terça-feira, 28 de março de 2017

Sejamos humildes para reconhecer nossas limitações...



Orgulho e egoísmo, sem dúvida, são sentimentos inferiores matrizes de todos os desequilíbrios e erros que alimentamos e cometemos, hoje, e dos já cometidos em inúmeras existências passadas, inclusive, durante nossas estadias no plano espiritual.

Decorrente desta constatação, analisando o que ainda valorizamos atualmente, arriscamos afirmar que estamos estagnados há séculos, com mínimos avanços, e constantes escolhas e atitudes recalcitrantes, o que justifica ainda estagiarmos neste planeta de provas e expiações.


Se algo avançamos, isto ocorre quase de forma imperceptível, tal ainda a importância que damos as coisas mesquinhas, fúteis, superficiais, ao mundanismo da sociedade humana, em detrimento ao esforço e a disciplina que o estudo e o trabalho diretamente ligados a nossa renovação espiritual exigem.


Ainda quando já nos esforçamos no caminho do bem, procurando ser uma pessoa íntegra, honesta, valorizando o bem, e nada fazendo de sã consciência para prejudicar e lesar ao próximo, difícil que nos libertemos de forma definitiva do egoísmo, de supervalorizarmos aquilo que a nós está mais intimamente ligado, como nosso lar, nossa família, nossas conquistas materiais, nosso patrimônio, nossa posição social, nos concentrando em proteger e aumentar nossas posses, sem atinar com as necessidades que a nossa sociedade como um todo carece, assim como as do que mais próximos de nós convivem, nos isolando em uma redoma, onde passamos a ser o centro do mundo, estando bem, desde que nossos desejos e nossas necessidades estejam satisfeitas.


Da mesma forma, o egoísmo acaba por prevalecer quando estamos passando por problemas ou enfermidades, ou estejam eles ocorrendo com algum dos nossos entes queridos, quando passamos a desejar imediata melhora, até mesmo a exigir, seja por parte de pessoas ou profissionais que possam ajudar, ou até mesmo de Deus, das correntes religiosas ao qual somos filiados, sem atinar que não somos especiais, ou se o somos, seremos tanto quanto qualquer outro irmão do caminho, seja ele quem for.


Todos nós estamos sujeitos a quaisquer das situações que a vida no plano físico apresenta, desta forma, se o nosso filho tem uma doença grave, ao mesmo tempo, no mundo, outros pais estão enfrentando o mesmo problema que nós, ou até mesmo em condições mais graves, sendo que não haverá privilégios a se esperar, mesmo que sejamos pessoas de bem, que pratiquemos atos meritórios, que sejamos caridosos, que venhamos a frequentar uma religião, ou algo doar do nosso tempo e de nossa energia em prol da sociedade ou do próximo.


O amor, como é falsamente compreendido em nosso atual estágio evolutivo, acaba por se tornar exclusivista, egoísta, seletivo, onde tendemos sempre a direciona-lo a quem nos é afim, a quem nos agrada, a quem compatibiliza com nossa forma de pensar e de agir, tal o hábito que temos de eleger vítimas e algozes, mocinhos e vilões, culpados e inocentes, em total desacordo com as máximas cristãs que nos convidam a compreender o amor em sua essência, orientando-nos a perdoar não sete, mas setenta vezes sete, a não atirar pedras caso também tenhamos algum tipo de pecado, a não julgar afim de não ser julgado, e a nos reconciliar com os nossos adversários enquanto  a caminho com ele.


Quando o Mestre colocou como princípio básico de amar ao próximo como a nós mesmos, foi claro que devemos, acima de tudo, alimentar ao amor, faze-lo nascer e se expandir dentro de nós, primeiro valorizando nossa individualidade, encontrando o equilíbrio, lutando contra nossos instintos e sentimentos inferiores, nos amando e nos conhecendo, com o firme propósito de expandirmos este puro sentimento ao próximo.


Vale salientar, entretanto, que o Mestre não especificou quem é o próximo, não impôs condições, parâmetros, exigências, apenas citou o próximo, a todo e qualquer irmão do caminho, independente das diferenças que nos caracterizam, seja de credo, de cor, de preferência sexual, política, de condição social, ou qualquer outro fator que possa vir a formar algum impeditivo ligado a segregação ou ao preconceito.


Seja rico ou pobre, seja um ente querido ou um desconhecido, precisamos compreender que todos somos iguais, não só perante as leis humanas, mas, principalmente as divinas, com os mesmos direitos e deveres, com as mesmas possibilidades, as mesmas oportunidades, ainda que estejamos envolvidos em processos evolutivos únicos, motivados por nossas inúmeras existências pretéritas, que nos unem através de vínculos, de simpatias, de antipatias, tudo, porém, plenamente possível de realização e vitória, já que o fardo a suportar nunca será superior as nossas forças.


Evidente que a nossa dor não diminuirá, ou o nosso problema não será mais simples de resolver, apenas por sabermos que há outros irmãos do caminho passando por situações iguais ou piores que as nossas, não sugerimos conformismo, mas sim, equilíbrio, discernimento, paz íntima, fé, coragem para suportar e superar a adversidade, sem que venhamos a comprometer ainda mais nosso espírito frente as leis do bem, lutando e agindo para superar e suportar, mas, sem ferir ou prejudicar a ninguém, e sem nos deixar levar por sentimentos como o desespero, a revolta, o ódio, a inveja, a vaidade, o ciúme, ou outro qualquer que venha a nos arrastar a situações e consequências ainda mais dolorosas e complexas de solução.


Não somos o centro do mundo, não devemos esperar privilégios, ou exigir atenção e ação indevida, sabendo respeitar ao próximo e a sociedade onde vivemos, estudando e trabalhando para nos tornar pessoas melhores, de acordo com os conceitos cristãos, abalizados pelos preceitos espíritas, que nos dão a certeza da continuidade da vida, e das inúmeras oportunidades que ela nos oferece de aprendizado e de quitação de nossas dívidas pretéritas.



Sejamos humildes para reconhecer nossas limitações, agindo sempre para melhorar, mas dentro daquilo que somos capazes de realizar, nos preocupando mais em viver em função do que precisamos, do que em função do que desejamos, principalmente, quando ainda somos incapazes de discernir entre o que, de fato, irá nos fazer avançar e crescer como individualidade eterna, e o que nos manterá acorrentados a nossa inferioridade, não visando efêmeras e passageiras vitórias, mas eternas conquistas no infinito caminho do bem e da paz maior.



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