segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Não importa a cor, o credo, a posição social, a preferência sexual...




Sem julgar e com o máximo respeito que todas as correntes religiosas merecem, mas difícil se torna a compreensão raciocinada de Deus e de nossos objetivos como individualidade, quando permanecemos na visão estreita de que basta que venhamos a participar de rituais e cumprir aquilo que de nós esperam, para que estejamos quites com nossa consciência e, assim, capacitados a crescer conscientes de nossos deveres, de nossas necessidades maiores, da nossa postura frente ao próximo e a sociedade em que vivemos, ainda mais quando se trata de religiões onde se alimenta o preconceito, onde o orgulho de casta, o separatismo, faz com que aquele que nela desenvolva seu crescimento, venha a se considerar superior ou especial, passando a ver aos demais, não como irmãos do caminho, mas como adversários a ser combatidos e vencidos, conceito que vai totalmente contra a pureza existente em qualquer frente religiosa, principalmente, aquelas que se baseiam nos ensinamentos e exemplos do Cristo Jesus.



O egoísmo, a vaidade, o orgulho, e, principalmente, como muito vemos hoje em dia, a ambição, o excessivo valor aos bens materiais, a riqueza, ao poder, as conquistas meramente sociais, devem ser combatidas e expurgadas de todas as religiões que se dizem sérias e objetivam a evolução espiritual de seus adeptos, de seus seguidores, assim como também ao preconceito seja ele de qualquer tipo que for, fazendo com que o Amor, a Caridade, a Paz, sejam os maiores valores a norteá-las, diminuindo o excessivo valor que venham a dar as exterioridades, aos rituais, ao dogmatismo, para que voltem a valorizar a humidade, a pureza de sentimentos, a fraternidade, que devem ser os fatores principais de todos aqueles que buscam a Deus, seja qual for o caminho que venham a escolher.



Se devemos como espíritas, compreender a necessidade maior de reviver o sentimento cristão em sua essência, agregando-o aos novos conhecimentos que a Doutrina veio nos trazer como ciência, como filosofia, precisamos também estar atentos ao combate pacífico mais necessário, aos exageros que outras frentes religiosas fazem quanto a “moralidade” que tentam impor, fazendo com que muitos irmãos do caminho venham a se afastar de Deus, do amor que deveria os unir, por não mais aceitarem que os que dizem ser seus representantes venham a querer impor regras de conduta, de postura, quando assumem mais a posição de juízes e de inquisidores, do que de mentores, de orientadores, agindo de forma arbitrária, discriminatória, preconceituosa, se preocupando mais com aparências do que com sentimentos, fazendo com que a pureza das intenções de todas as religiões, principalmente as cristãs, se perca ao meio de dogmas e regras já ultrapassadas, e que pouco fazem para, de fato, nos levar a necessária transformação íntima para o bem.



Não importa a cor, o credo, a posição social, a preferência sexual, na definição do que somos e do que estamos fazendo para evoluirmos como individualidade, para virmos a nos transformar para o bem, para conquistar o equilíbrio íntimo, a paz espiritual.



Não devemos viver preocupados em conquistar uma posição de destaque ou de felicidade em um pretenso céu de louvores, nos escondendo atrás de igrejas ou altares, de centros ou sinagogas, de padres ou pastores, de médiuns ou rabinos, precisamos agir de conformidade com nossa consciência, onde está gravado o verdadeiro caminho a seguir, tendo como exemplo maior o Nosso Mestre Jesus, direcionando-nos para uma existência simples, humildade, valorosa, honesta, caridosa, fraterna, participativa, amorosa, sejamos nós ricos, pobres, chefes, subordinados, brancos, negros, católicos, espíritas, evangélicos, heterossexuais, bissexuais, homossexuais, sendo a nossa FAMÍLIA composta por pessoas que se amem, que se respeitem, que sejam do bem, que se preocupem em fazer o bem, em perdoar as ofensas, em não julgar para não ser julgado, em espalhar o amor e a paz.



Devemos viver de acordo com aquilo que acreditamos, que defendemos, aprendendo a respeitar aquilo que o próximo também acredita e defende em sua existência, porém, respeitar não significa concordar, como também não significa que devamos ficar calados enquanto outros tentam espalhar e impor a sua forma de pensar, ainda mais quando vemos que se apoiam em atitudes que vão contra os princípios do bem que os conceitos cristãos e espíritas representam.



De forma caridosa em sua essência, precisamos assumir a responsabilidade de combater, dentro de nossas possibilidades, a intolerância, o radicalismo de ideias, e qualquer situação onde o preconceito e ódio tentem prevalecer, principalmente, quando estes nefastos sentimentos são utilizados por aqueles que se autointitulam representantes de Deus.



A voz do bem precisa se fazer ouvir, sua bandeira precisa ser erguida por todos aqueles que o defendem e o tem como meta e prioridade, forma de vida que deve nortear aqueles que sabem da importância do respeito, da amizade, do carinho, da lealdade, da humildade, da honestidade, do amor, valores tão mal compreendidos e, por vezes, distorcidos por nossa sociedade moderna, mas que, de forma absoluta e real, serão os únicos que nos farão evoluir como coletividade e como individualidade, por mais que venhamos a ser atingidos e prejudicados por aqueles que insistem em viver de acordo com suas equivocadas concepções de sucesso e felicidade.



Será na nossa persistência, na nossa “teimosia” em não abdicar do direito de ser do bem, que a espiritualidade superior encontrará respaldo aqui no plano físico para que, gradativamente, o amor venha a se solidificar, a ocupar o lugar que lhe é destinado, que essencialmente, e a princípio, deverá ser dentro do nosso coração, para que assim possa vir a se espalhar por toda nossa volta, descortinando o infinito de possibilidades que a vida humana ainda nos reserva.      


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