Ninguém
pode impor a um irmão do caminho, seja ele um laço afetivo íntimo ou um
completo desconhecido nesta romagem terrestre, uma ideia, uma forma de pensar,
de agir; entretanto, é inegável que entre toda a massa que forma o contingente
de espíritos encarnados no plano físico, existem inteligências de profundo senso
de discernimento e entendimento, que compreendem as necessidades gerais daqueles
que convive, dos grupos sociais que frequenta, seja em âmbito geral ou específico,
como o da religião, da política, da educação, sobre os quais têm profunda influência
e ampla capacidade de manipulação, de interferência, de interação, agindo sobre
eles de acordo com sua personalidade e suas prioridades.
Em
vários casos, por deter esta capacidade, atua de forma indevida, vindo a se aproveitar
deste domínio que possuí sobre o próximo em proveito próprio, abusando de suas
carências, sejam intelectuais, morais, financeiras, etc.
Na
história da humanidade terrestre tivemos inúmeros casos, inúmeros exemplos em
que, o carisma, o poder, a capacidade de manipulação, interferiram de forma
incisiva na forma de pensar, de agir, de decidir das massas, dos povos.
Utilizando
desta capacidade, Hitler, durante o período da segunda guerra mundial,
convenceu milhões de alemães que eram, de fato, seres superiores e privilegiados
em decorrência da sua raça, tornando-os cúmplices indiretos de seus desvarios,
de seus crimes, do genocídio que promoveu frente ao povo judeu e aos que em sua
sociedade eram considerados minoria, como os homossexuais, os negros, os deficientes
físicos ou mentais.
Como instituição, podemos usar como exemplo, o período da considerada Idade Média, em que a igreja católica exercia poder de estado, influenciando diretamente reis e mandatários, estendendo suas teias de manipulação de interesses através da Inquisição, protegendo atitudes hostis e violentas que originaram as fogueiras, as guerras santas, a perseguição ao protestantismo nascente, justificando a escravidão, entre tantos outros desvarios praticados pelo homem na época.
Situações
inúmeras ocorridas até hoje na história da civilização humana em que as
necessidades dos povos foram distorcidas e utilizadas de forma criminosa na
manipulação de fatos, de informações, gerando conflitos, criando inimigos reais
ou imaginários, fazendo com que inocentes se tornassem culpados ou traidores,
de acordo com os interesses do indivíduo ou do grupo que tinha o poder de atuação
sobre a massa, alterando ou impondo crenças, deturpando ensinamentos, até mesmo
os mais puros, os cristãos, com o objetivo único de satisfazer seus desejos e
paixões inferiores, suas ambições desmedidas.
Precisamos
também não deixar de ressaltar que este poder de manipulação, de formação de
opiniões e crenças, também vem sendo utilizado constantemente para o bem, para melhorar
as pessoas e a sociedade em que vivemos, incutindo nas mentes, ao longo da
jornada evolutiva humana, os conceitos, a forma, com a qual se poderá encontrar
a verdadeira paz, o necessário equilíbrio, principalmente pra que cada um
consiga por si próprio, discernir o que é melhor para sua existência e as suas
necessidades imediatas básicas para crescer e melhorar como individualidade.
Jesus
Cristo, Buda, Moisés, Maomé, Sócrates, Lutero, Allan Kardec, entre tantos
outros, foram espíritos que estiveram entre nós basicamente para doar seu tempo,
sua energia, seu Amor, para que as pessoas, as sociedades, os povos, buscassem
não fora, mas dentro de si, as respostas que tanto precisam para encontrar a
verdadeira paz, o verdadeiro sentido da vida.
Infelizmente,
no mundo moderno, com o excesso de informação e a velocidade com que ela chega,
dando pouco tempo para que possamos analisa-las, assimila-las, separando o joio
do trigo, o que é verídico ou não, o que de fato vem de encontro com as necessidades
reais da sociedade como um todo, e não simplesmente as de grupos ou interesses
específicos, mais facilmente somos manipulados, monitorados, conduzidos, afastando-nos
ainda mais dos reais parâmetros da felicidade real e pura, daquilo que nos fará
avançar, de fato, como coletivo, fazendo com que o materialismo, o consumismo, ganhe
a cada dia mais espaço, afastando-nos da simplicidade, da fraternidade, dos valores
morais e éticos, únicos a garantir uma justiça plena, onde o mais forte protege
o mais fraco, auxiliando que ele cresça, progrida, agregue, diminuindo distâncias,
facilitando que o bem supere as energias inferiores que ainda se espalham ao
nosso redor.
Os
avanços tecnológicos, da ciência, são de suma importância para a jornada
evolutiva humana, para o progresso da civilização em nosso planeta, mas este avanço
precisa caminhar juntamente com o crescimento espiritual, onde o senso de
justiça prevaleça, fazendo com que o homem não veja no próximo um inimigo, alguém
a ser batido, a ser superado, e sim, a um irmão, um companheiro de jornada, fazendo
com os sentimentos cristãos sejam mais valorizados, agindo mais incisivamente na formação do caráter de nossas crianças,
para que retomemos o rumo da igualdade de direitos, das possibilidades reais de
crescimento individual sem o desrespeito ao direito coletivo, onde as leis humanas
valham para todos, o que fatalmente acontecerá se basearmos nossas atitudes nas
leis divinas, onde a paz e o amor estejam sempre a frente de qualquer decisão,
de qualquer escolha.
Aqueles
que já possuem uma capacidade intelectual, um poder de discernimento maior que
do seu irmão do caminho, tem a necessidade e a obrigação de auxilia-lo a
crescer, a melhorar, a que também este venha a alcançar seu estágio, e não
esmaga-lo ou pressiona-lo para obter ganhos indevidos ou satisfazer interesses
escusos.
Conhecimento
e sentimento precisam caminhar juntos, de nada adianta ter o poder de comandar
se é comandado em seu íntimo por seus sentimentos mesquinhos, inferiores, o que
determina a superioridade não é, como muito pensam, os títulos, a formação acadêmica,
e sim a capacidade de aliar a inteligência à espiritualidade, a capacidade de
realizar com o amor a ofertar.
Todo
aquele que está em uma posição de influenciar, seja um pai, um professor, um
chefe, um comandante, um artista, um político, um desportista, precisa ter a consciência
que o preço a ser pago é proporcional ao poder temporário que está em suas mãos,
sendo o responsável indireto de tudo de positivo ou negativo que vier a ser
realizado por aqueles que estão sob sua influência, o que lhe garantirá sempre
um futuro de crescimento e evolução ou de estagnação e reparação, de acordo com
suas escolhas, com as prioridades que determinou para si e transmitiu para os
outros.
Os
parâmetros são claros, o Mestre mesmo fez questão de deixar explícito, Ele é o
Caminho, a Verdade e a Vida, e seus conceitos devidamente estudados, assimilados, vivenciados, já bastam para que tenhamos plena certeza da rota que
estamos traçando para nós e da influência menor ou maior, menos ou mais abrangente
que temos frente aos nossos irmãos do caminho, lembrando e ratificando que
somos e seremos sempre, os principais artífices do nosso destino e os
principais responsáveis por nossas escolhas, por nossas atitudes, cabendo a
cada um escrever o seu próprio destino, e que seja no bem.
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