terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Priorizando...





Em relação as prioridades que escolhemos para nós durante inúmeras existências, assim como em diversas oportunidades de nossa atual passagem, quantas não estão catalogadas sob o véu das ilusões efêmeras e passageiras, quantas não passam de fantasias ou quimeras?

Conquistas soberbas e inócuas, poderes temporais e ínfimos, onde muitos vivem presos a necessidade da fama, da idolatria, perdidos na manutenção de seus impérios financeiros, acorrentados pela vaidade e pelo orgulho a ostentação, ao luxo, assumindo posições enganosas e fúteis, de detentores da razão, de formadores de opinião, engolfados em uma pretensa superioridade que longe estão de possuir.

Posicionamentos e conceitos de vida que no entrechoque, na comparação com os sublimes ideais cristãos, fazendo-nos ver o quanto estamos distante do entendimento real dos efetivos valores que enriquecem o espírito e consequentemente agregam consigo a paz, o equilíbrio.

Fatores primordiais para a conquista definitiva da verdadeira felicidade, sentimentos como a humildade, a tolerância, a paciência, a fraternidade, a bondade, a sabedoria, todos direcionados para a caridade e o amor exemplificados pelo Cristo.

Ilusão é o sonho irrealizável, aquele que se baseia em falsas premissas, em inverídicas razões dentro daquilo que estamos aptos a conquistar em nosso atual estágio de vida ou evolutivo, assim como também no querer àquilo que oficialmente não nos pertence e não poderá vir a pertencer por direito, ainda mais quando há envolvido o interesse e o direito de outros, não nos cabendo interferir em algo não diretamente ligado a nós simplesmente e unicamente tendo como justificativa o nosso querer, a nossa vontade.

Tudo nos é permitido, como disse o apóstolo, e ele complementa muito bem ao dizer que, entretanto, nem tudo nos convém, quando precisamos aprender a discernir o que, de fato, acrescentará algo de positivo a nossa individualidade espiritual.

Quantas vezes nos deixamos dominar pela ansiedade, pela tristeza, pela raiva, pelo desespero, por não conseguirmos realizar um objetivo meramente material ou físico, ligado aos interesses inferiores e aos sentimentos negativos, desperdiçando um enorme tempo, uma quantidade imensurável de energia e possibilidades criativas, pela teimosia e pela irracionalidade de insistir naquilo que logo não nos servirá mais, quando perceberemos o quanto de inútil foi o nosso acerbado esforço em conquistar, isso quando ainda conseguimos conquistar e não nos perdemos ainda mais pela depressão do fracasso.

Um automóvel, uma roupa, uma posição social, um corpo atlético, uma beleza helênica, uma posição de destaque, um título, um diploma, um relacionamento afetivo, algo para nossos filhos ou entes queridos, que eles tenham um bom emprego, um bom casamento, tudo isso, sim, inegavelmente válido dentro dos parâmetros de nossa sociedade, mas, não, em nenhum momento justificável quando adoecemos, quando nos desequilibramos, quando nos deixamos arrastar por quaisquer sentimentos negativos ou inferiores pelo fato de não conseguirmos ou não recebermos aquilo que almejamos.

Se priorizarmos nossa existência nos reais valores da felicidade eterna, nos sentimentos cristãos, teremos conquistado um equilíbrio que nos trará o discernimento para aquilatar as reais necessidades que precisaremos suprir para que a paz e o entendimento vigorem em nosso íntimo e nos relacionamentos humanos a que somos chamados a conviver, sejam eles nos laços familiares, de amizade, profissionais ou na efemeridade do cotidiano.

Se basearmos nossa postura nos conceitos do bem, mesmo nos dedicando as conquistas normais de nossa sociedade, saberemos dosar na medida certa o quanto se faz necessário para nossa felicidade, nosso bem estar, aprendendo a valorizar o simples, e dentro dele, viver com conforto, com comodidade, dedicando-nos ao lazer sadio, aos relacionamentos cordiais, puros, produtivos, tendo tudo que a sociedade possa nos oferecer, de acordo com o que considerarmos necessário para nossa efetiva paz espiritual e a consequente felicidade dela decorrente.


Saber desejar, saber sonhar, nos livra das ilusões e desilusões, das decepções, dos sofrimentos infantis e desconexos, nos abrindo novas possibilidades de crescimento, de realizações, de conquistas, todas elas baseadas na felicidade real e duradoura que só o bem e o amor podem proporcionar.   

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