Todos,
sem exceção, fomos criados dentre as mesmas circunstâncias, as mesmas condições,
com as mesmas possibilidades, com o mesmo objetivo.
Passamos,
igualmente, por todos os reinos da natureza, em um lenta mais gradativa
jornada evolutiva, do átomo até a luz, até atingirmos, depois de séculos de
transformações, a condição humana, já com a capacidade de discernir, de sentir
e compreender, em nosso íntimo, a diferença entre o bem e o mal, o certo e o
errado, o positivo e o negativo, assim como, aos poucos, tudo o que podemos
conquistar com o uso de nossa inteligência, de nossa capacidade realizadora, da
nossa força de vontade e determinação, em uma ascendente e contínua jornada que
um dia, ainda distante, nos levará aos píncaros da perfeição.
Se
vamos conseguir atingir a este objetivo maior?
Não resta dúvidas, ainda mais
depois de termos a ciência, através do advento do Espiritismo, da lei da
reencarnação, da multiplicidade de vidas e possibilidades para aperfeiçoarmos
cada vez mais nossa individualidade, aparando as arestas de nossas imperfeições, e
adquirindo o conhecimento do que precisamos para esta conquista.
Já em
relação ao como e o quando sairemos vencedores, isso dependerá, não apenas como individualidade,
mas, também, como coletividade, das nossas escolhas, das nossas prioridades,
dos nossos objetivos, dos nossos desejos, do nosso esforço e da nossa determinação.
Se
Deus é infinitamente justo, bondoso, sábio, entre outras excelsas qualidades
que nossa ignorância atual não permite conhecer e enumerar, impossível não
concluir, de forma lógica e absoluta, que todos os seres da criação têm e possuem
os mesmos direitos e os mesmos deveres, já que o mais honesto dos pais humanos
assim trataria seus filhos, independente de suas diferenças individuais e suas
tendências.
Desta
forma, mesmo que já sabidamente não nos espere um inferno de sofrimentos
eternos e nem um céu beatífico, dependendo de nossa perfeição ou imperfeição, é
evidente que também não haverá privilégios ou imposições sistemáticas quanto às
consequências de nosso proceder, de nossas escolhas, daquilo que plantarmos
para nós com nossos atos e nossos desejos, tendo que cada um arcar de forma
absoluta com tudo que lhe pertence, de positivo e de negativo, não por punição
ou recompensa, mas, simplesmente, por resposta natural da vida por aquilo que
realizar e desenvolver com seu tempo e com sua energia.
Se
fomos criados iguais e com o mesmo destino, simples e ignorantes, mas com todas
as possibilidades de adquirir com esforço próprio tudo que nos é permitido e
ofertado pelo universo divino, fica claro também que não há, por criação, por
origem, alguém superior ou inferior ao outro, que todos possuímos a mesma
capacidade realizadora, nos diferenciando apenas pelo que escolhemos e definimos
para nós, como traçamos o rumo de nossa existência, isso, desde que demos início
a essa jornada, cientes assim que carregamos conosco toda a bagagem que
acumulamos neste período, o que gera no presente infinitas condições e situações, de acordo com o que cada um plantou para si.
Esse
é o motivo de muitos, hoje, serem aquinhoados com uma condição social melhor ou pior, com a
beleza física, com o potencial intelectual mais ou menos desenvolvido, com as condições
de saúde perfeitas ou desequilibradas, com uma família unida e amorosa, ou nas
condições extremas de abandono, tudo variando não por obra do acaso, ou de um
Deus vingativo e parcial, mas, simplesmente, porque a vida atual nada mais é que um
momento em nossa jornada evolutiva, e esse momento corresponde unicamente ao
momento anterior, a consequência do que fizemos ontem, o que nos deixa agora
conscientes de que, se desejamos um momento melhor, um amanhã em melhores condições que o hoje,
temos que aprender a viver o agora de forma plena e edificante, dentro daquilo
que nos permitirá um futuro premiado pelo nosso esforço, com a paz e o equilíbrio
que geram naturalmente a felicidade e a perspectiva da contínua evolução.
Dentro
de nossa ignorância atual, não podemos, entretanto, esperar um imediatismo de felicidade e paz, porém esta ignorância, como muitos pensam, não pode servir de desculpa, ou atenuante, pois desde todos os tempos, em todas
as regiões, em todos os povos, estiveram entre nós, apóstolos e enviados divinos, já vencedores de diversas etapas evolutivas, tendo como objetivo nos mostrar o
caminho, e através do exemplo, nos guiar de forma segura para esta conquista
individual e coletiva.
Dentre
todos estes exemplos, o maior e o mais completo, sem dúvida, é Nosso Amado
Mestre Jesus, que veio alinhar todos os precedentes ensinamentos na conduta única
baseada no Amor, pleno e incondicional, conquistado através do perdão, da
humildade, da solidariedade, da fraternidade, da caridade, e de todos os
valores que convergem para o verdadeiro homem de bem, pacificado com sua consciência,
com sua essência, com sua capacidade de estudar, de trabalhar, de produzir,
sempre visando sua evolução, sua transformação, agregando sentimentos e
conhecimentos a sua individualidade eterna.
Também
evidente, pelo estudo e pela compreensão de nosso atual estágio evolutivo,
ainda mais analisando o que possuímos de negativo e inferior à alijar de nossa personalidade,
e por nosso planeta ainda ocupar uma posição onde o que predomina é a
necessidade de resgate e expiação de erros e faltas, que o convite do Mestre
para segui-lo precisa ser seguido a risca, ou seja, para que hoje venhamos a
conquistar o equilíbrio, a paz, obrigatoriamente precisamos carregar a nossa própria
cruz, o que significa que entre conquistas, vitórias, alegrias, avanços, será
natural ainda. por um indeterminado período, que nos acompanhe a dor, o sofrimento, as
dificuldades, as enfermidades, os fracassos, tudo isso não por punição, mas por
mera consequência do que anteriormente plantamos, tendo a ciência porém, que
quando firmes e determinados na transformação para o bem, ainda que os obstáculos
existam, estaremos fortes e resistentes para suporta-los e supera-los o mais prontamente possível, vencendo a nós mesmos e avançando, sabedores que
somos, que o fardo, de acordo também com a promessa de Jesus, nunca será
superior as nossas forças.
O
Espiritismo nos trouxe a chave de nossa jornada evolutiva, nos trouxe a razão
para a aliarmos a fé, o conhecimento para que o unamos ao sentimento, onde
aprendemos a buscar fora de nós o desenvolvimento de nossa inteligência, assim
como encontramos em nosso íntimo o Amor que cada um traz, desde sua criação, no âmago
de seu ser.
Somos
iguais em criação e destino, diferentes, por nossa escolha em como iremos
vencer a esta distância, devendo cada um, assim, escrever a sua própria sua história, prontos para o
que ainda está por vir, mas com a certeza de que, se no bem, estaremos bem, com
a proteção divina e o arrimo de nossos amigos e benfeitores espirituais.
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