quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Não devemos temer o mal...




Não devemos temer o mal ou àqueles que, por sua inferioridade, ainda o praticam, encarnados ou desencarnados, porém, como contra qualquer outra situação na qual nos deparemos que venham contra os princípios que devem nortear o homem de bem, devemos ter o devido respeito, sem nunca abrir mão da oração e da vigilância, para que não venhamos a ser afetados em nosso equilíbrio e em nossa paz.



Devemos sempre nos manter atentos as investidas do mal, principalmente, devido a influência que os sentimentos inferiores, os vícios, os desregramentos e excessos, ainda podem ter sobre nossa individualidade eterna, devido ao nosso passado cármico, onde por eles nos deixamos dominar, período em que certamente aliciamos em nossa jornada adversários ou cúmplices, que ainda não compreendem ou aceitem que estamos, hoje, em processo de renovação, de transformação, de mudança.



Precisamos respeitar o mal como em uma batalha, respeitando ao inimigo, a sua força, a sua influência, mesmo que já estejamos plenamente convictos que temos em nós, amplas possibilidades de vencê-lo, não menosprezando seu poder e sua capacidade de atuação, nos mantendo assim sempre prontos a rechaça-lo, a mantê-lo a uma distância segura, para que não venhamos a ser atingidos ou prejudicados em suas nefastas intenções, para que assim não sejamos surpreendidos por suas investidas, ainda mais quando elas vêm disfarçadas de boas intenções e de falsas alegrias e indevidos prazeres.



Se desprezarmos, se humilharmos, se julgarmos, se criticarmos acerbamente, se nos considerarmos superiores, dominados assim pela prepotência e pelo orgulho, por aqueles que ainda estão presos a inferioridade de seus sentimentos, deixamos de pensar e de agir como nos orienta e exemplifica a caridade cristã, e consequentemente, ao fundo, passamos a nos assemelhar a eles, nos mantendo desarmados e despreparados para suportar devidamente aos seus ataques e a sua influência, abrindo nossas defesas, fortalecendo assim a energia daqueles que visam de alguma forma nos prejudicar, ainda mais quando os que assim procedem, não o fazem acintosamente, mas sim, sutilmente, alimentando de forma sorrateira aos sentimentos mesquinhos que valorizamos, nos enredando aos poucos nas teias da negatividade que ao final acabará por nos afastar das sublimes possibilidades realizadoras que só o bem e a paz cristã nos concedem.



O mal, mesmo que de ação temporária, causa transtornos de vulto, quando deixamos que domine nossos sentimentos, nossos pensamentos, e, principalmente, nossas ações e reações, fazendo com que, por mais bem intencionados que estivermos, nos mantenhamos estacionários, no mesmo nível evolutivo que até então nos encontrávamos, com a tendência que venhamos assim a desperdiçar mais uma oportunidade no plano físico de alijarmos uma parcela da negatividade que acumulamos por séculos de erros e crimes.



Quando nos referimos ao mal e a sua influência, não nos referimos apenas àqueles que, sabidamente, estão entregues ao mundo do crime, do erro, dos desregramentos de todos os tipos, mas também ao que se disfarçam no verniz da civilidade, nos que agem visando apenas os seus interesses imediatistas, sem se preocupar se estão magoando ou lesando ao próximo, e por vezes a si mesmos, ainda mais quando seus erros se baseiam em sentimentos que não infligem a legislação humana, mas que não deixam de provocar a desordem, o caos, o sofrimento, a dor, a decepção, não só naqueles que o praticam, como também em suas vítimas, nos seus associados e cúmplices.



Erros gerados pela inveja, pelo ciúme, pela cobiça, pela usura, pelo egoísmo, pela prepotência, pela vaidade, pelo orgulho, pelo medo, pela dúvida, que acabam por impedir que evoluamos e cresçamos como individualidade, nos mantendo presos ao nosso negativismo, mesmo que, exteriormente, já tenhamos de, alguma forma, melhorado, vindo, por exemplo, como espíritas, a estudar, a frequentar um centro, a participar efetivamente das tarefas assistenciais, auxiliando a entidade a que nos filiamos, a sociedade, ao próximo.



O nosso objetivo principal, independente das situações que enfrentarmos em nossa existência, das nossas escolhas, das nossas preferências, isso referente a qualquer caráter específico, seja em nosso lar, no nosso trabalho, nas nossas preferências religiosas, políticas, desportivas, deverá ser sempre a nossa transformação espiritual, a nossa renovação íntima, a nossa mudança definitiva de postura, da forma de pensarmos, de agirmos, assimilando de forma clara e real os sentimentos cristãos, em toda sua essência, em toda sua nobreza, vindo a alimentar a pureza do amor, da caridade, da amizade, da tolerância, do respeito, frente a qualquer situação que venhamos a passar.



Assim agindo, ou nos esforçando ao máximo para agir, temos a certeza que estaremos sempre acompanhados e protegidos pelas forças do bem, possibilitando que nossos mentores e protetores espirituais estejam ao nosso lado, tudo fazendo para que assimilemos ainda mais as necessidades e as prioridades que nos farão crescer e evoluir de acordo com as nossas maiores necessidades cármicas, relativas ao nosso passado e a nossa existência atual.



Ao mesmo tempo, com esse proceder, aprenderemos e nos fortaleceremos a suportar os ataques e as influências negativas que queiram nos impor, e o melhor, tendo também a possibilidade de agir como agente transformador, incentivando de certa forma, com nossos exemplos, com nosso proceder, com nossa resistência, àqueles que nos desejam o mal, para que passem também a refletir em suas situações, abrindo sua mente e seu coração, para que, por iniciativa própria, comecem também a aspirar uma melhoria íntima, vindo a perceber que só o bem e o amor cristão poderão, de fato, lhes levar a encontrar a paz, o equilíbrio, lhes abrindo novas perspectivas de evolução e crescimento.




A luta contra o mal é árdua e precisa ser contínua, atentos que o principal mal a vencer ainda é aquele que trazemos em estado latente dentro de nós mesmos, aquele que alimentamos por muitas vidas, utilizando-o de forma a transforma-lo em lição e experiência, para que nunca mais venhamos a pratica-lo, aprendendo a, definitivamente, trilhar o caminho do bem, vindo a nos tornar efetivos trabalhadores da seara do Senhor.       

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