quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Tudo isso, por si só, não basta...




Não basta crermos na manifestação dos espíritos e na possibilidade de intercâmbio entre o plano físico e o plano espiritual.



Não basta crermos na pluralidade dos mundos habitados e na evolução constante pela quais todos passam, quando temos a consciência que poderemos vir a encarnar em condições melhores da qual hoje vivemos.



Não basta crermos na pluralidade das existências físicas que através das inúmeras e constantes reencarnações retornaremos com o intuito de ressarcir nossos débitos, corrigir nossas imperfeições, ou cumprindo missões produtivas e enobrecedoras.



Não basta crermos no conceito que dependerá sempre do que gerarmos e fizermos, para termos, no futuro, um equilíbrio e uma paz, tanto quando do nosso retorno ao plano espiritual, como também em decorrentes e futuras encarnações.



Não basta estudarmos metodicamente o Cristianismo através das lições e dos exemplos de Jesus Cristo, e as obras da Codificação Espirita, elaboradas por Allan Kardec, nos trazendo o Consolador prometido pelo Mestre.



Não basta conhecermos as necessidades que todos temos de compreender as diferenças evolutivas que caracterizam cada ser, cada povo, para que não venhamos a nos deixar arrastar pelo preconceito, pela intolerância, pelo indevido julgar ao próximo, nos arvorando no equivocado direito de condenar.



Não basta frequentarmos igrejas, templos, mesquitas, pagodes, terreiros, centros espíritas, mesmo que participando de tarefas diretas ou ligadas a assistência social.



Tudo isso, de fato, é de fundamental importância e de essencial procedência para que venhamos a efetivar o processo de transformação espiritual a que nos dedicamos, se este é o nosso objetivo nesta atual existência, mas tudo isso, por si só, não basta.



O que realmente irá nos fazer vencer, nos fará agregar de forma definitiva a nossa personalidade individual e eterna  todo o cabedal de ensinamentos e experiências práticas que estamos acumulando durante essa existência carnal, será a efetiva transformação íntima, pensarmos e sentirmos com toda a sinceridade, toda a positividade que o Sentimento Cristão, em sua essência, representa, ou seja, vivenciarmos de fato a Paz e o Amor, em toda sua plenitude, ou, de acordo com o nosso atual grau evolutivo, seja essa a nossa fiel intenção, nos dedicando com todas as nossas forças para essa conquista, nos disciplinando, nos policiando, para que venhamos facilmente reverter qualquer ação ou reação que ameace ao nosso equilíbrio e nos faça recalcitrar, até mesmo que unicamente através de nossos pensamentos.



É agirmos de forma cristã, ou assim o desejarmos, em cada momento de nossa existência, seja no nosso lar, no nosso trabalho, no nosso lazer, nas situações mais corriqueiras de nossa existência, tendo em mente o perdão, a tolerância, o respeito, a cordialidade, a humildade, a ética, a honestidade, não nos prendendo apenas a conceitos sem vivencia-los, principalmente quando nossos interesses ou de nossos entes queridos estejam envolvidos, reconhecendo quando a algo não temos direito ou a razão não nos pertença, sabendo respeitar a lei humana e a divina em qualquer circunstância, assumindo e reconhecendo nossos erros, nos desculpando, buscando o ressarcimento e o pagamento, e em contrapartida, perdoando e relevando quando nos prejudiquem, sem nada exigir, sendo pacifico e caridoso.



Precisamos ter em mente que o nosso objetivo maior, assim como o compromisso mais importante, é conosco mesmos, como a nossa personalidade, com as nossas dívidas cármicas, com a extinção da negatividade e da inferioridade que ainda trazemos em nós, com a renovação de nossas necessidades e prioridades, com a transformação do nosso “eu”, para que não venhamos mais recalcitrar, não mais falir, tendo essa fortaleza de intenção não só nos momentos de paz e calmaria, mas principalmente, nos momentos em que a dificuldade e dor nos visitem, e podemos ter a certeza, em nosso atual estágio evolutivo, isso ainda irá ocorrer por inúmeras vezes.



O Calvário Redentor do Mestre Jesus vem nos representar exatamente isso, assim como a recomendação que para que o sigamos seja necessário carregarmos nossa própria cruz, pois, será na luta que iremos crescer e evoluir, na dificuldade, na adversidade, na experiência, enfrentando tudo com sabedoria e ética, com bondade, caridade e amor, mesmo que para isso sejam necessários suor e lágrimas.




A cada um será dado de acordo com suas obras, sejamos assim construtores fieis aos princípios divinos, cientes que tudo precisa de tempo e de esforço, a porta do bem é estreita, mas depois de transposta, infinitas e eternas são as possibilidades de se conquistar a verdadeira paz, a verdadeira felicidade.

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