Se há, e há, possibilidade de intercâmbio,
de interferência, de influência, entre os dois planos, o espiritual e o físico,
a principal fonte, o principal instrumento, é, sem dúvida, o pensamento humano,
que nos distingue uns dos outros, que nos identifica na multidão, que nos
caracteriza e classifica quanto ao que somos, o que sentimos, o que desejamos,
o que almejamos, onde e com quem nos compraz estar, escrevendo assim nossos
destinos, determinando as ações e as reações que produziremos, agentes principais
das atrações e das rejeições, na simbiose ou na repulsa, em nosso
relacionamento com os nossos irmãos do caminho, estejam eles encarnados ou desencarnados.
É o pensamento, o luminar da liberdade
humana, onde ninguém e nada pode penetrar e comandar, caso nós não o
permitirmos, é porto seguro para nossas ideias e ideais, guardião da nossa
vontade, onde tiranos, fanáticos, radicais, ditadores, usurpadores não podem
nos atingir, por mais que maculem o nosso corpo, por mais que nos inflijam
sofrimentos ou agressões.
Apesar do pleno domínio que todos temos
do nosso pensamento, do nosso sentir mais íntimo, por fraqueza, por comodismo,
por ignorância, por medo, ou levados por tantos outros sentimentos inferiores,
como o orgulho, a vaidade, o egoísmo, preferimos nos deixar comandar, manipular,
dando espaço para que inúmeros manipuladores venham nos impor aquilo que desejam,
isso dos mais simples aos mais complexos relacionamentos, seja ele um íntimo de
nosso lar, um colega de trabalho, um chefe, um subordinado, até líderes
religiosos e políticos, artistas e pretensas celebridades, quando perdemos o
nosso poder de discernimento e deixamos que outros venham a ditar as nossas
regras de conduta, as nossas escolhas, os nossos gostos, isso na maioria das
vezes de forma imperceptível, nos momentos que nos tornamos pouco vigilantes e
negligentes com nossos objetivos maiores trazidos ao plano físico pelas portas
da reencarnação.
Um dos maiores legados que Allan Kardec
nos deixou, além de todos os ensinamentos contidos na Doutrina Espírita, é o de
aprendermos a aproximar e correlacionar o sentimento a razão, a fé ao
conhecimento, nos impulsionando a não aceitar nada que tentem nos impor como
dogma ou artigo de fé, e sim, apenas e exclusivamente, ao que nos fale a razão,
a lógica, nos dando plena liberdade de questionar, de duvidar, de estudar e
buscar por nós mesmos as respostas, nos dando através da codificação um guia
seguro para tal, principalmente, para ampliarmos ao infinito a nossa visão sobre
a vida, e o quanto ainda desconhecemos, o quanto ainda nos falta aprender,
deixando claro que unicamente levantou a ponta do véu em relação ao que nos
aguarda no decorrer não só desta existência, mas de todas as outras que ainda
nos faltam vivenciar nesta jornada rumo a plena evolução.
Estudando, adquirindo o conhecimento,
mantendo a nossa mente aberta, com discernimento e responsabilidade, a novas informações,
mais seguros estaremos quanto a qualquer situação que tenhamos que enfrentar no
plano físico, e desta forma, menos sujeitos a sermos negativamente manipulados,
usados, seja por quem for, aprendendo a analisar cada fato de forma segura e
imparcial, nada aceitando de olhos fechados, nos tornando assim, mais uteis a nossa
sociedade como um todo, fortalecendo aqueles que agem com boa intenção, e
mantendo afastados aos que visam unicamente satisfazer às suas paixões e seus vícios
de conduta.
Como parâmetro para determinarmos o
caminho a seguir neste processo de autoconhecimento e domínio pleno sobre
nossos pensamentos, sobre nossa vontade, teremos sempre Aquele que é o Caminho,
a Verdade e a Vida, Nosso Amado Mestre Jesus Cristo, que nos dá o roteiro em
seus ensinamentos e exemplos, de como conquistar a paz e a felicidade, deixando
claro que para isso se fará sempre a necessidade do esforço, da luta, de carregarmos
a nossa própria cruz, principalmente, porque, o nosso maior desafio será sempre
o de superar a nossa própria inferioridade, alimentada por séculos e vidas de descaminhos
e inconsequências.
Somos livres para pensar, para sentir,
para agir, porém, escravos nos tornaremos, sempre que nos deixarmos arrastar
pelo erro, pelo mal, mesmo quando este esteja disfarçado de felicidade e
sucesso, de prazeres mundanos, fúteis e passageiros, que nos acarretarão apenas
mais sofrimentos e dissabores futuros.
Sejamos donos do nosso destino, cientes
do sacrifício do superar o próprio “eu”, aquilo que fomos, que ainda somos, em
relação ao que desejamos, daqui em diante, nos tornar, neste processo de renovação
e transformação que todo aquele que deseja evoluir precisa passar, até que
encontre o pleno domínio sobre sua vontade, até que encontre a verdadeira paz
que só o bem pode proporcionar.
Nesta luta nunca estaremos sós, nossos
amigos e benfeitores espirituais estarão sempre presentes quando sincero for o
nosso desejo de mudar para o bem, enriquecendo o nosso pensamento com o amor e
o conhecimento que trazem, nos fortalecendo e potencializando nossa capacidade
de assumir definitivamente o controle sobre o nosso ser eterno.
Que seja nossa vontade, que assim seja!
Venha conhecer nossa livraria virtual, acesse:
www.livrariaturmadobem.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário