quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Oração e Ação"

Quando alçamos nossos pensamentos através da oração a Deus e aos nossos benfeitores espirituais, buscando a sintonia para que nos auxiliem, orientem, participem de nossa existência, abrimos um canal de comunicação, emitindo uma mensagem e aguardando um retorno, geralmente, visando algo em nosso benefício, externando nossos sentimentos, nossas emoções, nossas dúvidas, nossas esperanças, nossas necessidades.


Orando de forma direcionada, contrita ou simplesmente pensando firmemente no que almejamos, estamos em constante contato com aqueles que se sintonizam com nossa postura, com nossas expectativas, nossos desejos, sejam eles para o bem ou para o mal. Nossos anseios mais secretos, portanto, são aqueles que despertam o interesse maior por parte daqueles que conosco se identificam, amigos e benfeitores, quando planejamos as tarefas sublimes baseadas nos conceitos cristãos, nos preceitos espíritas e espíritos inferiores, enfermos, quando nos entregamos aos vícios, aos desregramentos, a sensualidade, a cobiça, a inveja, a vaidade.

Nossos sentimentos inferiores são portas de entrada para aqueles que, na espiritualidade, buscam satisfazer suas paixões e instintos dos quais ainda não conseguiram se libertar. Quando nos deixamos arrastar, quando estamos frágeis em nossas resoluções para o bem, eles se aproveitam para nos desviar no caminho e reavivar nossas antigas falhas, enaltecendo-as e fazendo com que elas recuperem a importância e a relevância que tinham em nossa personalidade em experiências cármicas anteriores ou mesmo em nosso passado recente, ainda nesta existência física.

Antigos parceiros de crime, cúmplices ou adversários, que, ao nos encontrarem reencarnados e algo dispostos a nos modificar, por inveja ou por falta de compreensão, nos fustigam, nos envolvem, buscando fazer com que recalcitremos e voltemos a nos compatibilizar com seus vícios e seus atos depreciativos. Nunca, porém, estamos desprotegidos e entregues as forças inferiores, quando nossa determinação e força de vontade sobrepujar aos chamamentos da carne. Os nossos benfeitores espirituais estão sempre prontos a nos proteger de todos os ataques, nos dando força para enfrentá-los e supera-los, quando determinados, continuarmos a proceder de forma correta e digna.

O bem é sempre mais forte e mais contundente que o mal, age no silêncio, na calma, sem estardalhaço, metodicamente, sempre afastando ou modificando aqueles que se aproximam tentando subverter a quem a fé e o amor cristão já se solidificaram em seu íntimo. Quando nos encontramos dispostos a modificar nosso padrão vibratório, quando resolvemos assumir o compromisso com o bem, com Jesus, com a Doutrina Espírita, vivenciando em todos os sentidos os ensinamentos evangélicos, de amor, humildade, tolerância e fraternidade, já conquistamos as ferramentas capazes de garantir nossa defesa contra as investidas do mal e a influência do nosso próprio passado culposo, obrigando-nos, entretanto, sempre, para isso, a uma severa e constante vigilância.

A oração e a sintonia com o Alto são fundamentais para que possamos realizar nossos objetivos dentro dos conceitos doutrinários, porém, a fé, o contato, a comunicação são apenas pontos de apoio para o que precisamos realizar, ou seja, não basta rezar, pedir, temos acima de tudo que agir, que trabalhar, nos transformar em todos os sentidos para o bem, sempre dependendo, apesar de todo apoio, de todo auxílio, exclusivamente de nós, a vitória ou a derrota sobre nossos propósitos, sejam eles o resgate de antigos débitos, o pagamento de pretéritas dívidas ou missões e realizações que já nos julgamos aptos a realizar. Nosso livre-arbítrio, nosso esforço, nossa conduta, são fatores preponderantes para o êxito de nossa existência, nossos amigos podem mostrar o caminho, mas, cabe a nós percorre-lo, da mesma forma que podemos ajudar a todos nossos companheiros de jornada, mas, também a eles caberá a ação, o trabalho, o êxito em suas vidas.

Somos capazes de realizar os mais altos voos em busca da transformação espiritual, Jesus é o exemplo, o modelo, do que podemos almejar para nós, Ele, além de nosso Mestre, é, também, um irmão do caminho e seu principal anseio ao vir até nós, foi exatamente este, nos apresentar o Reino de Deus e nos cientificar que só caberá a nós alcança-lo como Ele o fez, precisando para isso, do nosso esforço, nossa determinação, nossa fé e nosso Amor.

Devemos ser cristãos em todos os momentos de nossa existência, na hora de orar, de agradecer, de louvar, na hora de dar, de receber, na hora de falar, de ouvir, sempre, a cada segundo de nossa existência, em cada pensamento, em cada palavra, em cada gesto, no lar, no trabalho, no estudo, na realização espiritual, vindo também a exemplificar tudo aquilo que conseguirmos acrescentar ainda nesta existência a nossa personalidade, formando essa cadeia do bem, quando de meros auxiliados auferirmos o direito a também, de alguma forma, vir a auxiliar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário