Orar
e Vigiar!
Em
qualquer circunstância de nossa vida, sejam nos fatos corriqueiros do nosso dia
a dia, ou naqueles de maior importância e relevância, seja no lar, no trabalho,
no lazer, no centro espírita, por mais que estejamos realizando tarefas já
rotineiras, já tenhamos vivenciado situações parecidas, por mais vasta seja a
nossa cultura, a nossa experiência, bastará um único descuido, um único ato,
uma única reação precipitada, por displicência ou desatenção, para que voltemos
a recalcitrar, a fracassar em nossos objetivos maiores de renovação espiritual,
de transformação, novamente desperdiçando anos de estudo e dedicação, geralmente
porque novamente nos deixamos dominar por sentimentos inferiores ainda mal
superados, por paixões degradantes ainda vivas dentro de nós, por vícios que
ainda têm forte influência sobre nossa personalidade física e espiritual.
Na
vida cotidiana, em questões meramente rotineiras de nossa existência carnal,
muitas vezes essas desatenções também fazem com que venhamos a contrair dissabores
acerbos ou fracassos retumbantes, levados pelo descuido, pela falta de
concentração, de disciplina, de foco, por displicência ou irresponsabilidade.
Quantos
atletas não conseguem atingir seus objetivos porque se deixam levar pela fama,
deixando de se preparar devidamente para suas competições, perdendo valiosas
oportunidades de realizar seus sonhos. Quantos médicos podem vir a errar em seu
diagnostico ou no procedimento a que se dedica por não estar focado em suas
responsabilidades, ou simplesmente por estar motivado ao exercício de sua
profissão por sentimentos inferiores e negativos. Quantos médiuns ou
doutrinadores perdem o foco principal de suas tarefas por se entregarem ao orgulho,
a vaidade, ou por não estudarem devidamente os conceitos da doutrina que
resolveram abraçar voluntariamente.
Quantos,
na luta pela renovação, no dia a dia, deixam para trás tudo aquilo que aprendem
na teoria quando, no momento em que a vida os chama aos mais comezinhos
desafios preferem agir por impulso, dominados pelos mesmos sentimentos que alimentaram,
até então, em sua jornada cármica.
O
desejo de acertar para se concretizar, principalmente no que tange a nossa evolução
como individualidade, só tenderá ao sucesso, quando for baseado na sinceridade
das intenções, e não apenas para que satisfaçamos nossa vaidade, nosso bem
estar, para que venhamos a agradar ou ser admirados por nossos entes queridos,
por nossos amigos, pela sociedade.
O
principal passo para efetivarmos a nossa transformação consiste em alinhavarmos
o que desejamos com aquilo que precisaremos fazer para esta conquista, não nos
iludindo quanto ao nosso estágio atual, quanto a nossa inferioridade, para que
não venhamos continuar a repetir erros, buscando nada mais do que até então buscávamos,
que era a satisfação do nosso ego, as conquistas imediatistas, a recompensa
indevida pelo pouco que oferecemos de nossas energias e tempo, onde o esforço é
sempre menor que a necessidade real de aprendizado e crescimento íntimo.
A
luta contra nossas inferioridades precisa ser constante e sem interrupções, sem
desvios, sem falsas justificativas ou atenuantes, tendo como base a análise de
nossas imperfeições, a sinceridade no julgamento da nossa forma de pensar e de
agir, atentos as nossas maiores necessidades, e o quanto estamos dispostos a
supera-las, priorizando, de fato, nossa evolução, e não apenas a satisfação de
nossos desejos.
Natural
será neste período de renovação de sentimentos, de postura, de objetivos,
visando a nossa transformação para o bem, que venhamos a ser fortemente influenciados
para que venhamos novamente a desistir e fracassar, influências externas, vinda
de antigos adversários, cúmplices, associados, encarnados ou desencarnados, e influências
internas, da nossa própria personalidade, do nosso passado, dos sentimentos
negativos que até então alimentamos, ainda mais quando estes, de alguma forma,
nos trouxeram falsas concepções de alegria, de proteção, de prazer.
Por
mais que nos sintamos fortalecidos, a humildade e o reconhecimento constante de
nossas limitações, de nossas dificuldades de superação, nos auxiliarão a nos manter
atentos aos percalços do caminho e as ciladas muitas vezes preparadas por
aqueles que desejam nossa queda, que desejam evitar a nossa ascensão, nos
mantendo ciente da luta constante que se faz necessária para que não venhamos a
recalcitrar e novamente fracassar em nossa intenção evolucionária.
O
desejo sincero, a vontade férrea, o estudo, as tarefas no bem, a oração
constante, possibilitam que nos mantenhamos focados em nossos objetivos maiores,
nos disciplinando para enfrentar todas as dificuldades que surgirem, todas as
tentações, todos os apelos da nossa inferioridade ainda não vencida, nos
mantendo atentos, principalmente, contra aquilo que sabemos ser os pontos mais
fracos de nossa personalidade, naqueles em que ainda sabemos ter as maiores dificuldades
de controle, de superação.
Assim
agindo, positivando nossos pensamentos, nossas palavras, nossas ações, passamos
a educar paulatinamente nossos sentimentos, nosso íntimo, gerando, de fato, a
verdadeira transformação, aquela que nos permitirá vencer a nós mesmos, e não
mais virmos a correr o risco de fraquejar, de recalcitrar.
Nesta
batalha, a oração, como recomendada pelo Mestre, será sempre a melhor arma para
nos mantermos vigilantes, por nos possibilitar estar em constante contato com
nossos amigos e protetores espirituais, aqueles que, como nós, lutam para que o
bem finalmente prevaleça, não apenas em nosso mundo, mas, essencialmente, dentro
do nosso coração, fazendo com que definitivamente venhamos a ingressar nas
fileiras dos tarefeiros do Amor, sob a égide do Nosso Amado Jesus.
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