segunda-feira, 9 de junho de 2014

Na busca de novos associados...

Ao nos referirmos aos nossos irmãos do caminho que vivem na espiritualidade inferior, precisamos ter a consciência que ser inferior não significa ser mau ou desejar fazer o mal, ser inferior é estar distante das verdades divinas, distante do conhecimento ou do entendimento da necessidade de elevação, de renovação para o bem, para os sentimentos nobres, para o amor cristão.


Muitos que estão na espiritualidade presos as suas tendências, aos seus vícios, as suas paixões desregradas, aos seus sentimentos inferiores, ao seu negativismo, quando buscam o plano físico, não o fazem para prejudicar a alguém ou alicia-lo ao erro, apesar de muitos assim agirem, mas unicamente para continuarem a alimentar e satisfazer seus desejos, procurando para isso aqueles que com eles sintonizem, se afinem, compactuem, ou seja, não buscam vítimas, e sim, cúmplices, companheiros, associados, aqueles que se comprazem ou que já se predisponham a, da mesma forma que eles, se enveredar pelos caminhos escusos da inferioridade humana.

Muitos de nós, apesar de uma aparência digna, honesta, como pais de família, como membros da sociedade, como religiosos, como espíritas, como cristãos, guardamos e alimentamos dentro de nós sentimentos e pensamentos nefastos, indignos de um homem de bem, que fazem com que, não fisicamente, mas espiritualmente, nos aproximemos de entidades que pensam e sentem os mesmos desvios que nós, atendendo ao nosso chamado, aventando a possibilidade de terem encontrado um possível parceiro para seus erros, suas paixões, passando a se alimentarem das formas pensamentos que criamos, das energias nocivas em que nos envolvemos, fazendo com que nos entreguemos cada vez mais aos nossos desvarios, potencializando nossa vontade, aproximando cada vez mais a nossa fantasia da realidade.

Assim, por exemplo, se na nossa intimidade, nos entregamos a pensamentos e sentimentos que supervalorizem o sexo, a sensualidade, passamos a nos imaginar em diferentes situações fora da nossa realidade atual, fazendo com que, incentivados por entidades espirituais afins, nos aproximemos cada vez mais da consumação de atos relacionados aos nossos devaneios, materializando ações, vindo a nos afastar da retidão do proceder, da honestidade, da sinceridade com aqueles a quem amamos e estamos vinculados, nos perdendo nos labirintos do erro, e isso, sutilmente influenciados por quem equivocadamente atraímos, gerando, inclusive, inúmeras justificativas e desculpas que corroborem e nos incentivem a afundar cada vez mais no mal que geramos para nós mesmos com a nossa imprevidência.

Da mesma forma aquele que se entrega a tristeza, ao desânimo, ao medo, a dúvida, ao alimentar seus anseios, seus pensamentos, estará atraindo para si entidades espirituais que se comprazam e se alimentem psiquicamente destes sentimentos, muitos ao serem atraídos, não sentem nenhum rancor ou querem, de fato, prejudicar aquele que os chamou, simplesmente se identificam, se solidarizam, e pensam estar até mesmo ajudando e consolando aqueles que, infelizmente, estão prejudicando ainda mais com a manutenção de seu desequilíbrio, de sua instabilidade interior.

Assim, no plano espiritual, teremos sempre aqueles que se afinam e se sintonizam com nossa forma de agir e de pensar, independente daqueles que por algum motivo específico busquem a nossa presença, como amigos ou desafetos, para ajudar ou prejudicar, aqueles outros que são, mesmo sem nos conhecer, atraídos, chamados por nós, de acordo com nossos objetivos, nossas crenças, nossos desejos. Somos, então, responsáveis na escolha do tipo de companhia que desejamos, sempre de acordo com aquilo que geramos ao nosso redor, que criamos em nossa aura espiritual.

Para nos mantermos sintonizados com o bem, com aqueles que, de fato, possam nos auxiliar e vir a agregar positividade, nos fortalecendo em nossa transformação espiritual em nossa atividade diária, nos orientando, nos protegendo, precisamos, de acordo com o ensinamento evangélico, orar e vigiar, nos policiando, nos monitorando, não só ao que falamos, ao que fazemos, mas, principalmente, ao que pensamos, ao que sentimos, ao que alimentamos em nosso íntimo.

Aquele que busca sua renovação, que ensaia os primeiros passos no caminho do bem, precisa estar consciente das dificuldades iniciais que irá enfrentar. O mal, o inferior, o negativo, não aguardará que estejamos preparados, prontos, fortes para nos defendermos, o mal não irá esperar que estudemos, que nos capacitemos. Nossos cúmplices, nossos associados, aqueles que estão acostumados a nos utilizar de instrumento para seus desvarios, para suas enfermidades, ao primeiro sinal de intenção de deixarmos os vícios, as paixões, os erros que alimentamos por muito tempo, tentarão nos impedir, ainda mais os que, conscientes, sabem que estão em erro, como se a nossa vitória fosse para eles uma derrota, a nossa alegria, sua tristeza, que por não terem, por si, a coragem ou vontade de crescer, de vencer, também não querem que ninguém tenha, ficando felizes por nos verem infelizes, agindo assim, por ignorância, por falta de conhecimento, por maldade ou por diversos outros motivos a buscarem não permitir que o bem cresça, avance, tudo fazendo para atrapalhar aqueles que não pensam como eles.


A vitória é árdua, mas é possível, quando nos entregamos ao desejo sincero de melhorar, mesmo com todos os empecilhos gerados por aqueles que não desejam nossa transformação, somos capazes de avançar, e mais, muitas vezes vindo a servir de exemplo para aqueles que, surpreendidos por nossa persistência e coragem, também se motivam a buscar por sua vez sua própria renovação, passando de adversários à aliados, redirecionando sua cumplicidade para os sentimentos de amor e paz que os conceitos cristãos ensinam, preceituam. Só a força de vontade, a fé, a esperança, a determinação, o real desejo de vencer, de progredir, de melhorar, aliado ao estudo, ao trabalho, a mudança de postura fará com que resistamos aos ataques do inferior, buscando o superior, auxiliando-nos a encontrar definitivamente a verdadeira e real felicidade, o caminho do bem, o caminho que Jesus nos mostrou até ao Nosso Pai Celestial.

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