O
médium espírita é aquele que agrega em si as leis morais, os ensinamentos
cristãos, não que lhe exija a perfeição, mas, que se esforce ao máximo para
pensar, falar e agir conforme os conceitos básicos, os exemplos do cristianismo
e do espiritismo. Não se pode supor um médium espírita que durante o dia se entregue
aos vícios, as paixões inferiores, a sentimentos e atitudes negativas, onde a
impaciência, a cólera, a inveja, o egoísmo, o orgulho imperem, e a noite,
durante as reuniões do centro que frequenta se “santifique”, esperando se
tornar um instrumento fiel e passivo da espiritualidade superior. É uma questão
de lógica, de bom-senso, devendo todos estar ciente que o ensinamento do Mestre
Jesus, em que diz que a cada um será dado segundo as suas obras, não é por
acaso ou sem fundamento.
Temos
que nos conscientizar que quanto mais informação, quanto mais conhecimento,
quanto mais estudo, quanto maior a nossa capacidade de reconhecimento e
discernimento, maior será a cobrança sobre nossos pensamentos e atitudes,
cobranças essas feitas por nossa própria consciência, encontrando cada vez
menos justificativas para erros, desvios, repetições, quedas e desatinos.
Todo
o mal que nós produzimos, assim, como todo o bem, voltará para nós com a mesma
força e proporção, em um prazo mais curto ou mais longo de tempo, de acordo com
as consequências materiais e espirituais que ele gerar.
É imprescindível, que cheguemos na nossa casa, em nosso lar, e
encontremos um ambiente de paz, de concórdia, de tranquilidade, de amor, para
que nosso espírito possa se restabelecer, se equilibrar, reavaliar o que fez,
planejar o que ainda falta fazer, corrigindo erros, melhorando acertos.
Podemos
dividir nossa existência física em “templos”, locais onde devemos estabelecer
nossas prioridades, coordenar nossos desejos, nossos pensamentos, avaliar o que
temos feito, como temos agido, sendo os dois principais “templos”, o nosso “eu”
interior e a nossa casa, nosso lar, onde, caso tenhamos plena condição de nos
mantermos equilibrados, cordatos, com uma postura definida para realização do
bem, dos conceitos cristãos que devem nortear nossa existência, muito mais
fácil será nossa participação e nosso convívio nos outros “templos” que fazem
parte de nossa vida, nosso trabalho, nosso centro espírita, nosso convívio
social, nossa vida diária.
Por
este motivo, as pessoas que convivem no mesmo lar, sob o mesmo teto, sejam
cônjuges, pais e filhos, irmãs e irmãos, tudo devem fazer, para viverem bem,
para se respeitarem, para aceitarem as diferenças de personalidade e as
diferenças evolutivas, alimentando a amizade, a compreensão, a fraternidade, a
solidariedade, o amor, porque, quando conquistarem estes valores, estes
sentimentos dentro do seu próprio lar, mais perto estarão de expandi-los para
fora dele, para os outros ”templos”, tornando-se assim, mais próximo do ideal
cristão que deve nortear às nossas vidas.
No
lar não deve existir, consequentemente, orgulho, vaidade, ciúmes, egoísmo, deve
existir, sim, cumplicidade, carinho, aconchego, o lar tem que ser nosso oásis,
nosso porto seguro, o lugar para onde voltar após a batalha diária, para o
repouso físico e espiritual, onde, em sua entrada, tenham como barreiras, o bem que
alimentamos e buscamos vivenciar, tornando-o intransponível para as forças
inferiores que pululam ao nosso redor e que buscam no desequilíbrio, nos
vícios, nas paixões degradantes, na hostilidade, no menosprezo pela moral, pelo
amor, invadir nossa casa e espalhar todo seu fel, sua revolta, seu
mal.
Façamos
do nosso lar um ”templo” de amor, de paz, de alegria, de eterna esperança para um futuro
melhor, não só nosso, mas, de todos que dele possam se aproximar, física ou
espiritualmente, em busca de um reduto de Jesus na Terra.
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