Todo auxílio, toda intercessão, todo
apoio que recebemos dos nossos benfeitores espirituais visando nosso aperfeiçoamento
e a vitória sobre nossa inferioridade cármica, apesar de toda sua importância, de
toda sua relevância, funciona apenas como uma assessoria, uma fonte norteadora e
geradora de estímulos, para que venhamos a seguir o correto caminho, para que
venhamos com o nosso próprio esforço, nossa própria determinação, com nossos
próprios recursos íntimos, disciplinarmos nossa conduta, e assim renovarmos, de
forma real e sincera, a nossa postura, a nossa forma de agir, de pensar, e
principalmente, de sentir.
Toda e qualquer vitória neste sentido,
será sempre de nossa responsabilidade, uma conquista individual, e disso temos
prova e exemplo, quando encetamos árduas lutas para nos libertarmos de vícios
de quaisquer espécies que nos dominam, onde, por mais que venhamos a receber
apoio, orientação, conselhos, e até mesmo penosas restrições, só os
conseguiremos vence-los e extirpa-los quando, de fato, nos dispusermos a tal,
quando partir de nós a decisão definitiva de não mais os alimentarmos, decisão
essa que ninguém, sob qualquer circunstância, poderá efetivamente tomar por
nós.
Assim também se faz com qualquer
conquista de nossa personalidade quando no decorrer de nosso esforço em evoluir
como individualidade. Se decidirmos seguir, quando encarnados, a carreira de
médico, quando no convívio de familiares amorosos, receberemos todo o apoio
moral e material para que venhamos estudar e nos capacitar para assumir tal
mister, tendo a oportunidade de contar com o ensino de professores capacitados,
de ter o acesso a literatura adequada, assim, como aos exemplos daqueles que já
dominam esta prática, vindo, assim, a adquirir plena qualificação para nos
tornarmos um bom profissional da área.
Porém, apesar de todo estímulo, de toda
ajuda, de todas as ferramentas que dispusemos, só conquistaremos, de fato, o
diploma que nos tornará médicos, se nos dedicarmos com afinco e determinação
aos estudos, as tarefas que são naturalmente exigidas para que venhamos a adquirir
o conhecimento e a experiência necessária para que venhamos a ser bons
profissionais, fazendo valer todo o esforço daqueles auxiliaram de diversas formas
para o nosso sucesso.
Ao contrário, porém ocorrerá, se apesar
de todas as possibilidades e de todo o auxílio que recebemos em nossa
preparação, preferirmos dar atenção aqueles que nada mais fazem que desperdiçar
tempo e energia com festas, com reuniões sociais, perdendo assim aulas e preciosos
ensinamentos, levando o estudo de forma irresponsável e indisciplinada, não
conseguindo desta forma, assim, concluí-lo, ou pior, talvez até mesmo
conseguindo o diploma, mas sem estar suficientemente apto a assumir as responsabilidades
que a profissão exige.
Nossa responsabilidade, desta forma, é
contínua e constante, quanto ao sucesso e a conquista daquilo que desejamos
para nós, e assim ela permanece mesmo depois de termos adquirido a capacitação
teórica, ao darmos início a parte prática de nossos objetivos, como no exemplo
acima do médico, que após começar a exercer sua profissão, precisa, quando
assim é o seu desejo, se manter focado naquilo que realmente lhe trará a paz e
o equilíbrio, definindo as suas prioridades de vida, de acordo com o conhecimento
que acumulou para si com seus esforços.
Assim ele precisa aquilatar, não agora
como médico, mas como ser humano em processo evolutivo, o quando lhe
acrescentará se de sua profissão, fizer apenas uma fonte para gerar riqueza sem
a preocupação em fazer dela uma missão, um agente realizador em prol da sociedade
onde vive e das pessoas de seu convívio, principalmente, aquelas que poderão
vir a se beneficiar de seus atos, de sua suas escolhas, do uso que fizer de seu
conhecimento.
De que adiantará seu diploma de médico
se o utiliza apenas para alimentar seu egoísmo, sua vaidade, seu orgulho, sua
usura, sua cobiça, deixando de beneficiar ao próximo, a coletividade, deixando
de dividir e compartilhar os benefícios que recebeu de sua conquista, que,
mesmo a maior parte terem sido oriundos de seus próprios esforços, não pode
deixar de reconhecer que também muitos os foram graças aqueles que o ajudaram,
o aconselharam, o orientaram, o protegeram para que ali estivesse.
A disciplina para a conquista de nossos
ideais deve ser constantemente mantida e valorizada, mesmo depois de tê-los alcançado, pois, ainda que todo conhecimento
adquirido seja válido e enobrecedor, precisamos atentar que o mais importante, em
qualquer circunstância, será o uso que dele fizermos para nossa existência, e
para a sociedade a qual estivermos
inserido.
Assim se faz para todas as nossas metas,
os nossos desejos, precisamos não só ansiar pela nossa melhoria material ou
intelectual, mas principalmente, e paralelamente, definir quais são nossas prioridades,
qual o nosso ideal maior, porque de nada valerá qualquer conquista se dela fizermos
uso indevido, ou motivados apenas por paixões degradantes, por sentimentos
inferiores, visando apenas o imediatismo mundano.
Também dentro das lides do Espiritismo,
importante se faz o estudo, a disciplina, o desejo sincero e real de adquirir
conhecimento, de participar de forma efetiva nas tarefas doutrinárias e nos
trabalhos assistências em prol dos irmãos mais necessitados e carentes do
caminho, porém, nosso esforço maior deverá ser sempre e de forma incondicional,
visando a nossa reforma íntima, a nossa renovação e transformação, atentos a
nossa forma de agir, de pensar e de sentir, lutando para superar qualquer
estímulo íntimo e qualquer desejo que venham a ser contra o ideal cristão que
deve nortear nossas escolhas e nossas decisões, buscando tudo que possa vir a
acrescentar de forma positiva a nossa vida material e espiritual, tendo a lucidez,
o equilíbrio, o discernimento, para viver de forma humilde e simples, sabendo
dosar a vida normal que precisamos levar no plano físico, de acordo com aquilo
que a sociedade espera de nós, com aquilo que precisamos conquistar como individualidade
cósmica, valorizando a postura cristã, vivendo de acordo com seus preceitos, de
paz, de respeito, de fraternidade, de tolerância, de perdão e de amor.
Toda e qualquer conquista em termos
materiais e intelectuais, todo conhecimento que viermos a adquirir, precisa ser
distribuído, ofertado aos nossos irmãos que ainda não o possuem, da mesma forma
que outros irmãos do caminho assim conosco o fizeram, tendo a consciência que
somos parte integrante de um todo, onde da mesma forma que recebemos também
devemos doar, onde da mesma forma que temos amigos e benfeitores a nos proteger,
nos orientar e nos auxiliar, também temos que, por nossa vez, levar este mesmo
arrimo, este mesmo amor, àqueles que se encontram em condições ainda mais adversas,
difíceis e limitadas que a nossa, da mesma forma, que assim deverão agir eles
com aqueles que estão a sua retaguarda.
Dificuldades em nossa existência,
enquanto estivermos neste período de renovação, de construção da nossa personalidade
eterna no bem, serão normais e constantes, ainda mais que vinculados ainda nos
encontramos as imperfeições que acumulamos por séculos de experiências mal
sucedidas, assim, ainda será normal que venhamos a enfrentar sentimentos como o
medo, a dúvida, a indecisão, a revolta, o desânimo, porém cientes devemos estar
sempre que o fardo a carregar nunca será superior as nossas forças, e que temos
exemplos de irmãos do caminho que suportaram adversidades muito maiores que as
nossas e dignamente as superaram, provando que as nossas vitórias serão sempre
e unicamente de nossa inteira responsabilidade, condicionando para tal a nossa
força de vontade, a nossa coragem, a nossa determinação, e o desejo sincero de
avançar, de encontrar a paz, seguindo aos passos do nosso Exemplo Maior, do
nosso Mestre Jesus.
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