quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Não é fácil o caminho da mudança...




Quem deseja ser um médium espírita, assim como também todo aquele que deseja assumir alguma tarefa na Doutrina, seja como dirigente, como doutrinador, orador, ou no trabalho de assistência física e espiritual, ou até mesmo todo aquele, mesmo não se dedicando especificamente ao espiritismo, ou a outra frente religiosa, que apenas busque em suas escolhas e decisões traçar o caminho do bem, como o samaritano da parábola do Cristo, precisa, essencialmente, desenvolver em si, os sentimentos que o fortaleçam no intercâmbio e que o equilibrem na vida, pois sem isso, não conseguirá ser um bom instrumento a serviço da espiritualidade superior, como também não desempenhará suas tarefas diárias fortalecendo-se contra suas imperfeições e contra os embates que a vida física impõe, muitas decorrentes do próprio passado cármico.



Quem deseja ser médium espírita precisa desenvolver, se ainda não a possui, a humildade, aquela que o despertará para suas responsabilidades lhe dando a consciência de suas limitações, de sua ignorância frente a inúmeras possibilidades de trabalho que como instrumento entre os dois planos pode realizar, abrindo sua mente para a necessidade do estudo sistemático, do aprendizado, da leitura edificante, da absorção do conteúdo doutrinário que as obras da Codificação e as complementares disponibilizam para aquele que, de fato, pretende ingressar nas lides espíritas cristãs e dela participar ativamente.



Além da humildade lhe alertar o quanto ainda precisa aprender, o faz reconhecer que sua tarefa mediúnica nada mais é que servir de ponte entre os dois planos, assim nada justificando que se deixe levar pelo orgulho ou queira esperar privilégios e louvores, que não lhe cabem e nem lhe pertencem, o que torna essencial que lute diuturnamente contra suas imperfeições, seus instintos inferiores, contra vícios e paixões que ainda o assaltem, por mais simples que sejam, ainda que saibamos que diversas serão as vezes que irá recalcitrar, que se deixará arrastar no erro, nos excessos, já que médium longe está de significar “santo”, tendo ele que combater, como qualquer outro irmão do caminho, constantemente, suas más tendências, tendo como diferencial, talvez, unicamente, um cabedal maior de responsabilidade para consigo mesmo, isso, se desejar de fato ser um instrumento passivo e salutar quando da oportunidade que irmãos desencarnados se manifestem por suas faculdades.



Tolerância, paciência, simplicidade, honestidade, boa vontade, carinho, alegria, disposição, são outros fatores íntimos que precisam ser desenvolvidos com o tempo, com determinação, por aquele que deseja ser médium, ou que deseje assumir a outra tarefa dentro da Seara Espírita, como também vir a ser um homem de bem em nossa sociedade, buscando desenvolver em si a capacidade de perdoar e relevar a qualquer ofensa, agressão, injustiça, traição, fato que se torna comum para aquele que decide ingressar nas lides do bem, que resolve intimamente se dedicar a sua transformação e renovação espiritual, quando se torna alvo de forças negativas, encarnadas ou desencarnadas, não interessadas em sua mudança, sejam adversários, cúmplices no erro, amigos mal informados e insensíveis, ainda presos as emoções meramente carnais e materiais.



Não é fácil o caminho da mudança, ainda mais que, como médium, pretende assumir uma séria responsabilidade sobre algo que terá muito a doar e pouco a receber, pelo menos de forma mensurável, já que a maior recompensa daquele que se dispõe a servir e auxiliar ao próximo de acordo com o sentimento cristão, é a paz de espírito, a companhia constante de seus benfeitores e mentores espirituais, e a certeza que lhe será doada maiores e mais complexas possibilidade de aprendizado e trabalho, tudo decorrente de seu esforço e de sua vontade de evoluir.



Para concluirmos essa breve dissertação sobre a responsabilidade mediúnica que todo aquele que aspira ser instrumento da espiritualidade deve considerar, não esqueçamos o lema do Espiritismo, fator preponderante para basear todos os nossos atos, todas as nossas decisões, toda a postura que nos fará com que nos mantenhamos no caminho reto rumo a nossa evolução, e a conclusão com sucesso de nossos anseios atuais, que é a materialização do Amor representado pelo Cristo Jesus, lema que é: “Fora da Caridade não há Salvação”!



Sigamos, então, a esta direção, nos fortalecendo a cada dia no estudo e na disciplina de intenções, cientes das dificuldades, mas vigilantes para não mais nos deixar arrastar por nossas próprias imperfeições, as transformando e renovando no que de melhor cada um de nós pode gerar e realizar, dentro das forças eternas do Bem.

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