta, nosso amplo esforço, esteja direcionado para a nossa reforma íntima baseada essencialmente no sentimento cristão, independente de religião, de dogmas, do roteiro que iremos seguir para atingir a este objetivo.



Apenas quando desenvolvermos e transformarmos os nossos mais íntimos sentimentos para esta força, contida nos ensinamentos e exemplos do Cristo, é que conseguiremos encontrar uma base segura para avançar de forma contínua e produtiva, não mais precisando desperdiçar tempo e energia para corrigir erros, saldar dívidas ou quitar débitos contraídos, com nossa própria consciência individual e com o próximo, ou até mesmo com a coletividade onde vivemos.



Honestidade, amizade, respeito, carinho, tolerância, caridade, a capacidade de perdoar e de pedir perdão, a coragem, a disciplina, a disposição íntima, a humildade, e, essencialmente, o Amor, são conquistas íntimas indispensáveis para que venhamos a avançar e não mais correr o risco de recalcitrar, aprendendo a viver não só para a nossa felicidade, mas, também para que todos os nossos irmãos do caminho encontrem a sua paz de espírito, pois só em um ambiente onde reine o bem, conseguiremos, de fato, sermos felizes.



O homem deve buscar insistentemente o conhecimento, desenvolver sua razão, sua intelectualidade, da mesma forma que paralelamente, deve desenvolver sua espiritualidade, seus sentimentos nobres, sua moralidade, ciente, entretanto, que estas conquistas, para serem válidas e atingirem seus objetivos maiores, precisam necessariamente, ser compartilhadas. O mais forte terá sempre como prioridade auxiliar e também tornar forte ao mais fraco, da mesma forma que deve agir o são com o enfermo, o rico com o pobre, o intelectual com o ignorante.



Assim agem pacientemente, até hoje, aqueles que nos são superiores, aqueles que trabalham em prol da humanidade terrestre, encarnada e desencarnada. A maior tarefa, assim como a maior recompensa de quem consegue atingir os mais altos graus da evolução espiritual humana, é exatamente servir de arrimo e de exemplo para aqueles que vêm à sua retaguarda, em uma infinita corrente de amor e solidariedade, que vai deste o Excelso Pai, até a mais ínfima criatura ainda em seus primeiros passos evolucionários.



Façamos assim então a nossa parte, hoje e sempre.  

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