Em
amizade e cumplicidade, entre associados, companheiros, parceiros ou amigos, há
de se atentar sempre para a questão da sintonia, do encontro de mentes que se
compreendem e buscam vivenciar o mesmo objetivo, o mesmo sentimento, as mesmas perspectivas
e prioridades, carentes das mesmas necessidades, que acaba por gerar uma
energia recíproca nas quais invariavelmente os semelhantes se buscam e se
atraem.
Os
espíritos, principalmente os superiores moralmente, assim como também aqueles
que ainda se dedicam ao erro e ao crime, mas que possuem uma força e um controle
mental acima da média comum, conseguem avaliar e ler as mentes mais frágeis e
presas ainda a ignorância de suas capacidades realizadoras, facilmente
descobrindo o que pensamos, o que sentimos, o que desejamos, o que elegemos como
nossas metas e sonhos, futuros ou imediatos, assim como também desvendam
facilmente nossos erros passados, aquilo que nos prende, onde mais somos vulneráveis
e onde estão as nossas principais carências.
Desta
forma, de acordo com suas intenções e o sentimento que os guiam podem de forma mais eficaz, nos auxiliar ou nos prejudicar, nos orientar para o bem ou nos
enredar em seus descaminhos e truques, ainda que em última instância, será
sempre nosso livre arbítrio que irá determinar qual o rumo que tomaremos em
nossa existência, seja ela encarnada ou desencarnada, por mais que venhamos a
ser beneficamente influenciados, daqueles que nada impõe e nada exigem, ou
incisivamente manipulados por parte daqueles que exigem ser obedecidos e seguidos em seus intentos.
Essa
lei de atração, de similitude de desejos e sentimentos, é recíproca, sendo
sempre aquele que mais possuí a força mental, a determinação, o rigor, a
disciplina da conduta, sobre aquilo que quer e que almeja, que ao final ditará
as normas, as regras, ou coordenará de forma equilibrada e pacífica as ações e
as realizações que o grupo irá levar adiante.
Desta
forma, em se tratando da relação entre encarnados e desencarnados, muitas vezes
é o que vive no plano físico que, com sua força e seu magnetismo, irá atrair
para si aqueles que com ele se sintonizam, tendo a capacidade realizadora e produtiva
de planejar e levar a efeito as ações de acordo com aquilo que prioriza, tendo
nos espíritos seus associados, seus cúmplices, até mesmo em algumas situações,
seus subordinados, sendo ele o foco central, tanto para o bem como para o mal,
tanto para sublimes e sacrificiais atividades em prol do próximo e da coletividade, como
para ações voltadas para os vícios, para a degradação de costumes, para as paixões
carnais e inferiores.
Desta
forma, nós como individualidade, precisamos compreender, estudar e assimilar
estes conceitos que a Doutrina Espírita nos traz, na relação entre os planos,
da atração que os desejos, as aspirações, as prioridades, as necessidades nos
reúnem, nos agrupam, o quanto somos responsáveis pelo que somos em nosso íntimo,
por vezes sem externar o que sentimos para aqueles com quem convivemos, nossos
entes queridos, nossos amigos, em nosso lar, no nosso trabalho, nos
relacionamentos formais ou informais, o quanto somos responsáveis por tudo que
pensamos, que arquitetamos, que desejamos, que priorizamos.
Com
o conhecimento que passamos a ter, precisamos nos manter atentos e vigilantes para
quais as forças atrairemos, para quais os companheiros que irão se interessar por nossa
companhia, estando ciente que estas forças são essencialmente potencializadoras
de energia, aumentando de forma significativa as possibilidades de realização e
materialização daquilo que desejamos, tanto de positivo como de negativo.
Assim,
se o nosso desejo é estudar, é trabalhar, é evoluir como ser humano, é
aproveitar o nosso tempo em atividades que venham a nos enriquecer
intelectualmente e espiritualmente, tendo uma vida regrada e voltada para as
tarefas cristãs, atrairemos para nós irmãos do caminho, tanto encarnados como
desencarnados, que se sintonizarão com o nosso proceder, assim nos
fortalecendo, nos oferecendo novas possibilidades de atuação, fazendo surgir inúmeras
frentes onde poderemos desenvolver e ampliar nosso raio de atuação, conosco
compartilhando pensamentos, sentimentos, nos orientando, nos inspirando, nos
ensinando ou conosco aprendendo, de acordo com o que formos adquirindo e
materializando ao longo de nossa jornada.
Da
mesma forma, se somos dominados por nossas paixões, por nossos vícios, se
alimentamos sentimentos e pensamentos baseados na inferioridade humana, teremos
ao lado aqueles que com este proceder compactuam, fazendo
também surgir inúmeras situações e pessoas que irão nos arrastar cada vez mais
na direção que, por vontade própria, escolhemos para nós.
Entre
esses dois extremos se encontra a maioria de nós, indecisos, titubeantes, com
bons e maus momentos, com escolhas positivas e negativas, com reações adequadas, ou indevidas, que nos desviam do ideal cristão, o único realmente baseado
na felicidade eterna, caminhamos entre erros e acertos, entre desejos sinceros de renovação,
e entregas inconsequentes a vícios e prazeres efêmeros e pouco proveitosos para
nossa evolução individual e coletiva.
Se faz assim cada vez se faz mais premente a vigilância sobre quem somos em nosso íntimo, isso, se realmente
nosso objetivo principal é a renovação e a transformação espiritual,
para que venhamos a nos manter na maior parte do tempo possível sintonizados
com amigos e protetores do bem, emitindo a nossa volta uma energia que com eles
se assimilem, permitindo que seus conselhos, suas orientações, sua proteção, se
façam sempre prioritárias em relação as influências negativas que nos rodeiam, oriundas tanto de antigos adversários, como dos sempre atuais cúmplices e associados no
erro, além, é claro, das próprias reminiscências do nosso passado culposo, que por vezes ameaçam ressurgir, nos levando a recalcitrar e desperdiçar
mais tempo e energia.
Se
desejamos ser amados precisamos alimentar o amor, se desejamos ser respeitados
pelo que somos, precisamos alijar o preconceito, a vaidade, o orgulho, o egoísmo,
para que não venhamos a atrair para nós aqueles que alimentam a discórdia, a
segregação, o exclusivismo, o individualismo, nos sentindo livres para viver em
sociedade preocupados apenas com o bem estar, com a alegria geral, com a
felicidade do todo, alimentando bons pensamentos, bons sentimentos, vendo no próximo
não um inimigo a ser combatido e vencido, mas sim alguém com quem podemos
compartilhar vitórias, emoções benéficas, respeitando as diferenças e a
capacidade realizadora de cada um, tendo todos plena condição de viver de forma
simples e honesta no caminho do bem, sem nada faltar, sem nada nos diferenciar
no respeito, no carinho, e nas condições salutares de vida que todo ser humano
merece.