Aquele
que já possui a noção do bem, que busca adequá-lo à sua forma de pensar e de
agir, principalmente, quando baseia seu esforço em crescer no Evangelho do
Cristo, ou como em nossa razão de estudo, na Doutrina Espirita, deve estar
sempre alerta e vigilante para que sua postura e escolhas o mantenham nesta
linha de conduta, devendo já possuir a consciência de que, quando fali, é porque
novamente se deixou arrastar por seus sentimentos negativos e instintos
inferiores, ainda não dominados e controlados, suprimidos ou transformados,
tendo como mérito ou lenitivo, geralmente, a pronta percepção do erro, e a rápida
retomada na busca do reequilíbrio, buscando não mais recalcitrar.
Aquele que já atingiu ao estágio de reconhecer suas próprias imperfeições, e se
propõe a combatê-las, precisa também estar ciente que, mais cedo ou mais tarde,
voltará a errar, a se equivocar, por mais atento que esteja para que tal não
ocorra; isso porque, se está em combate, se está em ação, devido a sua imperfeição
ainda latente, natural se faz que nem sempre atinja ao sucesso em seus
objetivos, em suas resoluções, agregando para si durante o processo renovador, vitórias e derrotas que farão parte de seu aprendizado, até que venha a ter pleno
domínio sobre si mesmo e sobre suas possibilidades realizadoras no bem.
O
importante nesta fase de transição, de luta íntima, é o não esmorecimento, é não
se deixar abater, não se deixar levar pelo desânimo, pela dúvida sobre sua própria
potencialidade, sobre seu poder de mudança, ainda mais que nesta fase estará
propenso a receber inúmeras influências negativas, encarnadas e desencarnadas,
que buscarão mantê-lo no mesmo estágio no qual se encontra, advindas de adversários,
de cúmplices, de associados no erro, não interessados, pelos mais variados
motivos, em vê-lo deixar o patamar inferior no qual atualmente se encontra.
Natural,
sendo o primeiro passo para o reequilíbrio íntimo, que venhamos a nos
arrepender dos nossos erros e do mal que, voluntária ou involuntariamente
causarmos, principalmente, quando nosso objetivo já é o bem, porém em nenhum
momento devemos nos deixar arrastar pelo remorso destrutivo, aquele que nos
mantém acorrentados ao erro perpetrado, aos companheiros de jornada ou as
situações que viermos indevidamente prejudicar, deixando claro, sim, o quanto
lamentamos e o quanto é sincero o nosso desejo de reparação, quando esta se faz
no momento possível, mas sem que com isso venhamos a perder o equilíbrio, a razão,
o discernimento, fatores primordiais para que continuemos avançando, com plena
capacidade de recuperação, prontos para novos aprendizados, para o resgate de débitos,
para a busca constante da renovação individual.
Assim,
deverá se tornar natural em nossa existência, quando a baseamos na moral evangélica,
o ato de perdoar e de nos desculpar, não nos prendendo a mágoas, a melindres, a
desejos de vingança ou retaliação, a não julgarmos para não sermos julgados, compreendendo
as diferenças evolutivas e de personalidade, não nos prendendo a sentimentos de
culpa, a traumas, cientes que não será fácil o caminho da transformação de
sentimentos, ainda mais que já são séculos, vidas, nos quais nos arrastamos
dominados por nossas imperfeições e por sentimentos enfermiços, como o egoísmo,
a vaidade, a prepotência, o orgulho, a dúvida, o medo, e ao domínio de vícios e
paixões degradantes, quando insistíamos em buscar à felicidade nas efêmeras
alegrias que a inferioridade humana proporciona.
Esta
retomada de atitudes, este desejo sincero de renovação, este enfrentamento
consciente de nossas imperfeições e das possibilidades reais que ainda temos de
falir, para que venham a se tornar experiências positivas e produtivas no
enriquecimento e fortalecimento de nossa personalidade eterna, deverão se
basear no mais puro sentimento cristão, independente de religiões ou crenças,
deverá se basear na humildade, na caridade, na honestidade, na ética, no
respeito, no companheirismo, na simplicidade, e, essencialmente, no amor, no
puro amor, que engloba a tudo e a todos, ao homem, a natureza, aos animais, e, principalmente,
a Deus, a Força Maior criadora e realizadora.
Que
assim seja então!
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