quarta-feira, 18 de maio de 2016

Muitos até hoje ainda enxergam a Deus como um velhinho de longas barbas brancas...




Temos o hábito de apequenar os que são superiores a nós, alguns para se sentirem mais importantes, outros para se sentirem mais próximos daqueles que admiram, veneram, amam.



Muitos até hoje ainda enxergam a Deus como um velhinho de longas barbas brancas, em seu trono, com uma corte de querubins à sua volta, alternando, de acordo com a situação, momentos de amor, de alegria, de ira, de uma justiça implacável, e até mesmo, de vingança, rebaixando-o aos sentimentos de um ser humano normal, sujeito a alteração de humor, de vontades, de leis.



Da mesma forma, imaginam seres alados os nossos anjos da guarda, pairando sempre à sua volta, à sua disposição, como babás, evitando que venham a sofrer um acidente, os livrando das consequências de suas inconsequências, conseguindo o trabalho que almejam e o amor que desejam, e até mesmo que consigam a vitória do seu time querido, seu candidato preferido, estendendo as disputas esportivas e políticas pelos céus afora.



Como minimizamos nossos objetivos, nossos ideais, aquilo que temos e desejamos conquistar, valorizando o mundanismo da vida, os objetos materiais, o conforto, a beleza física, o poder temporal, também deixamos de conceber a devida importância e magnitude a Deus e as infinitas possibilidades de crescimento que temos ao nosso dispor, desde que nos voltemos ao estudo e a valorização das conquistas subjetivas, não mensuráveis materialmente, como o enriquecimento de nosso conhecimento, de nossa cultura, das energias que nos rodeiam, da vida em sua mais ampla concepção, na interação possível e real que todos temos atualmente com o plano espiritual, plano este do qual somos originários, e do qual, no plano físico, longe ainda estamos de usufruir de todos os seus benefícios, de tudo aquilo que pode nos acrescentar como individualidade e coletividade, tanto em termos espirituais, como materiais, com novas tecnologias, novas descobertas cientificas, novas possibilidades evolucionárias, que intuitivamente no decorrer das décadas chegam até nós.



Devemos, sim, por estarmos encarnados, cumprir os objetivos e exigências que a vida material nos trás, estudando, trabalhando, buscando uma estabilidade financeira, a constituição e a valorização do núcleo familiar, nos dando direito a usufruir ao que a existência carnal nos oferece, mas sem perder o foco principal que deve nortear as nossas ações e nossas prioridades, que é a transformação espiritual para o bem, ainda mais quando temos já a possibilidade de conhecer a Doutrina Espírita, de a estudarmos, de aceitarmos os princípios nela contidos como fatores norteadores do caminho que nos fará crescer como individualidade.



Desta forma, todos que passam a buscar o conhecimento, a ampliação de seu raio de ação, da interpretação dos fatos e acontecimentos da vida, daquilo que é explicável pela lei de causa e efeito, da ação e reação, da interligação do nosso passado de outras existências com a atual, através da lei da reencarnação, assume perante sua própria consciência, um novo compromisso, onde não mais a ignorância do dever lhe servirá de justificativa e atenuante para os desvios do caminho que venha a tomar, sendo este o preço a pagar por aquele que ousa desafiar a ignorância, o mesmismo, as limitações intelectuais, espirituais e morais, nas quais, por livre iniciativa, tomou a liberdade de enfrentar e se livrar.



É o mesmo que acontece com aquele que ao entrar em uma empresa nos cargos mais subalternos e de menor expressão, por ambição, por meta, começa a se esforçar, a tudo aprender, a realizar cursos, a galgar degraus dentro da hierarquia de seu trabalho, vindo a assumir a função daqueles que tem o compromisso de direção e comando, com isso, tendo sim, maiores possibilidades de ganho material, de melhoria do seu padrão de vida, de mais ampla capacidade intelectual e de liderança, porém, ciente que deverá assumir as responsabilidades do cargo e da posição que passou a assumir, tendo a consciência que, ao mesmo tempo que as realizações de sucesso lhe angariarão maiores frutos, os seus fracassos, os seus erros, a cobrança, a vigilância sofrida, os empecilhos criados por adversários, pelos que invejam sua posição, também serão muitos maiores, assim como maior poderá ser a sua queda se não vivenciar suas obrigações e suas responsabilidades de forma firme, cordata, produtiva, realizadora, de acordo com as condições íntimas que passou a possuir para efetiva-las.



Deus, assim como a espiritualidade superior, em essência, estão muito além de nossa capacidade de compreensão, de definição, sendo uma força, uma energia, ainda por nós totalmente desconhecida, as quais temos condições de ter uma pálida ideia ao estudarmos e avaliarmos a perfeição da natureza que nos rodeia, o movimento uniforme e constante dos corpos celestes, assim como a imensidão de nosso Universo, no qual somos uma das mais ínfimas partículas, como planeta, o que nos dá a noção de tamanho e importância como individualidade.



Orgulho, vaidade, egoísmo, prepotência, são os sentimentos inferiores que insistem em nos dominar quando ainda conclamamos o nada como força criadora de tudo, ou em um criador sujeito aos mais ínfimos vícios e paixões que nos dominam, barganhando e comercializando sua existência, tentando impor normas de conduta baseadas em interesses escusos e manipuladores, tentando fazer de Deus um comandante elitista, que privilegia quem o bajula, quem finge representa-lo, como se qualquer um de nós pudesse saber o que vem a ser, de fato, o ser que criou todo o Universo Cósmico.



Como Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, podemos, dentro de nossa limitada capacidade de compreensão, tentar defini-lo através das mais puras qualidades que representam os sentimentos humanos, e que damos a seguir:




“...Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo poderoso, soberanamente justo e bom...”




Se longe estamos de ter o conhecimento e a noção do quanto ainda temos a evoluir, aprender, crescer, não podemos negar que já temos, pelo menos, a direção a seguir, trazida pelo Cristo, com seus ensinamentos, seus exemplos, colocando como condição primordial para que estejamos aptos a avançar dentro de novos e mais abrangentes conhecimentos, o equilíbrio íntimo no Amor, sendo a conquista deste, em sua essência, a força principal que nos levará a não mais nos desviar de nossos objetivos maiores, aprendendo a valorizar a concórdia, a humildade, a sinceridade de intenções, a natural capacidade de perdoar, de relevar, de compreender as diferenças evolutivas, sem mais corrermos o risco de nos deixar arrastar pelo negativismo, pela postura inferior que nos prendem a limitações e obstáculos, que nos impedem de uma maior compreensão de nosso ideal maior.



Se ampliarmos nossos sonhos, a nossa visão sobre o futuro que poderemos vir a alcançar dentro de novas possibilidades de estudo, de trabalho, de realizações, dentro dos parâmetros e ensinamentos que nossos irmãos espirituais nos vêm trazer através do intercâmbio mediúnico, nos dando a certeza da continuidade da vida após a morte física, nos apresentando a validade de nosso esforço em superar obstáculos e dificuldades de forma segura, honesta, dentro da concepção do bem, estaremos sim, assumindo maiores responsabilidades sobre nossos atos, sobre nossas escolhas, afinal é o preço que todo aquele que quiser se livrar da ignorância precisa pagar, porém, ainda dentro dos exemplos que nossos benfeitores nos trazem, sabemos ser a recompensa de nossos esforços infinitamente superior quando, de fato, conseguimos vivenciar na prática, aquilo que elegemos como prioridade na teoria, nos dando assim, pela convicção que todo esforço é válido quando o objetivo maior é crescer e avançar, riquezas muito maiores daquelas que são oferecidas pela sociedade humana, aquelas que nos serão doadas coroando o nosso esforço, pela Força Maior que nos comanda, por Deus, que vem a ser maiores e mais valiosas oportunidades de aprendizados e realizações.       



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