Ao estudar as obras de André Luiz por
diversas vezes nos deparamos com
situações que imperam os sofrimentos, as injustiças, o desprezo pelo bem, as
agressões a inocentes, os desencantos, as tristezas, as revoltas, que ao
surgirem, despertam no protagonista, como também em nós, leitores, diversos
sentimentos como a piedade, a solidariedade, a indignação, a pressa em
interferir, em interceder, que contrasta de forma significativa com a postura
de seus mentores e benfeitores espirituais, que usam como parâmetros de
procedimento, a lucidez, a tranqüilidade, o amor, o discernimento, a lógica, a
paciência, a tolerância, não definindo ou priorizando, não rotulando ou
questionando quem é o agressor, quem é a vítima, quem é o algoz e quem é o
enfermo, agindo sempre de forma construtiva e incisiva, buscando o equilíbrio e
o beneficiamento geral de todos os envolvidos, o que faz com que o neófito nas
tarefas assistenciais, André Luiz, por vezes, se desespere, deixe-se levar pela
ansiedade e angústia, cogitando uma ação mais severa, mais impulsiva, que
coincide, inclusive, com a forma normalmente utilizada por nós quando nos
deparamos com problemas e situações similares no plano físico, acarretando
invariavelmente soluções precipitadas e não plenamente objetivas tanto para
nós, como para os demais envolvidos.
Também nos surpreendemos, ao estudar a
Doutrina através das narrativas do autor, a praticidade, aliada a razão, com
que os benfeitores espirituais agem para solucionar as situações aflitivas com
que se deparam, sempre da forma com que todos os envolvidos sejam beneficiados,
ampliando sempre o raio de ação, a abrangência, planejando suas ações para o
auxilio do maior número de espíritos, sejam encarnados ou desencarnados,
envolvidos no drama sob sua orientação.
Se for um caso de obsessão, eles vão
buscar a origem do conflito, o fato gerador que levou aquele tipo de relação,
beneficiando com suas ações a todos, tanto aos obsessores, como aos obsedados, ainda
mais quando sabem serem os vínculos gerados entre os envolvidos, já de outras
existências, sendo que, hoje quem é a vítima, ontem, pode e deve ter sido o
agressor, o que não se justificaria, simplesmente, o afastamento de um, em
detrimento a tranquilidade do outro,
Todos somos irmãos do caminho e mesmo
quando o benfeitor espiritual tenha vínculo mais forte com um do que com o
outro envolvido no drama, nunca age com parcialidade, com favoritismo, sempre
visa o bem estar e a felicidade geral, não se preocupando no imediato
afastamento do obsessor e sim que, o tempo, de forma gradativa e constante, desate
suavemente os nós que os prendem um ao outro, ou os transformem em laços, não
mais de ódio ou revolta, e sim de amizade, de perdão e amor.
Os espíritos superiores, os benfeitores
espirituais, nossos mentores, são simples, humildes, equilibrados, coerentes,
pacientes, tolerantes, mesmo quando suas ações não surtam o efeito desejado e
aqueles a quem intentaram beneficiar continuem afastados do caminho do bem por
sua própria insensatez e intolerância, pois, sabem, que o tempo, a dor, o
sofrimento, a decepção, o tédio, vão fazer com que, mais cedo ou mais tarde, eles
se voltem para a Verdade e passem a receber seus auxílios de forma mais
positiva e produtiva, melhorando e readquirindo as possibilidades reais de
transformação e crescimento.
Nós, que estudamos e Doutrina, que já temos
o conhecimento de suas presenças e de suas atuações constantes ao nosso lado e
no ambiente onde vivemos e procuramos desenvolver nossas tarefas, temos que nos
esforçar ao máximo para auxiliá-los a nos auxiliar, a mais prontamente
assimilar e compreender o que a espiritualidade superior espera de nós, para
que possamos de alguma forma, não só algo fazer em nosso próprio adiantamento
individual, mas, principalmente o que poderemos fazer pela coletividade, nas
tarefas do dia-a-dia e as realizadas junto a Doutrina.
A melhor forma para que isso ocorra é nos mantermos sempre no caminho do bem, seguindo os preceitos e conceitos cristãos e espíritas, procurando fazer a nossa parte de acordo com os ensinamentos e exemplos, de caridade e amor, de estudo e trabalho que Nosso Mestre Jesus nos deixou.
A melhor forma para que isso ocorra é nos mantermos sempre no caminho do bem, seguindo os preceitos e conceitos cristãos e espíritas, procurando fazer a nossa parte de acordo com os ensinamentos e exemplos, de caridade e amor, de estudo e trabalho que Nosso Mestre Jesus nos deixou.
Esforçando-nos por melhorar será sempre a
melhor forma de continuar a receber a ajuda e a orientação que
nossos benfeitores espirituais nos trazem, seja através de contatos diretos em
nossas atividades espíritas ou através da intuição, do abraço apertado, do
ósculo de amor que nos ofertam sempre que nossas energias, nossos pensamentos,
nossos anseios, permitam que de nós, eles se aproximem.
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Alguns tarefeiros e estudiosos da Doutrina
Espírita defendem a ideia que, se alguém está passando por uma provação, um
problema, uma enfermidade, que isso vem a fazer parte do resgate que ele deve enfrentar,
nada precisando ou devendo fazer para auxiliar que tenha a situação minorada ou
melhorada. Uma forma de agir e de pensar totalmente sem nexo, inconcebível,
bastando para rebater este argumento, esta ideia, ler, com respeito e carinho,
o Evangelho, que contém todas as máximas, todos os ensinamentos, todos os
exemplos do Nosso Amado Mestre Jesus, baseado no Amor e na Caridade para com o
próximo, para com os mais fracos, os mais enfermos, tanto do corpo, como do
espírito.
O cristão, o espírita, tem que se
conscientizar que não está no plano físico para julgar ou pré-julgar, para
“achar” que algo está certo ou errado, que mereça ou não auxílio, para
selecionar aqueles que precisam realmente de ajuda, quem vale a pena ser
socorrido, quem será grato, quem aproveitará o que lhe for oferecido, quem
precisa ser tratado.
Não cabe ao tarefeiro espírita escolher
os que deverão receber a orientação e o ensinamento dos preceitos e conceitos
doutrinários, querendo discernir se esse ou aquele tenha mais ou menos
capacidade ou merecimento de ter acesso as Verdades Eternas.
Tudo isso é irrelevante, Deus se utiliza
do homem para interagir com os outros homens, para que um e outro se apóiem
reciprocamente, de acordo com a habilidade, capacidade e o grau evolutivo que
atravessam no momento, para socorrer, auxiliar, unir, construir, sempre os mais
fortes amparando os mais fracos, os mais inteligentes ensinando e orientando os
mais ignorantes, os mais sadios socorrendo aos enfermos, os mais jovens
ajudando os mais idosos, os mais idosos passando sua experiência aos mais
jovens, tudo é uma troca. Em um determinado momento, com uma determinada pessoa
estaremos ajudando, em outro, esta mesma pessoa ou outra, estará nos amparando;
é tudo um aprendizado, um trabalho contínuo, constante, infinito, de
interdependência, de interação, de interligação, de reciprocidade.
Se Deus utiliza o homem para auxiliar
ao homem, não significa que Ele não esteja no comando, sendo assim, caberá
unicamente a Ele a avaliação do desempenho de cada um de nós, as recompensas e
as necessárias cobranças e ressarcimentos por erros e desvios cometidos.
Temos sempre o dever, sendo que quem o
faz por Amor considera na verdade como um direito, de servir, de sermos instrumentos,
fieis intermediários dos espíritos superiores, dos benfeitores espirituais, que
sabem sempre o que é melhor para nós e para o nosso crescimento cármico, que
nos deixam caminhar com as nossas próprias forças e nossas próprias escolhas,
na jornada que nos levará a necessária transformação espiritual.
Desta forma não cabe, portanto, a
nenhum de nós, mágoas, melindres, ressentimentos, contra as pessoas que não
souberem ou não puderem compreender o nosso esforço em auxiliá-los. Temos
que agir, servir e seguir adiante, para novos trabalhos, novas tarefas, novos
aprendizados.
O aproveitamento do que oferecermos aos
nossos irmãos do caminho é inteiramente deles, façamos sempre a nossa parte,
assim como eles tem que fazer a deles e deixemos a Deus, Nosso Pai, a avaliação
do resultado de nossos esforços. Não podemos ter a pretensão de saber o que é
melhor para os outros, se não conseguimos nem mesmo, até hoje, saber o que é melhor
para nós, e se já sabemos, colocar efetivamente e devidamente, em prática.
A jornada é longa e todos têm que
percorrê-la, cientes, que dependerá do esforço de cada um a vitória e a
possibilidade real de transpor os obstáculos na busca de novos e brilhantes
desafios.
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