terça-feira, 21 de março de 2017

Nesta luta nunca estaremos sós...




Se há, e há, possibilidade de intercâmbio, de interferência, de influência, entre os dois planos, o espiritual e o físico, a principal fonte, o principal instrumento, é, sem dúvida, o pensamento humano, que nos distingue uns dos outros, que nos identifica na multidão, que nos caracteriza e classifica quanto ao que somos, o que sentimos, o que desejamos, o que almejamos, onde e com quem nos compraz estar, escrevendo assim nossos destinos, determinando as ações e as reações que produziremos, agentes principais das atrações e das rejeições, na simbiose ou na repulsa, em nosso relacionamento com os nossos irmãos do caminho, estejam eles encarnados ou desencarnados.


É o pensamento, o luminar da liberdade humana, onde ninguém e nada pode penetrar e comandar, caso nós não o permitirmos, é porto seguro para nossas ideias e ideais, guardião da nossa vontade, onde tiranos, fanáticos, radicais, ditadores, usurpadores não podem nos atingir, por mais que maculem o nosso corpo, por mais que nos inflijam sofrimentos ou agressões.


Apesar do pleno domínio que todos temos do nosso pensamento, do nosso sentir mais íntimo, por fraqueza, por comodismo, por ignorância, por medo, ou levados por tantos outros sentimentos inferiores, como o orgulho, a vaidade, o egoísmo, preferimos nos deixar comandar, manipular, dando espaço para que inúmeros manipuladores venham nos impor aquilo que desejam, isso dos mais simples aos mais complexos relacionamentos, seja ele um íntimo de nosso lar, um colega de trabalho, um chefe, um subordinado, até líderes religiosos e políticos, artistas e pretensas celebridades, quando perdemos o nosso poder de discernimento e deixamos que outros venham a ditar as nossas regras de conduta, as nossas escolhas, os nossos gostos, isso na maioria das vezes de forma imperceptível, nos momentos que nos tornamos pouco vigilantes e negligentes com nossos objetivos maiores trazidos ao plano físico pelas portas da reencarnação.


Um dos maiores legados que Allan Kardec nos deixou, além de todos os ensinamentos contidos na Doutrina Espírita, é o de aprendermos a aproximar e correlacionar o sentimento a razão, a fé ao conhecimento, nos impulsionando a não aceitar nada que tentem nos impor como dogma ou artigo de fé, e sim, apenas e exclusivamente, ao que nos fale a razão, a lógica, nos dando plena liberdade de questionar, de duvidar, de estudar e buscar por nós mesmos as respostas, nos dando através da codificação um guia seguro para tal, principalmente, para ampliarmos ao infinito a nossa visão sobre a vida, e o quanto ainda desconhecemos, o quanto ainda nos falta aprender, deixando claro que unicamente levantou a ponta do véu em relação ao que nos aguarda no decorrer não só desta existência, mas de todas as outras que ainda nos faltam vivenciar nesta jornada rumo a plena evolução.


Estudando, adquirindo o conhecimento, mantendo a nossa mente aberta, com discernimento e responsabilidade, a novas informações, mais seguros estaremos quanto a qualquer situação que tenhamos que enfrentar no plano físico, e desta forma, menos sujeitos a sermos negativamente manipulados, usados, seja por quem for, aprendendo a analisar cada fato de forma segura e imparcial, nada aceitando de olhos fechados, nos tornando assim, mais uteis a nossa sociedade como um todo, fortalecendo aqueles que agem com boa intenção, e mantendo afastados aos que visam unicamente satisfazer às suas paixões e seus vícios de conduta.


Como parâmetro para determinarmos o caminho a seguir neste processo de autoconhecimento e domínio pleno sobre nossos pensamentos, sobre nossa vontade, teremos sempre Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, Nosso Amado Mestre Jesus Cristo, que nos dá o roteiro em seus ensinamentos e exemplos, de como conquistar a paz e a felicidade, deixando claro que para isso se fará sempre a necessidade do esforço, da luta, de carregarmos a nossa própria cruz, principalmente, porque, o nosso maior desafio será sempre o de superar a nossa própria inferioridade, alimentada por séculos e vidas de descaminhos e inconsequências.


Somos livres para pensar, para sentir, para agir, porém, escravos nos tornaremos, sempre que nos deixarmos arrastar pelo erro, pelo mal, mesmo quando este esteja disfarçado de felicidade e sucesso, de prazeres mundanos, fúteis e passageiros, que nos acarretarão apenas mais sofrimentos e dissabores futuros.


Sejamos donos do nosso destino, cientes do sacrifício do superar o próprio “eu”, aquilo que fomos, que ainda somos, em relação ao que desejamos, daqui em diante, nos tornar, neste processo de renovação e transformação que todo aquele que deseja evoluir precisa passar, até que encontre o pleno domínio sobre sua vontade, até que encontre a verdadeira paz que só o bem pode proporcionar.


Nesta luta nunca estaremos sós, nossos amigos e benfeitores espirituais estarão sempre presentes quando sincero for o nosso desejo de mudar para o bem, enriquecendo o nosso pensamento com o amor e o conhecimento que trazem, nos fortalecendo e potencializando nossa capacidade de assumir definitivamente o controle sobre o nosso ser eterno.


Que seja nossa vontade, que assim seja!    


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