segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Cabe a cada um adubar e vivificar seu destino...




Mentes superiores, já mais desenvolvidas pelas experiências conquistadas no decorrer dos séculos, com personalidades ativas e aptas para comandar, de acordo com os desígnios superiores, são as que organizam e gerenciam às atividades relacionadas aos dois planos que formam a atmosfera terrestre, o físico e o espiritual, garantindo as possibilidades de intercâmbio e interação entre eles.



Deus delega aos espíritos mais capacitados, mais lúcidos e atuantes, de acordo com os preceitos e conceitos que regem suas leis, ricas em justiça, sabedoria, bondade, para que todas as atividades que nós, espíritos endividados, ainda carentes de maior compreensão e desejo sincero de evoluir no caminho do bem, estejamos envolvidos, sejam sempre as de melhor proveito e possibilidades para que reencontremos o equilíbrio, visando não o bem-estar individual, mas sim, o coletivo, agindo desta forma, não de acordo com nossos desejos e prioridades imediatistas, mas sim, visando que todos os envolvidos em cada situação que se crie, tenham a oportunidade de vir a ser beneficiados, de acordo com suas necessidades cármicas.



Entretanto, esta delegação de poder e de atuação não está condicionada necessariamente a evolução moral do espírito, pois, os comandos e as ações diretivas são necessárias em qualquer setor de uma organização, sendo assim, em termos de tarefas no plano espiritual, tanto os servidores do Cristo, como as legiões dos espíritos ainda em luta direta contra seus instintos e sentimentos inferiores, presos a negatividade planetária, precisam de dirigentes e organizadores, para que o absoluto controle seja sempre mantido pelas forças superiores que comandam em nome do Pai nossa organização planetária.



Para essas legiões de irmãos que atravessam períodos ainda adversos em sua jornada evolutiva, legiões de algozes, de vítimas, de perseguidores, de perseguidos, de entidades que se entregam voluntariamente as paixões e aos vícios degradantes, aos sentimentos inferiores como a inveja, o ódio, a cobiça, a usura, a intolerância, presos nas teias que criaram para si através de suas próprias escolhas e decisões, difícil se faz, e até mesmo pouco produtivo se tornaria, se os seus comandantes diretos, seus organizadores, seus juízes, fossem espíritos angélicos, tendo apenas como forma de coibir e dominar os seus abusos, a palavra fraterna, o gesto amoroso, a compreensão, onde se faz preciso admitir que pouco seriam ouvidos ou atendidos em suas justas ponderações e orientações, porque o Pai Maior, antes de tudo, respeita o direito inafiançável de cada um reger seu próprio destino, através de seu livre arbítrio, de suas escolhas, e se não impõe a dor por castigo, também não impõe a corrigenda imediata, mesmo que esta venha pelos braços amorosos de irmãos superiores e benfeitores.



Desta forma, as extensas legiões de espíritos inferiores que povoam as zonas do umbral, estejam eles em condições de vítimas, de algozes, de perseguidores, de perseguidos, de alienados, de aliciadores ou operários voluntários do mal, viverão exatamente de acordo com aquilo que buscam para si, porém, como todos, no bem ou no erro, tendo que assumir as consequências de suas escolhas, correndo o risco de serem eles os escravizados, os vilipendiados em seus direitos, cobrados, manipulados e agredidos por outras entidades que se julguem fortes, e capacitadas para tal, porque apesar de não terem a mesma excelsa capacidade realizadora, e a ampla liberdade de atuação, que o bem proporciona, as forças negativas, possuem relativo poder e espaço para agir e avançar no caminho, de acordo com os desejos e as aspirações imediatistas que as dominam.



Desta forma, quando engajados em uma sociedade, como ocorre inclusive no plano físico, por mais que queiramos agir de acordo com nossos sentimentos e desejos, todos nós estaremos sujeitos à leis, a legisladores, aos que organizam, aos que controlam os excessos, aos que os fazem despertar para os rudimentares conceitos de justiça, ainda mais se vivem em uma região onde impera a lei do mais forte, onde há a alternância constante do poder, onde sempre surgirá aquele que se julga preterido, que se julga melhor, mais capaz, para revolucionar, para intentar impor sua vontade e força.



Neste contexto, inúmeros são os trabalhadores do plano espiritual, que atuam junto as equipes do bem, da espiritualidade superior, mas que ainda carregam consigo arraigados os conceitos de justiça que estavam acostumados no plano físico, ainda severos na sua forma de agir, contundentes na sua forma de pensar, algo radicais e incisivos, atuando como uma verdadeira força policial, como verdadeiros magistrados terrestres, como promotores de justiça, tomando, por vezes, atitudes mais firmes, de acordo com a limitada compreensão daqueles que caem sob seu jugo, controlando-os e orientando-os, mais pelo medo, pela imposição, pelo temor, que pela compreensão imediata de seus deveres, pela assimilação íntima da necessidade de mudança.



Se o plano material é uma cópia pálida do espiritual, poderemos aceitar e entender que na espiritualidade, também deverão existir, e não deve ser em pequeno número, locais de exclusão social, de verdadeiros presídios, de hospitais de reabilitação mental, onde espíritos culpados e enfermos que não mais conseguem agir de acordo com o mínimo de condições de gerir seus destinos, precisem ser temporariamente controlados e vigiados, para que além de não mais prejudicarem a quem não mereça, ainda consigam evitar vir a prejudicar ainda mais a si mesmos, ficando sob a custódia e o controle de forças severas e punitivas, acompanhadas a distância pelos tarefeiros do  bem maior.



Tudo é evolução, é transformação, desta forma todos somos utilizados pela espiritualidade superior para darmos de alguma forma nossa contribuição para a melhoria do todo, mesmo que em muitas circunstâncias disso nem mesmo tomemos conhecimento imediato.



Muitos trabalham, para equipes do bem na espiritualidade inferior, por serem fracos e incapazes de agir por conta própria, algo que obrigados, por temerem ser punidos, por temerem voltar a sofrer ou ficar nas mãos de espíritos que deles abusam e maltratam, preferindo a segurança, o relativo conforto, que suas funções proporcionam, como muitos trabalhadores do plano físico, que mesmo não gostando do que se fazem, que mesmo fazendo por simples obrigação, assim o fazem para ter uma melhor condição de vida.



Os trabalhadores rudimentares do bem, aqueles que ainda lutam constantemente contra suas próprias inferioridades, somos na verdade todos nós, que ainda ensaiamos os primeiros passos, ainda incapazes de maiores voos, de mais alto grau de compreensão, agindo e reagindo de forma limitada, sem conseguir abranger as necessidades do todo, mas já predispostos a mudança, a renovação, confiando, desta forma, na orientação e no brando comando de nossos mentores, de nossos protetores, cientes que ainda muito erraremos, muito nos precipitaremos, envolvidos ainda em falsas concepções de justiça, presos a sentimentos contraditórios, mais propensos a julgar e condenar, do que perdoar, servir e amar.



Estejamos certos que as forças do bem estão sempre atuantes, e que agem no plano físico e no espiritual visando o bem estar de todos, de sãos e enfermos, de agressores e agredidos, de perseguidores e de perseguidos, não havendo privilégios ou concessões indevidas, mas também não deixando ninguém para trás, dando oportunidades amplas a todos de reencontrar seu caminho, de retomar sua jornada evolutiva no caminho do bem.



Mesmo o mais renitente escravo de suas paixões inferiores, terá sua oportunidade de servir, poderá em determinado momento ser o instrumento que a espiritualidade superior se utilize para levar o bem, quando ele passa a ajudar ao próximo até mesmo sem perceber, com um simples gesto, como uma até quase indiferente, mas necessária atitude.



Isso ocorre porque a semente do amor está viva dentro de todos nós, sem exceção, o que faz com que a paciência divina seja infinita, porque sabe Nosso Pai, como Excelso Semeador, que um dia ela frutificará e se expandirá por onde passarmos.



Cabe a cada um adubar e vivificar seu destino, encontrando por suas próprias forças o caminho e a vida, que o Mestre Jesus tão bem viveu e exemplificou em sua breve jornada entre nós de amor e de paz.




Assim, mesmo com nossa renitente inferioridade estejamos sempre atentos para servir, para agir, buscando ingressar nas falanges do bem, para que não venhamos a ser arrastados para mais dolorosas tarefas e posições, para que não nos sejam impostas sanções, mas sim, nos sejam doadas infinitas possibilidades de realizarmos benéficas ações, pela vontade íntima e sincera de servir a Deus e ao próximo com o mais puro amor.

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