Buscamos
inúmeras justificativas e atenuantes para adiarmos, para não assumirmos o
compromisso perante a nossa própria consciência, perante aos nossos benfeitores
espirituais e a Jesus, de nos dedicarmos, estudarmos, trabalharmos, buscando a
renovação das nossas atitudes, da nossa postura de acordo com aqueles que
buscam a Verdade, que assimilam os seus sentimentos baseados nos conceitos
divinos do bem.
Por
vezes nos deixamos levar pela revolta, nos considerando injustiçados,
prejudicados, esquecidos pela providência Divina, não nos conformando, dentro
de nossa egolatria e do nosso orgulho desmedido, por não termos as oportunidades,
as condições materiais, as condições de estudar, a saúde corporal perfeita, as
facilidades e as regalias que vemos outros irmãos do caminho ostentar, desfrutar,
julgando-nos vítimas, nos deixando enredar pela inveja, culpando as circunstâncias
da vida pelo nosso afastamento da doutrina do Mestre Jesus, pela pobreza que
atravessamos, pelo eventual desemprego, pela falta de conforto, atrelando a
essa culpa, inclusive, às pessoas que nos rodeiam, ao ambiente onde crescemos, a
tudo e a todos pela nossa pretensa derrota, buscando justificar para nós mesmos,
aos nossos desatinos, ao nosso desequilíbrio, nossos medos, nossa revolta,
nossos crimes.
Em
outras situações, opostas, as facilidades que temos desde o berço, o conforto,
as regalias, os mimos, a possibilidade de satisfazer os mínimos desejos, o
luxo, a saúde física perfeita, a beleza, as conquistas materiais, faz com que
nos tornemos indolentes, acomodados, preguiçosos, prepotentes, fúteis, onde a
falta de dificuldades, de desafios, acabam por nos tornar frios, indiferentes,
não despertando em nós o desejo pelas conquistas espirituais, quando culpamos
também as pessoas e o ambiente onde fomos criados pelo fato de não buscarmos a
luz, os ensinamentos divinos, presos que estamos nestas situações que geram uma
vida ociosa e sem objetivos maiores.
Existem
outras situações nas quais procuramos justificativas para nossas fraquezas
morais na precariedade da educação que recebemos, mais diretamente nas pessoas
e no ambiente onde fomos criados, com quem convivemos desde a infância, onde o
desequilíbrio, a satisfação de desejos inferiores, os vícios, as paixões
degradantes, a energia sexual desvirtuada dos seus objetivos sublimes, imperavam,
fazendo com que nossas imperfeições naturais tenham sido assim potencializadas,
quando nos faltou parâmetros para que tivéssemos procurado no bem, na paz, no estudo,
no trabalho, nossa renovação espiritual.
Outros
diversos fatores nós, espíritos ainda frágeis e endividados, também utilizamos
para justificar nossa falência ou a nossa extrema dificuldade de nos
disciplinarmos para a luta intensa, mas necessária, para nossa transformação espiritual,
procurando assim dividir a responsabilidade por nossos fracassos, pela nossa
fuga ou adiamento das ações necessárias para nossa melhoria íntima, dentre eles
o medo, a decepção, a solidão, o desprezo oriundo das pessoas de quem mais depositávamos
esperança, situações normais a que todos estamos sujeitos na vida, geralmente
geradas em sua origem, por nossa própria ação, por nossa própria incapacidade
de basearmos nossas escolhas e ações nas forças positivas do bem, fatos rotineiros
em uma existência física no atual estágio evolutivo do planeta, e que podem
atingir tanto ao rico como ao pobre, tanto ao forte como ao fraco, sem distinção,
sem privilégios.
A
morte de um ente querido, a traição de um cônjuge ou de um amigo, a falência
profissional, a queda na posição social, a decepção religiosa com o não
cumprimento das promessas ou das expectativas geradas por ensinamentos
indevidos, um acidente que pode levar a deficiência física, a limitação de
atuação, ou a perda da beleza, da capacidade de continuar realizando o que mais
lhe dá satisfação, como o atleta que não pode mais correr, o cantor que perde a
voz, o artista que perde a visão, são também algumas, entre tantas, situações
aparentemente trágicas a que todos nós estamos sujeitos.
Inúmeras
passagens naturais que a vida nos põe a prova, para que possamos mostrar a nós
mesmos e aos nossos benfeitores espirituais, o quanto estamos fortes, o quanto
estamos alicerçados na fé, o quanto estamos preparados para suportar e superar
qualquer dificuldade, qualquer desafio que surja em nosso caminho, isso tendo
em vista sempre a máxima cristã que deixa claro quanto a nossa capacidade
realizadora, quando nos diz que o fardo nunca será superior as nossas forças,
ou seja, em qualquer situação adversa que tenhamos que vir a enfrentar, até mesmo
aquelas que geramos diretamente para nós, iremos ter, sempre, plena capacidade
de, com esforço, boa vontade, humildade, disciplina e fé, vir a superar e vencer.
A
melhor forma de conquistarmos a esta vitória sobre nossas adversidades é viver
de acordo com os ensinamentos cristãos, alicerçados nos preceitos espíritas,
onde compreendemos que na lei da causa e efeito, das vidas sucessivas, nunca haverá
um efeito negativo que estejamos enfrentando que não tenha tido uma causa originária
em nossas indevidas atitudes.
Aquele
que compreende que a vida é uma passagem, uma etapa de uma contínua e eterna
existência espiritual, saberá aproveitar cada dificuldade, cada perda, cada
luta, cada influência que receber, seja negativa ou positiva, em sua interação
com o próximo, seja ele encarnado ou desencarnado, de forma equilibrada e
otimista, disciplinando-se a retirar de cada momento de sua existência carnal
um aprendizado, uma nova experiência que irá reforçar e enriquecer o cabedal
que já traz em seu íntimo, tudo fazendo para agregar o que de melhor pode
captar para si, descartando aquilo que em nada acrescentará a seus objetivos
maiores evolutivos.
Para
isso, o essencial para garantir este equilíbrio, a felicidade que se pode
alcançar em nosso atual estágio espiritual, sem abrir mão do que a vida física
oferece, em relação a oportunidades de realizações pessoais, profissionais, na
constituição de um lar, de uma família, do conforto, do bom emprego, do lazer, imprescindível
se faz determinar que todas as nossas ações e escolhas se baseiem em nossa
transformação espiritual para o bem.
Não
podemos abrir mão de lutar contra nossos instintos inferiores, nossos
sentimentos negativos, estudando e assimilando os conceitos cristãos de amor e
paz, de entendimento e perdão, para com todos com quem convivermos, lutando
contra a vaidade, o egoísmo, o orgulho, aprendendo a valorizar a amizade, o
respeito, a simplicidade, o amor, aprendendo a respeitar as diferenças, sejam
elas religiosas, políticas, desportivas, sociais.
Para
aquele que escolheu para si a Doutrina Espírita como parâmetro de sua
existência, maior ainda a responsabilidade em não adiar ainda mais sua
transformação espiritual, pois, quanto maior o conhecimento adquirido das
razões do sofrimento humano, maior a responsabilidade pelos erros, pela fuga
das responsabilidades assumidas, pelo atraso em assumir de vez a postura e as
atitudes que o levarão a conquistar sobre si mesmo a vitória sobre a
inferioridade alimentada por séculos de desvios e deserções do bem.
Não
há privilégios na sucessão de vidas, na lei da reencarnação, sabemos que se
hoje somos pobres, ontem fomos ricos, se hoje somos saudáveis, ontem fomos doentes.
Todos, sem exceção, independente da situação atual que estiver enfrentando no
plano físico ou espiritual, seja nas paragens de luz ou sobre um leito de dor e
sofrimento, poderá, dentro de suas possibilidades, de suas forças, de sua fé,
ser feliz, porque terá sempre ao seu lado, se viver no bem, Aquele que nos ama
incondicionalmente, e nos espera pacientemente que retornemos vitoriosos ao aprisco
divino, dando prosseguimento em nossa jornada evolutiva no bem, o Nosso Amado
Mestre Jesus.
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