quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Precisamos compreender...





Precisamos compreender, antes de nos rotularmos como espíritas, como cristãos, como pessoas de bem, ainda que participando das tarefas do centro espírita, como médiuns, como palestrantes, como dirigentes, como auxiliares das tarefas assistenciais, nos dedicando ao estudo na leitura dos compêndios doutrinários, que tudo isso por si, não basta, enquanto não sentirmos o Amor que representa o Mestre Jesus em nosso íntimo, ou, pelo menos, seja sincera a nossa intenção em alcançarmos a este objetivo.



Juntamente com este sentimento cristão em sua essência, nossa luta deve ser arraigada no sentido de alinhavarmos nosso proceder como os nobres sentimentos que compõe o acervo que serve como base para esta definitiva conquista, como a tolerância, a humildade, a bondade, o respeito, a amizade, a caridade, a prática natural do perdão e da compreensão das diferenças que formam as personalidades que compõe a sociedade onde fomos chamados a viver, a desempenhar nossas tarefas no plano físico.



Desafio maior neste período de transição que hora vivemos, do inferior para o superior, é focarmos, de fato, nossas intenções nessas conquistas transformativas íntimas, não só nos referindo ao nosso proceder em relação a nós mesmos, mas o que sentimos e vivemos em relação ao próximo, principalmente, aos que não fazem parte de nossas relações mais íntimas, que não são nossos familiares, nossos entes queridos, nossos amigos, mas simples viajores que inesperadamente e transitoriamente cruzam o nosso caminho.



Normal que venhamos a nos iludir que pelo fato de agora termos tarefas rotineiras ligadas a Doutrina Espírita, algo doando de nosso tempo em favor dela e do próximo, nos dedicando a leituras e participações semanais em algum grupo, que já sejamos candidatos naturais as bem aventuranças que aguarda tarefeiro quando do seu retorno ao plano espiritual, nos garantindo, como o fazem os seguidores da maioria das religiões e frentes espirituais de todos os tempos, em nossos atos exteriores, em nossas ações, nas palavras, nos compromissos assumidos, na doação do tempo e da energia, passando a considerar que estamos “quites” com nossas obrigações, que fazemos a nossa parte, libertando a nós mesmos para continuar a viver exatamente como sempre vivemos até então no plano físico, considerando que o período que passamos dedicados a doutrina já nos deixa livres de nossas responsabilidades quanto as nossas necessidades espirituais, ou seja, já “salvamos” a nossa alma.



No atual estágio de nosso planeta, de resgates e expiações, poucos são os espíritos que aqui reencarnam em missões específicas no bem, ainda que muitos são os atos meritórios que diversos irmãos conseguem levar a efeito, mesmo entre dificuldades e tropeços quanto ao equilíbrio íntimo ao qual todos, no fundo, buscamos.



A maioria de nós, entretanto, carrega consigo necessidades e dívidas que precisam ser supridas e resgatadas, quando a inferioridade milenar que alimentamos nos leva a buscar uma renovação, uma transformação, que muito exige de nós, algo que, com certeza, vai muito além do que dedicarmos algumas horas semanais a leituras edificantes, a tarefas especificas em um centro, e a participação esporádica em ações assistenciais.



Os nossos maiores desafios a serem vencidos não estão na exterioridade de nossas ações, mas sim, naquilo que trazemos em nosso íntimo, a nossa forma de pensar, a nossa forma de avaliar a vida, aos nossos irmãos do caminho, aquilo que valorizamos como prioridade, o que alimentamos frente as situações que a vida nos apresenta, como agimos no recôndito de nosso lar, quais são as nossas intenções mais secretas, quais são os sentimentos que nos comandam e que nos guiam em nossas decisões, desde as mais simples até as mais complexas.



Estando, de fato, preocupados em vivenciar ao Mestre Jesus, lembremos por um momento de como Ele viveu, quais foram seus ensinamentos, seus exemplos, e respondamos de forma sincera e objetiva, como nós reagiríamos, hoje, se passássemos pelas mesmas situações que ele passou.


Como eu reagiria hoje se fosse traído, se fosse ultrajado, se fosse agredido de forma injusta? Como eu reagiria se me deparasse agora com aqueles a quem ofendi e prejudiquei, e em relação aqueles que me feriram e me prejudicaram?


Quanto estou disposto, hoje, a renunciar da minha própria felicidade imediata à favor do próximo, até mesmo daquele que nem mesmo conheço, ou que de alguma forma tenha me prejudicado?


A leitura edificante, a participação no centro e nas obras assistenciais, são valiosas ferramentas que temos a nossa disposição para encetarmos uma luta maior, são apenas a base, o princípio, o começo de um longo processo de transformação ao qual todos estamos destinados a passar.


Desta forma, sejamos sim, tarefeiros sinceros e efetivos, tenhamos, sim, consciência de nossos limites atuais e da inferioridade que ainda carregamos, o que nos fará mais cedo ou mais tarde novamente errar, recalcitrar, mas, nesta fase, fundamental se faz que mantenhamos firme e determinada a nossa intenção, a nossa vontade, o desejo real da conquista, orando e vigiando, mantendo-nos atentos aos nossos sentimentos, ao que pensamos, ao que desejamos, ao que priorizamos, avançando gradativamente, mas, continuamente, para a definitiva conquista no caminho do bem, esta sim, irremovível quando aceita e vivenciada baseada unicamente no Amor Puro representado pelo Nosso Amado Mestre Jesus.




Que assim seja!            

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