São duas forças que desde os primórdios da
civilização, por inúmeros motivos, geralmente gerados pelo orgulho, pela
vaidade, insistem e persistem em continuar confundindo e separando os homens,
fazendo questão em manter o imenso abismo gerado por suas arbitrariedades. Duas
forças que fazem questão em permanecer antagônicas, como se fosse totalmente
impossível sua convivência e sua compatibilidade, postura que impede seus
prosélitos de abrir a mente para novas ideias, novas concepções, novas possibilidades,
preferindo os dois lados seguir cada qual o caminho que garanta seus interesses
próprios, em contrapartida ao interesse do todo, o caminho da negação automática
dos conceitos defendidos pelo antagonista, pelo que considera seu adversário.
A CIÊNCIA tudo tenta explicar através da matéria, a
todo efeito que estuda busca sempre uma resposta puramente física, material,
julga encontrar no corpo somático, mais propriamente no cérebro, a origem de
tudo que forma a personalidade do homem, como a alegria, o ódio, o medo, a depressão,
a inteligência, a moral, os desvarios e até mesmo o amor, onde nos neurônios
estão os pontos de origem para tudo que forma o indivíduo, colocando este como
mero instrumento em tudo que realize de positivo ou negativo, sendo comandado
pela sua melhor ou pior capacidade cerebral, lhe tirando o mérito, o demérito,
a responsabilidade, como se a culpa ou a glória de que cada um é merecedor tenha
decorrência de um ter uma parte do cérebro melhor que a do outro, ou seja, se alguém
é um grande artista ou um cruel criminoso, a origem é da formação de seu cérebro,
das partes que geram seus sentimentos. Se realmente assim fosse, em uma corrida
de automóveis, bastaria para um carro ser o mais moderno, o mais rápido, para ganhar
todas as corridas, porém, a máquina sozinha não anda, não corre, tem que ter um
piloto e não pode ser qualquer piloto, tem que ser alguém capacitado, treinado,
preparado. Nosso cérebro é comparável a um computador, e este foi desenvolvido
exatamente baseado nele, onde cada parte do sistema é responsável por uma
operação, por uma função, porém, se o homem que o comanda não quiser ou não souber
utiliza-lo, ele, o computador, sozinho, não tem nenhuma serventia prática e produtiva.
Também acreditamos como a ciência, que todos nossos
sentimentos estão contidos em nosso cérebro e cada parte dele é responsável pela
manifestação de um deles, por sua ativação na máquina que é o corpo humano, porém,
ele é apenas o comando, as escolhas, as prioridades, as ações, o aproveitamento
ou não dos sentimentos que o animam, sempre será de responsabilidade do
Espírito, do ser eterno, indivisível, comandante chefe do corpo somático
enquanto ele lhe servir de instrumento no plano físico. Se um espírito
encarnado é tímido, frágil, tem medo, é mau ou bom, ama ou odeia, é romântico
ou indiferente, seu corpo físico, seu instrumento, seu cérebro, virá exatamente
“montado” para que ele materialize sua forma de ser, ou seja, não é o cérebro
que torna o homem o que ele é, é o espírito que tem o cérebro de acordo como
ele é e como ele precisa pra realizar o que se propôs fazer ao reencarnar.
Recentemente a ciência tenta comprovar a teoria que
o Universo foi gerado por uma grande explosão, o “nada” explodiu e gerou tudo
como hoje conhecemos, e com isso, pensa ter colocado ponto final na existência
de Deus, não compreendendo, que, caso realmente esta explosão existiu, se foi
assim que se deu a origem do nosso Universo, isto nada mais é que um efeito, e
que a alguém ou algo ainda tem que ter sido a causa, tem que ter criado o todo
antes que ele explodisse. A resposta é óbvia, mas a esmagadora maioria da ciência
ainda prefere ignora-la, porque é muito difícil aos pretensos sábios, tanto os
de ontem como o de hoje, admitir uma suprema inteligência, superior a deles,
que os diminua ao que realmente são, meras crianças que ainda engatinham no
conhecimento da origem dos mundos e da vida.
Já a outra força, o outro lado, a RELIGIÃO, insiste
em não acompanhar os progressos já devidamente provados pela ciência, insiste
em se agarrar a dogmas antigos, como o da formação da Terra em sete dias, em
Adão e Eva como a origem humana, no dilúvio universal que teria apenas deixado
a família de Noé sobre a face do planeta e tantos outros, já devidamente
comprovados serem incompatíveis com as descobertas cientificas referente ao
tempo efetivo que o planeta levou em sua formação até os dias de hoje. São vários
os fatores em que as religiões tradicionais insistem em defender, mesmo que fatos
e argumentos mostrem e comprovem sua inexatidão, como por exemplo, a defesa da
unicidade da existência humana, onde somos criados no momento de nosso nascimento
físico e nossa sorte, irremediavelmente fixada, após a nossa morte, de acordo
com o nosso proceder, o paraíso para os bons e o inferno e seus castigos para
os maus, para os pecadores, independente das diferenças de classe, de oportunidades,
de anos de existência, de capacidade intelectual, de ambiente, de saúde física
ou mental, entre tantas outras consequências que tem por base unicamente aos
anos que a alma viveu no plano físico.
A solução, sem pretensões salvacionistas, para esse
embate, estas dúvidas, nos traz o Espiritismo, através da rigorosa lógica cientifica
que compõe toda codificação, quando Allan Kardec, para cada ensinamento que apresentava,
expunha, ele mesmo, todos os argumentos possíveis, contrários e a favor, nada
acatando sem a mais completa observação e experiência, trazendo a todos nós,
não uma crença, uma possibilidade ou opção, mas a Verdade e não por acaso, baseando-se
exclusivamente na fé, e sim pela razão, pelo estudo, pelo ensinamento dos Espíritos
Superiores. A Doutrina Espírita é o Consolador Prometido por Jesus, é a Terceira
Revelação, que infelizmente, a ciência e a religião, insistem em desprezar, assim
como muitos povos até hoje, ignoram, desprezam, não aceitam Jesus Cristo como o
filho envidado por Deus para transformar a humanidade terrestre.
O equilíbrio entre as duas forças que comandam
nosso mundo, a ciência e a religião, já foi encontrado há quase dois séculos
pelo Espiritismo, ele já mostrou o caminho que ambas tem que percorrer para
superar suas diferenças e juntas auxiliarem o homem a evoluir. A ciência
precisa conhecer e reconhecer o espírito e a religião, conhecer a aceitar as
necessidades da matéria. O fanatismo e a intransigência de ambas as partes, os
extremos que elas insistem em defender, só faz com que ocorra a desagregação do
homem, da família, da sociedade, da moral, do bem, como hoje assistimos na
Terra. O homem deve sempre procurar melhorar suas condições de existência, buscar
mais conforto, mais facilidades tecnológicas, mas, deve realizar seu progresso
baseado nos conceitos cristãos, no amor ao próximo e a Deus, no perdão, na
caridade, na solidariedade, devendo ser o bem o fator principal a nortear seus
objetivos principais em todas as conquistas, em todos os avanços, visando o bem
coletivo, a alegria, o respeito, a harmonia, todos, fatores essenciais para o
crescimento evolutivo de qualquer povo, de qualquer nação. O homem precisa antes
de qualquer descoberta cientifica descobrir e aceitar a Deus, a Jesus, aos
espíritos superiores e compreender que somos eternos, e que a vida física é
apenas uma etapa, uma curta etapa, do longo caminho que ainda temos pela
frente, no eterno aprendizado que norteia todo ser da criação.
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