Mentes
superiores, já mais desenvolvidas pelas experiências conquistadas no decorrer
dos séculos, com personalidades ativas e aptas para comandar, de acordo com os
desígnios superiores, são as que organizam e gerenciam às atividades relacionadas
aos dois planos que formam a atmosfera terrestre, o físico e o espiritual, garantindo
as possibilidades de intercâmbio e interação entre eles.
Deus
delega aos espíritos mais capacitados, mais lúcidos e atuantes, de acordo com
os preceitos e conceitos que regem suas leis, ricas em justiça, sabedoria,
bondade, para que todas as atividades que nós, espíritos endividados, ainda
carentes de maior compreensão e desejo sincero de evoluir no caminho do bem,
estejamos envolvidos, sejam sempre as de melhor proveito e possibilidades para
que reencontremos o equilíbrio, visando não o bem-estar individual, mas sim, o
coletivo, agindo desta forma, não de acordo com nossos desejos e prioridades
imediatistas, mas sim, visando que todos os envolvidos em cada situação que se
crie, tenham a oportunidade de vir a ser beneficiados, de acordo com suas
necessidades cármicas.
Entretanto,
esta delegação de poder e de atuação não está condicionada necessariamente a
evolução moral do espírito, pois, os comandos e as ações diretivas são necessárias
em qualquer setor de uma organização, sendo assim, em termos de tarefas no
plano espiritual, tanto os servidores do Cristo, como as legiões dos espíritos
ainda em luta direta contra seus instintos e sentimentos inferiores, presos a
negatividade planetária, precisam de dirigentes e organizadores, para que o
absoluto controle seja sempre mantido pelas forças superiores que comandam em
nome do Pai nossa organização planetária.
Para
essas legiões de irmãos que atravessam períodos ainda adversos em sua jornada
evolutiva, legiões de algozes, de vítimas, de perseguidores, de perseguidos, de
entidades que se entregam voluntariamente as paixões e aos vícios degradantes,
aos sentimentos inferiores como a inveja, o ódio, a cobiça, a usura, a
intolerância, presos nas teias que criaram para si através de suas próprias
escolhas e decisões, difícil se faz, e até mesmo pouco produtivo se tornaria,
se os seus comandantes diretos, seus organizadores, seus juízes, fossem
espíritos angélicos, tendo apenas como forma de coibir e dominar os seus abusos,
a palavra fraterna, o gesto amoroso, a compreensão, onde se faz preciso admitir
que pouco seriam ouvidos ou atendidos em suas justas ponderações e orientações,
porque o Pai Maior, antes de tudo, respeita o direito inafiançável de cada um
reger seu próprio destino, através de seu livre arbítrio, de suas escolhas, e
se não impõe a dor por castigo, também não impõe a corrigenda imediata, mesmo
que esta venha pelos braços amorosos de irmãos superiores e benfeitores.
Desta
forma, as extensas legiões de espíritos inferiores que povoam as zonas do
umbral, estejam eles em condições de vítimas, de algozes, de perseguidores, de
perseguidos, de alienados, de aliciadores ou operários voluntários do mal, viverão
exatamente de acordo com aquilo que buscam para si, porém, como todos, no bem
ou no erro, tendo que assumir as consequências de suas escolhas, correndo o risco
de serem eles os escravizados, os vilipendiados em seus direitos, cobrados,
manipulados e agredidos por outras entidades que se julguem fortes, e capacitadas
para tal, porque apesar de não terem a mesma excelsa capacidade realizadora, e
a ampla liberdade de atuação, que o bem proporciona, as forças negativas, possuem
relativo poder e espaço para agir e avançar no caminho, de acordo com os desejos
e as aspirações imediatistas que as dominam.
Desta
forma, quando engajados em uma sociedade, como ocorre inclusive no plano
físico, por mais que queiramos agir de acordo com nossos sentimentos e desejos,
todos nós estaremos sujeitos à leis, a legisladores, aos que organizam, aos que
controlam os excessos, aos que os fazem despertar para os rudimentares
conceitos de justiça, ainda mais se vivem em uma região onde impera a lei do
mais forte, onde há a alternância constante do poder, onde sempre surgirá aquele
que se julga preterido, que se julga melhor, mais capaz, para revolucionar,
para intentar impor sua vontade e força.
Neste
contexto, inúmeros são os trabalhadores do plano espiritual, que atuam junto as
equipes do bem, da espiritualidade superior, mas que ainda carregam consigo arraigados
os conceitos de justiça que estavam acostumados no plano físico, ainda severos
na sua forma de agir, contundentes na sua forma de pensar, algo radicais e incisivos,
atuando como uma verdadeira força policial, como verdadeiros magistrados
terrestres, como promotores de justiça, tomando, por vezes, atitudes mais
firmes, de acordo com a limitada compreensão daqueles que caem sob seu jugo,
controlando-os e orientando-os, mais pelo medo, pela imposição, pelo temor, que
pela compreensão imediata de seus deveres, pela assimilação íntima da necessidade
de mudança.
Se
o plano material é uma cópia pálida do espiritual, poderemos aceitar e entender
que na espiritualidade, também deverão existir, e não deve ser em pequeno número,
locais de exclusão social, de verdadeiros presídios, de hospitais de
reabilitação mental, onde espíritos culpados e enfermos que não mais conseguem agir
de acordo com o mínimo de condições de gerir seus destinos, precisem ser
temporariamente controlados e vigiados, para que além de não mais prejudicarem
a quem não mereça, ainda consigam evitar vir a prejudicar ainda mais a si mesmos,
ficando sob a custódia e o controle de forças severas e punitivas, acompanhadas
a distância pelos tarefeiros do bem maior.
Tudo
é evolução, é transformação, desta forma todos somos utilizados pela
espiritualidade superior para darmos de alguma forma nossa contribuição para a
melhoria do todo, mesmo que em muitas circunstâncias disso nem mesmo tomemos
conhecimento imediato.
Muitos
trabalham, para equipes do bem na espiritualidade inferior, por serem fracos e
incapazes de agir por conta própria, algo que obrigados, por temerem ser
punidos, por temerem voltar a sofrer ou ficar nas mãos de espíritos que deles
abusam e maltratam, preferindo a segurança, o relativo conforto, que suas
funções proporcionam, como muitos trabalhadores do plano físico, que mesmo não
gostando do que se fazem, que mesmo fazendo por simples obrigação, assim o
fazem para ter uma melhor condição de vida.
Os
trabalhadores rudimentares do bem, aqueles que ainda lutam constantemente
contra suas próprias inferioridades, somos na verdade todos nós, que ainda
ensaiamos os primeiros passos, ainda incapazes de maiores voos, de mais alto
grau de compreensão, agindo e reagindo de forma limitada, sem conseguir abranger
as necessidades do todo, mas já predispostos a mudança, a renovação, confiando,
desta forma, na orientação e no brando comando de nossos mentores, de nossos
protetores, cientes que ainda muito erraremos, muito nos precipitaremos,
envolvidos ainda em falsas concepções de justiça, presos a sentimentos
contraditórios, mais propensos a julgar e condenar, do que perdoar, servir e
amar.
Estejamos
certos que as forças do bem estão sempre atuantes, e que agem no plano físico e
no espiritual visando o bem estar de todos, de sãos e enfermos, de agressores e
agredidos, de perseguidores e de perseguidos, não havendo privilégios ou
concessões indevidas, mas também não deixando ninguém para trás, dando
oportunidades amplas a todos de reencontrar seu caminho, de retomar sua jornada
evolutiva no caminho do bem.
Mesmo
o mais renitente escravo de suas paixões inferiores, terá sua oportunidade de
servir, poderá em determinado momento ser o instrumento que a espiritualidade
superior se utilize para levar o bem, quando ele passa a ajudar ao próximo até
mesmo sem perceber, com um simples gesto, como uma até quase indiferente, mas necessária
atitude.
Isso
ocorre porque a semente do amor está viva dentro de todos nós, sem exceção, o
que faz com que a paciência divina seja infinita, porque sabe Nosso Pai, como
Excelso Semeador, que um dia ela frutificará e se expandirá por onde passarmos.
Cabe
a cada um adubar e vivificar seu destino, encontrando por suas próprias forças
o caminho e a vida, que o Mestre Jesus tão bem viveu e exemplificou em sua
breve jornada entre nós de amor e de paz.
Assim,
mesmo com nossa renitente inferioridade estejamos sempre atentos para servir,
para agir, buscando ingressar nas falanges do bem, para que não venhamos a ser
arrastados para mais dolorosas tarefas e posições, para que não nos sejam
impostas sanções, mas sim, nos sejam doadas infinitas possibilidades de
realizarmos benéficas ações, pela vontade íntima e sincera de servir a Deus e
ao próximo com o mais puro amor.
estarei sempre com você nesse trabalho árduo porem edificante
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