sexta-feira, 19 de maio de 2017

A Paz!






O principal a se transformar naquele que, cansado, não mais suporta as consequências e a carga negativa que acumulou para si no decorrer de equivocadas experiências físicas, e passagens elucidativas na pátria espiritual, pela entrega as paixões degradantes e aos vícios alimentados por seus sentimentos inferiores, é aquela onde predomina o pensamento íntimo, a vontade, o desejo, geralmente não manifesto exteriormente em nossa personalidade, e que comanda todos os nossos passos, nossos planos, nossas lutas, nossas conquistas.



Transformando os nossos sentimentos mais íntimos, o nosso “eu” interior, mudamos a nossa percepção das coisas, a forma como encaramos os desafios, os problemas, como suportamos as adversidades, como nos relacionaremos com aqueles que formam os nossos laços afetivos, a nossa família, nossos amigos, as pessoas com quem nos deparamos no dia a dia, e, principalmente, caso os tenhamos, com nossos inimigos, nossos adversários, nossos desafetos, estes os quais, em boa parte, já nos desentendemos não só nesta, mas também em precedentes existências.



Quando essa nossa transformação íntima nos leva a adquirir a forma de viver cristã, espírita, muda o prisma pelo qual encaramos as situações da vida, das mais simples as mais complexas, passando a influenciar de forma benéfica e construtiva a toda e qualquer ação ou reação que levemos a efeito.



Passaremos a buscar o lado positivo das pessoas, e das situações que vivenciarmos, transformando em aprendizado e experiência tudo pelo qual passarmos na vida, de bom ou de ruim, conscientes que alegrias, vitórias, sofrimentos, fracassos, são fatores naturais na existência de todos os seres humanos, sem privilégios, sem exceções, que não existem recompensas indevidas ou punições arbitrárias, mas apenas consequências naturais de nossos atos e escolhas, levados a efeito nesta ou em outras etapas cármicas de nossa existência eterna.



A busca pelo equilíbrio espiritual, o esforço no estudo doutrinário, o empenho sincero nas ações beneficentes e sociais com a intenção de auxiliar ao próximo e a sociedade onde vivemos, a luta constante para não mais nos deixarmos influenciar pelos sentimentos inferiores, pelos vícios, pelas paixões que alimentamos, ou ainda pulsam em estado latente em nosso íntimo, não são fatores condicionantes para que nos livremos de dificuldades, de problemas, para que não mais venhamos a sofrer, mas sim, ferramentas importantíssimas para nosso fortalecimento frente as situações que nos exijam serenidade e paz, quando passamos a suportar e superar a todo mal que venhamos a sofrer, sem nos deixar levar pela revolta, pelo desespero, pelo medo, pela dúvida, aproveitando ao máximo o período turbulento que estivermos passando para dele sairmos mais fortes e instruídos, prontos para mais altos voos.



As adversidades, os nossos adversários, os nossos desafetos, aqueles que de alguma forma ou por algum motivo não gostam de nós e desejam nos prejudicar, não irão desaparecer por encanto, apenas porque nos decidimos a melhorar e a buscar nossa renovação para o bem.



O que precisamos e nos cabe é transformar a forma como os vemos, como os encaramos, quais são os sentimentos íntimos que alimentamos em relação a eles, qual nossa postura, avaliando o que vêm nos acrescentar de positivo, o que pode vir a agregar de bom e do bem a presença deles em nossa jornada evolutiva.



Nesta análise, mais se engrandece a positividade do perdão, do entendimento, do esquecimento das ofensas, do nosso esforço em vivenciarmos a humildade, a fraternidade, nos defendendo, sim, com toda nossa vigilância e força para que não venhamos a ser prejudicados em nosso desejo de ascensão, mas sem alimentar a revolta, o revanchismo, a vingança, a proporcionalidade do mal, para que não venhamos por nossa incúria a nos enredar nas teias da inferioridade humana, onde os maiores prejudicados seremos nós mesmos, tal o desperdício de tempo e de energia por um embate onde, ao final, por experiência, a vida deixa claro que nunca há vencedores.



Mantendo o equilíbrio íntimo, o foco na transformação para o bem, a vontade de não só conhecer, mas, vivenciar em sua essência o sentimento cristão, enriquecido pelo estudo espírita, pela lei da sucessão de vidas, da causa e efeito, mais aptos nós estaremos para captar as energias positivas e as orientações de nossos mentores e protetores espirituais, aqueles que visam apenas e unicamente o nosso bem, a nossa elevação, não dentro de nossos desejos imediatistas ou mundanos, mas das nossas necessidades e prioridades eternas, auxiliando-nos a nos disciplinar no combate de nossas imperfeições, no resgate de nossos débitos, e na aquisição de preciosos tesouros da alma, ligados diretamente ao amor, fonte criadora da verdadeira felicidade.



Deste embate, desta luta por nossa reforma íntima, por nossa transformação espiritual para o bem, como recompensa, certo é que teremos a mais valiosa das aquisições, aquela que nos permitirá aspirar a novas vitórias, seja no plano físico ou no espiritual, seja em expiações ou missões, aquela que quando, de fato, conquistada, a nós para sempre pertencerá, como troféu que ninguém mais poderá nos tirar:


A PAZ!        

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