O
poder da nossa mente, da nossa vontade, é muito maior do que nós, espíritos
encarnados, podemos imaginar, presos que estamos ao imediatismo do mundo, as
insignificantes prioridades que ainda insistimos em alimentar para nós em
detrimento a compreensão de nossas possibilidades criativas e realizadoras.
“A
fé remove montanhas”, e a fé é a nossa força de vontade devidamente direcionada
para os nossos objetivos, para aquilo que desejamos alcançar, e como tudo na Terra
nos é permitido por nosso Pai Maior, aquele que sabe querer, disciplinado e
focado, acabará por mais cedo ou mais tarde, conquistar aquilo que deseja, mesmo
que no transcorrer do caminho, tenha que rever seus planos, readequar suas
necessidades, suas prioridades, porque também nos foi dito que nem tudo nos
convém, ainda mais quando temos que ter a consciência que vivemos em sociedade,
e que os desejos do próximo também estarão em jogo, e muitas vezes o que
desejamos, não pode nos pertencer, por lógica e por direito, é onde entra o nosso
discernimento, a nossa capacidade de avaliar o que é melhor para nossa
existência como um todo, material e espiritualmente.
Desta
forma, faz-se necessário, “saber querer”, compreender e aceitar nossos atuais
limites, nossas reais necessidades, o que irá agregar ou o que irá nos
prejudicar, ainda mais dependendo dos princípios que regem a nossa personalidade
atual, o que almejamos, o que está de acordo com as conquistas relativas a nossa
evolução espiritual, e o que não passa de troféus mundanos, corriqueiros,
meramente materiais, ainda ligados e atrelados a inferioridade de sentimentos,
ao negativismo, aos vícios e as paixões que nos prendem as zonas distantes do
caminho que nos levará a ascensão espiritual.
Assim,
por mais que sejamos determinados, disciplinados, por mais que aprendamos a
dominar nossa mente e atingirmos nossos objetivos, de pouco adiantará se continuarmos
perdidos nas teias da inferioridade humana, se continuarmos motivados pelos
desejos carnais, se nos deixarmos conduzir pela vaidade, pelo orgulho, pelo egoísmo,
pela prepotência, pelos mesmos vícios que já nos dominam por diversas
experiências físicas ou espirituais.
Nossa
mente é poderoso condutor, é foco realizador, nossa fé é capaz, sim, de remover
montanhas, de nos fazer vencer os mais difíceis obstáculos, nos fortalecendo para
superar a dor, a adversidade, para buscar respostas, soluções, lenitivos, nos
permitindo a associação as forças do bem no intuito de caminharmos sempre em
frente, de acordo com aquilo que melhor nos servirá para nossas necessidades
evolutivas atuais, de acordo com os vínculos pretéritos, com nossas prioridades
cármicas, com aquilo que temos de pendente com nosso passado culposo.
A
oração é a nossa mente focada, concentrada, direcionada para aquilo que
almejamos, é a canalização racional da nossa emoção, dos nossos sentimentos
mais íntimos, o que nos demonstra a importância da disciplina, de colocarmos de
forma sincera e contrita os nossos desejos, as nossas aspirações, as nossas
necessidades, para que efetivamente entremos em comunhão com as forças superiores
da vida, e estas, em resposta, possam nos indicar sempre o melhor rumo a
seguir, nos doando aquilo que precisamos para vencer, para que com nossas próprias
forças venhamos a avançar.
Se
a mente dá o poder de conquistar o que almejamos, o coração, o que sentimos, o
que somos no íntimo, nosso ser espiritual, é aquele que determina se estaremos
avançando ou permanecendo estacionários em nossos anseios evolutivos, em nossos
desejos imediatos.
Se
a base para o poder mental que desejamos utilizar estiver presa ainda aos
sentimentos inferiores, mesmo que venhamos a conquistar nossos anseios, ainda
assim não estaremos evoluindo, porque nossas vitórias serão transitórias, com
consequências dolorosas, o que nos exigirá em um futuro próximo ou distante, a
recapitulação, a recomposição, o resgate, o ressarcimento, em um desperdício imensurável
de tempo e energia, nos mantendo, mesmo que focados e donos de nossa vontade,
em um caminho paralelo e distante daquele que nos levaria a real evolução, o
que nos forçará, na sequência, ao retorno por todo trajeto desviado, até que
reencontremos a verdadeira rota para o nosso equilíbrio, para a ascensão
espiritual e individual.
Assim,
o controle sobre nossa vontade, o senhorio efetivo sobre a nossa mente, só será
benéfico e construtivo, quando nosso espírito, nosso ser, estiver vivo e
atuante nas forças do bem, de acordo com os parâmetros trazidos e exemplificados
pelo Mestre Jesus, quando guiarmos nossas escolhas, nossas decisões, nossas
prioridades, pelo amor, pela paz, pelo respeito, pelo entendimento recíproco,
agindo e reagindo de forma humilde, caridosa, paciente, tolerante, sendo, de
fato, irmãos dos nossos companheiros de jornada, servindo, auxiliando, com o
intuito de aceitar e aproveitar da mesma forma todo o auxílio, toda a
cooperação, daqueles que se encontram em posição mais elevada que a nossa,
plenamente capacitados para nos servirem de guia para que não mais venhamos a
tomar indevidos desvios em nossa jornada rumo a plena transformação espiritual
para o bem.
Somos
o que pensamos, temos plena condição de ser regentes de nosso destino, porém
conscientes que colheremos exatamente tudo o que plantarmos, que percorreremos
exatamente o caminho que escolhermos, que viveremos de acordo com nossas
prioridades, com nossas escolhas, assim, paralelamente a conquista do domínio
pleno de nossa mente, do domínio do querer, não esqueçamos e não desprezemos a necessidade
eminente de aprender também a saber o que querer, que seja no bem, que seja
dentro dos conceitos cristãos, de acordo com os preceitos espíritas, de acordo
com a nossa consciência, guia fiel para que venhamos a conquistar o direito
macro de crescer, de evoluir, de aspirar a novos e sublimes ideais.
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