Em
relação as prioridades que escolhemos para nós durante inúmeras existências, assim
como em diversas oportunidades de nossa atual passagem, quantas não estão catalogadas
sob o véu das ilusões efêmeras e passageiras, quantas não passam de fantasias
ou quimeras?
Conquistas
soberbas e inócuas, poderes temporais e ínfimos, onde muitos vivem presos a necessidade
da fama, da idolatria, perdidos na manutenção de seus impérios financeiros, acorrentados
pela vaidade e pelo orgulho a ostentação, ao luxo, assumindo posições enganosas
e fúteis, de detentores da razão, de formadores de opinião, engolfados em uma
pretensa superioridade que longe estão de possuir.
Posicionamentos
e conceitos de vida que no entrechoque, na comparação com os sublimes ideais
cristãos, fazendo-nos ver o quanto estamos distante do entendimento real dos efetivos
valores que enriquecem o espírito e consequentemente agregam consigo a paz, o
equilíbrio.
Fatores
primordiais para a conquista definitiva da verdadeira felicidade, sentimentos
como a humildade, a tolerância, a paciência, a fraternidade, a bondade, a sabedoria,
todos direcionados para a caridade e o amor exemplificados pelo Cristo.
Ilusão
é o sonho irrealizável, aquele que se baseia em falsas premissas, em inverídicas
razões dentro daquilo que estamos aptos a conquistar em nosso atual estágio de
vida ou evolutivo, assim como também no querer àquilo que oficialmente não nos pertence e não poderá vir a pertencer por direito, ainda mais quando há
envolvido o interesse e o direito de outros, não nos cabendo interferir em algo
não diretamente ligado a nós simplesmente e unicamente tendo como justificativa
o nosso querer, a nossa vontade.
Tudo
nos é permitido, como disse o apóstolo, e ele complementa muito bem ao dizer que,
entretanto, nem tudo nos convém, quando precisamos aprender a discernir o
que, de fato, acrescentará algo de positivo a nossa individualidade espiritual.
Quantas
vezes nos deixamos dominar pela ansiedade, pela tristeza, pela raiva, pelo
desespero, por não conseguirmos realizar um objetivo meramente material ou físico,
ligado aos interesses inferiores e aos sentimentos negativos, desperdiçando um
enorme tempo, uma quantidade imensurável de energia e possibilidades criativas,
pela teimosia e pela irracionalidade de insistir naquilo que logo não nos
servirá mais, quando perceberemos o quanto de inútil foi o nosso acerbado
esforço em conquistar, isso quando ainda conseguimos conquistar e não nos perdemos
ainda mais pela depressão do fracasso.
Um
automóvel, uma roupa, uma posição social, um corpo atlético, uma beleza helênica,
uma posição de destaque, um título, um diploma, um relacionamento afetivo, algo
para nossos filhos ou entes queridos, que eles tenham um bom emprego, um bom
casamento, tudo isso, sim, inegavelmente válido dentro dos parâmetros de nossa
sociedade, mas, não, em nenhum momento justificável quando adoecemos, quando
nos desequilibramos, quando nos deixamos arrastar por quaisquer sentimentos
negativos ou inferiores pelo fato de não conseguirmos ou não recebermos aquilo
que almejamos.
Se
priorizarmos nossa existência nos reais valores da felicidade eterna, nos
sentimentos cristãos, teremos conquistado um equilíbrio que nos trará o
discernimento para aquilatar as reais necessidades que precisaremos suprir para
que a paz e o entendimento vigorem em nosso íntimo e nos relacionamentos
humanos a que somos chamados a conviver, sejam eles nos laços familiares, de
amizade, profissionais ou na efemeridade do cotidiano.
Se
basearmos nossa postura nos conceitos do bem, mesmo nos dedicando as conquistas
normais de nossa sociedade, saberemos dosar na medida certa o quanto se faz
necessário para nossa felicidade, nosso bem estar, aprendendo a valorizar o
simples, e dentro dele, viver com conforto, com comodidade, dedicando-nos ao
lazer sadio, aos relacionamentos cordiais, puros, produtivos, tendo tudo que a
sociedade possa nos oferecer, de acordo com o que considerarmos necessário para
nossa efetiva paz espiritual e a consequente felicidade dela decorrente.
Saber
desejar, saber sonhar, nos livra das ilusões e desilusões, das decepções, dos
sofrimentos infantis e desconexos, nos abrindo novas possibilidades de
crescimento, de realizações, de conquistas, todas elas baseadas na felicidade
real e duradoura que só o bem e o amor podem proporcionar.
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