quarta-feira, 11 de junho de 2014

Aprendendo a valorizar...

Geralmente esquecemos as reais necessidades, as reais razões que nos levam a realização das tarefas espíritas, cristãs, em prol da Doutrina, do próximo e nos entregamos a satisfação de nosso ego, de nossa vaidade, do nosso orgulho, da nossa ambição, da falsa sensação de poder, de superioridade, isso apenas por possuir algum conhecimento adquirido no estudo, por possuirmos algum dom mediúnico, por proferirmos palestras e aulas no centro, por fazermos parte da equipe de passes, até mesmo, por cuidarmos da organização da fila dos que buscam o lenitivo do passe, quaisquer tarefas que nos deem algum destaque perante os demais e que por nossa inferioridade ainda latente, venham a fazer, indevidamente, que nos sintamos especiais ou importantes perante os demais irmãos do caminho, que ainda não atingiram nosso estágio no centro espírita, bem entendido, porque em relação ao estágio espiritual, muitos dos que frequentam uma reunião pela primeira vez, mesmo sem nada conhecer da Doutrina, já alcançaram patamares evolutivos muito superiores ao mais experiente servidor do centro, como no exemplo da parábola do Mestre Jesus, do bom samaritano, que nos mostra não ser estritamente necessário títulos, conhecimentos, basta a boa vontade, o amor e a compreensão dos dois principais ensinamentos que o Cristo nos ofertou, que norteiam e que se baseiam toda sua Doutrina, nos indicando o caminho que temos que percorrer em busca da evolução, que é, “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, conceitos, aparentemente, de bem simples compreensão, talvez por isso, tão pouco seguidos por todos nós, que ainda procuramos na complexidade, no exagero, na supervalorização, a possibilidade de nos sobressairmos e nos destacarmos, vaidosamente, perante aos demais companheiros de jornada.




O que possuímos de melhor para a realização de nossas tarefas, seja a inteligência, a bondade, a praticidade, o dom da oratória, da organização, o dom mediúnico, são conquistas, não só de nosso esforço individual, nesta encarnação ou quando ainda na espiritualidade, mas também recursos que a espiritualidade superior nos dota para que possamos desenvolver nossos objetivos. O mais importante é que qualquer qualidade que possuamos se não for utilizada para o bem de todos, para a realização de nossas tarefas espirituais, de nada terá valido sua conquista, porque, tesouros guardados e não utilizados em prol do próximo, são como joias esquecidas por décadas no fundo falso em uma gaveta, por mais brilhantes e valiosas que sejam, para o seu objetivo, de nada prestam, de nada valem.






Se nós temos um dom, seja ele qual for, artístico, esportivo, profissional, espiritual, nosso dever para com a sociedade onde vivemos é utilizá-lo para seu engrandecimento, independente de qual for, sendo também normal, sermos merecedores de uma remuneração, um retorno, pelo nosso esforço despendido, lembrando que para as realizações espirituais, como pagamento, nós teremos a alegria de servir a Deus e possuir amigos que nos ajudam e nos incentivam a prosseguir.

Nossos dons, nossas qualidades, se não forem utilizados para o bem, para a harmonia, para a evolução e melhoria do homem, para sua paz, serão nulos, serão desperdício de tempo e de energia, como diversos exemplos que vemos de maus profissionais, maus médicos, maus engenheiros, maus juízes, maus advogados, maus escritores, que utilizam o que tem para prejudicar ao próximo, para alimentar seus vícios, para viver em relações e paixões degradantes, interessados apenas em satisfazer seus instintos, ignorando e desprezando as leis divinas, os conceitos cristãos, únicos parâmetros reais e válidos na utilização de qualquer dom, qualquer capacidade realizadora que possuamos e que de alguma forma influenciem nossa vida e as dos irmãos que cruzarem o nosso caminho.


Só o que é baseado no amor, na caridade, na alegria, na decência, na moral, no respeito, na felicidade coletiva, no bem estar de todos poderá ser considerada uma realização de luz, do bem, seja em qual campo for, em nossa vida pessoal, profissional, em nossas tarefas assistenciais, espirituais. Somente estas realizações nos levarão, com nosso esforço e dedicação, ao crescimento individual que nos possibilitará a percorrer novos caminhos, nos candidatando a novos desafios, sempre buscando o melhor, a elevação espiritual, a transformação, a renovação, até um dia alcançarmos as paragens siderais de sublimação e pureza, que, todos nós, como filhos de Deus estamos destinados.

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