terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nossa responsabilidade, desta forma, é contínua e constante...




Todo auxílio, toda intercessão, todo apoio que recebemos dos nossos benfeitores espirituais visando nosso aperfeiçoamento e a vitória sobre nossa inferioridade cármica, apesar de toda sua importância, de toda sua relevância, funciona apenas como uma assessoria, uma fonte norteadora e geradora de estímulos, para que venhamos a seguir o correto caminho, para que venhamos com o nosso próprio esforço, nossa própria determinação, com nossos próprios recursos íntimos, disciplinarmos nossa conduta, e assim renovarmos, de forma real e sincera, a nossa postura, a nossa forma de agir, de pensar, e principalmente, de sentir.



Toda e qualquer vitória neste sentido, será sempre de nossa responsabilidade, uma conquista individual, e disso temos prova e exemplo, quando encetamos árduas lutas para nos libertarmos de vícios de quaisquer espécies que nos dominam, onde, por mais que venhamos a receber apoio, orientação, conselhos, e até mesmo penosas restrições, só os conseguiremos vence-los e extirpa-los quando, de fato, nos dispusermos a tal, quando partir de nós a decisão definitiva de não mais os alimentarmos, decisão essa que ninguém, sob qualquer circunstância, poderá efetivamente tomar por nós.



Assim também se faz com qualquer conquista de nossa personalidade quando no decorrer de nosso esforço em evoluir como individualidade. Se decidirmos seguir, quando encarnados, a carreira de médico, quando no convívio de familiares amorosos, receberemos todo o apoio moral e material para que venhamos estudar e nos capacitar para assumir tal mister, tendo a oportunidade de contar com o ensino de professores capacitados, de ter o acesso a literatura adequada, assim, como aos exemplos daqueles que já dominam esta prática, vindo, assim, a adquirir plena qualificação para nos tornarmos um bom profissional da área.



Porém, apesar de todo estímulo, de toda ajuda, de todas as ferramentas que dispusemos, só conquistaremos, de fato, o diploma que nos tornará médicos, se nos dedicarmos com afinco e determinação aos estudos, as tarefas que são naturalmente exigidas para que venhamos a adquirir o conhecimento e a experiência necessária para que venhamos a ser bons profissionais, fazendo valer todo o esforço daqueles auxiliaram de diversas formas para o nosso sucesso.



Ao contrário, porém ocorrerá, se apesar de todas as possibilidades e de todo o auxílio que recebemos em nossa preparação, preferirmos dar atenção aqueles que nada mais fazem que desperdiçar tempo e energia com festas, com reuniões sociais, perdendo assim aulas e preciosos ensinamentos, levando o estudo de forma irresponsável e indisciplinada, não conseguindo desta forma, assim, concluí-lo, ou pior, talvez até mesmo conseguindo o diploma, mas sem estar suficientemente apto a assumir as responsabilidades que a profissão exige.



Nossa responsabilidade, desta forma, é contínua e constante, quanto ao sucesso e a conquista daquilo que desejamos para nós, e assim ela permanece mesmo depois de termos adquirido a capacitação teórica, ao darmos início a parte prática de nossos objetivos, como no exemplo acima do médico, que após começar a exercer sua profissão, precisa, quando assim é o seu desejo, se manter focado naquilo que realmente lhe trará a paz e o equilíbrio, definindo as suas prioridades de vida, de acordo com o conhecimento que acumulou para si com seus esforços.



Assim ele precisa aquilatar, não agora como médico, mas como ser humano em processo evolutivo, o quando lhe acrescentará se de sua profissão, fizer apenas uma fonte para gerar riqueza sem a preocupação em fazer dela uma missão, um agente realizador em prol da sociedade onde vive e das pessoas de seu convívio, principalmente, aquelas que poderão vir a se beneficiar de seus atos, de sua suas escolhas, do uso que fizer de seu conhecimento.



De que adiantará seu diploma de médico se o utiliza apenas para alimentar seu egoísmo, sua vaidade, seu orgulho, sua usura, sua cobiça, deixando de beneficiar ao próximo, a coletividade, deixando de dividir e compartilhar os benefícios que recebeu de sua conquista, que, mesmo a maior parte terem sido oriundos de seus próprios esforços, não pode deixar de reconhecer que também muitos os foram graças aqueles que o ajudaram, o aconselharam, o orientaram, o protegeram para que ali estivesse.



A disciplina para a conquista de nossos ideais deve ser constantemente mantida e valorizada, mesmo depois de  tê-los alcançado, pois, ainda que todo conhecimento adquirido seja válido e enobrecedor, precisamos atentar que o mais importante, em qualquer circunstância, será o uso que dele fizermos para nossa existência, e para a sociedade  a qual estivermos inserido.



Assim se faz para todas as nossas metas, os nossos desejos, precisamos não só ansiar pela nossa melhoria material ou intelectual, mas principalmente, e paralelamente, definir quais são nossas prioridades, qual o nosso ideal maior, porque de nada valerá qualquer conquista se dela fizermos uso indevido, ou motivados apenas por paixões degradantes, por sentimentos inferiores, visando apenas o imediatismo mundano.



Também dentro das lides do Espiritismo, importante se faz o estudo, a disciplina, o desejo sincero e real de adquirir conhecimento, de participar de forma efetiva nas tarefas doutrinárias e nos trabalhos assistências em prol dos irmãos mais necessitados e carentes do caminho, porém, nosso esforço maior deverá ser sempre e de forma incondicional, visando a nossa reforma íntima, a nossa renovação e transformação, atentos a nossa forma de agir, de pensar e de sentir, lutando para superar qualquer estímulo íntimo e qualquer desejo que venham a ser contra o ideal cristão que deve nortear nossas escolhas e nossas decisões, buscando tudo que possa vir a acrescentar de forma positiva a nossa vida material e espiritual, tendo a lucidez, o equilíbrio, o discernimento, para viver de forma humilde e simples, sabendo dosar a vida normal que precisamos levar no plano físico, de acordo com aquilo que a sociedade espera de nós, com aquilo que precisamos conquistar como individualidade cósmica, valorizando a postura cristã, vivendo de acordo com seus preceitos, de paz, de respeito, de fraternidade, de tolerância, de perdão e de amor.



Toda e qualquer conquista em termos materiais e intelectuais, todo conhecimento que viermos a adquirir, precisa ser distribuído, ofertado aos nossos irmãos que ainda não o possuem, da mesma forma que outros irmãos do caminho assim conosco o fizeram, tendo a consciência que somos parte integrante de um todo, onde da mesma forma que recebemos também devemos doar, onde da mesma forma que temos amigos e benfeitores a nos proteger, nos orientar e nos auxiliar, também temos que, por nossa vez, levar este mesmo arrimo, este mesmo amor, àqueles que se encontram em condições ainda mais adversas, difíceis e limitadas que a nossa, da mesma forma, que assim deverão agir eles com aqueles que estão a sua retaguarda. 



Dificuldades em nossa existência, enquanto estivermos neste período de renovação, de construção da nossa personalidade eterna no bem, serão normais e constantes, ainda mais que vinculados ainda nos encontramos as imperfeições que acumulamos por séculos de experiências mal sucedidas, assim, ainda será normal que venhamos a enfrentar sentimentos como o medo, a dúvida, a indecisão, a revolta, o desânimo, porém cientes devemos estar sempre que o fardo a carregar nunca será superior as nossas forças, e que temos exemplos de irmãos do caminho que suportaram adversidades muito maiores que as nossas e dignamente as superaram, provando que as nossas vitórias serão sempre e unicamente de nossa inteira responsabilidade, condicionando para tal a nossa força de vontade, a nossa coragem, a nossa determinação, e o desejo sincero de avançar, de encontrar a paz, seguindo aos passos do nosso Exemplo Maior, do nosso Mestre Jesus.

        

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