O principal a se transformar naquele
que, cansado, não mais suporta as consequências e a carga negativa que acumulou
para si no decorrer de equivocadas experiências físicas, e passagens elucidativas
na pátria espiritual, pela entrega as paixões degradantes e aos vícios alimentados
por seus sentimentos inferiores, é aquela onde predomina o pensamento íntimo, a
vontade, o desejo, geralmente não manifesto exteriormente em nossa personalidade, e que comanda
todos os nossos passos, nossos planos, nossas lutas, nossas conquistas.
Transformando os nossos sentimentos
mais íntimos, o nosso “eu” interior, mudamos a nossa percepção das coisas, a
forma como encaramos os desafios, os problemas, como suportamos as adversidades,
como nos relacionaremos com aqueles que formam os nossos laços afetivos, a
nossa família, nossos amigos, as pessoas com quem nos deparamos no dia a dia,
e, principalmente, caso os tenhamos, com nossos inimigos, nossos adversários,
nossos desafetos, estes os quais, em boa parte, já nos desentendemos não só
nesta, mas também em precedentes existências.
Quando essa nossa transformação íntima
nos leva a adquirir a forma de viver cristã, espírita, muda o prisma pelo qual
encaramos as situações da vida, das mais simples as mais complexas, passando
a influenciar de forma benéfica e construtiva a toda e qualquer ação ou reação
que levemos a efeito.
Passaremos a buscar o lado positivo
das pessoas, e das situações que vivenciarmos, transformando em
aprendizado e experiência tudo pelo qual passarmos na vida, de bom ou de
ruim, conscientes que alegrias, vitórias, sofrimentos, fracassos, são fatores
naturais na existência de todos os seres humanos, sem privilégios, sem exceções,
que não existem recompensas indevidas ou punições arbitrárias, mas apenas consequências
naturais de nossos atos e escolhas, levados a efeito nesta ou em outras etapas
cármicas de nossa existência eterna.
A busca pelo equilíbrio espiritual, o
esforço no estudo doutrinário, o empenho sincero nas ações beneficentes e sociais
com a intenção de auxiliar ao próximo e a sociedade onde vivemos, a luta constante
para não mais nos deixarmos influenciar pelos sentimentos inferiores, pelos vícios,
pelas paixões que alimentamos, ou ainda pulsam em estado latente em nosso íntimo, não
são fatores condicionantes para que nos livremos de dificuldades, de problemas,
para que não mais venhamos a sofrer, mas sim, ferramentas importantíssimas para
nosso fortalecimento frente as situações que nos exijam serenidade e paz,
quando passamos a suportar e superar a todo mal que venhamos a sofrer, sem nos
deixar levar pela revolta, pelo desespero, pelo medo, pela dúvida, aproveitando
ao máximo o período turbulento que estivermos passando para dele sairmos mais
fortes e instruídos, prontos para mais altos voos.
As adversidades, os nossos
adversários, os nossos desafetos, aqueles que de alguma forma ou por algum
motivo não gostam de nós e desejam nos prejudicar, não irão desaparecer por
encanto, apenas porque nos decidimos a melhorar e a buscar nossa renovação para o bem.
O que precisamos e nos cabe é transformar a forma como os vemos,
como os encaramos, quais são os sentimentos íntimos que alimentamos em relação
a eles, qual nossa postura, avaliando o que vêm nos acrescentar de positivo, o
que pode vir a agregar de bom e do bem a presença deles em nossa jornada evolutiva.
Nesta análise, mais se engrandece a
positividade do perdão, do entendimento, do esquecimento das ofensas, do nosso
esforço em vivenciarmos a humildade, a fraternidade, nos defendendo, sim, com
toda nossa vigilância e força para que não venhamos a ser prejudicados em nosso
desejo de ascensão, mas sem alimentar a revolta, o revanchismo, a vingança, a
proporcionalidade do mal, para que não venhamos por nossa incúria a nos enredar
nas teias da inferioridade humana, onde os maiores prejudicados seremos nós
mesmos, tal o desperdício de tempo e de energia por um embate onde, ao final,
por experiência, a vida deixa claro que nunca há vencedores.
Mantendo o equilíbrio íntimo, o foco
na transformação para o bem, a vontade de não só conhecer, mas, vivenciar em
sua essência o sentimento cristão, enriquecido pelo estudo espírita, pela lei
da sucessão de vidas, da causa e efeito, mais aptos nós estaremos para captar
as energias positivas e as orientações de nossos mentores e protetores
espirituais, aqueles que visam apenas e unicamente o nosso bem, a nossa elevação,
não dentro de nossos desejos imediatistas ou mundanos, mas das nossas necessidades
e prioridades eternas, auxiliando-nos a nos disciplinar no combate de nossas imperfeições,
no resgate de nossos débitos, e na aquisição de preciosos tesouros da alma,
ligados diretamente ao amor, fonte criadora da verdadeira felicidade.
Deste embate, desta luta por nossa
reforma íntima, por nossa transformação espiritual para o bem, como recompensa,
certo é que teremos a mais valiosa das aquisições, aquela que nos permitirá aspirar
a novas vitórias, seja no plano físico ou no espiritual, seja em expiações ou missões,
aquela que quando, de fato, conquistada, a nós para sempre pertencerá, como
troféu que ninguém mais poderá nos tirar:
A PAZ!
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