quarta-feira, 30 de março de 2016

Nossa mente é nossa casa...




Ninguém está absolutamente sozinho e desamparado do bem em nenhuma circunstância da vida.



Mesmo aquele que afunda no mal, nos prazeres nefastos, nos vícios, praticando iniquidades diversas contra seus irmãos do caminho, os prejudicando, os arrastando ao sofrimento, e, consequentemente, arrastando a si mesmo ao mesmo sofrimento futuro, levado pelo sentimento que for, a ambição, a inveja, a vaidade, a cobiça, a luxúria, o ódio, o egoísmo, o orgulho, terá ao seu lado um coração que pulse por ele, que o ame, que trabalha em seu benefício, que não desista de fazê-lo despertar para o único caminho que traz a paz, a felicidade, o equilíbrio, o do bem.



Muitas vezes impedimos, por nosso proceder, por nossas próprias escolhas, pelos sentimentos que elegemos como prioritários em nossa vida, que nossos amigos e benfeitores espirituais se aproximem e nos amparem, nos orientem, dentro daquilo que realmente necessitamos para nossa evolução, para avançarmos em nossa senda de aprendizado e de construção da nossa personalidade, não só pelo que geramos e alimentamos em nosso íntimo, mas, principalmente, pelo que atraímos para nós devido ao nosso proceder equivocado, permitindo que entidades tão desequilibradas como nós, ou até mesmo com uma carga negativa ainda maior, ocupem o espaço a nossa volta, em uma simbiose de energias e desejos que faz com que fiquemos cegos e surdos aos chamados não só da nossa consciência, mas daqueles que nos amam e se preocupam com o desvio que estamos tomando em nossa jornada, ainda mais que são sabedores, até mesmo por experiência própria, que este caminho deverá ser novamente percorrido quando do surgimento da razão pelo erro cometido, e que geralmente em seu inverso, mais cansados e feridos, se tornará para nós, naturalmente, mais dolorido, mais sacrificial, exigindo uma dose maior de esforço, de concentração, de disciplina, para não mais cairmos, não mais nos afastarmos de nosso destino.



Somos durante nossa existência no plano físico rodeados por testemunhas que nos acompanham, com menor ou maior continuidade, pelos mais diversos motivos, se imiscuindo e tentando participar de nossas ações e de nossos sentimentos, seja para nos auxiliar ou nos prejudicar, com boas intenções, ou levados apenas pelos seus próprios interesses, como ocorre também entre nós, os encarnados, quando buscamos a companhia das pessoas que nos identificamos, ou que algo podem nos oferecer, conosco compartilhar, variando a forma e a intenção, de acordo com a personalidade, com o caráter, com aquilo que traz dentro de si cada um de nós.



Somos como uma casa, nosso ser é uma fortaleza, e da mesma forma que não conseguimos entrar na casa de ninguém sem ser convidado, ninguém conseguirá transpor o batente da nossa se não o permitirmos, se não o chamarmos para dentro, isso é claro, desde que mantenhamos a porta bem fechada e trancada.



Cada um de nós tem uma personalidade, tem aquilo que elege como prioridade e necessidade para si, e determina quais os valores morais e éticos que irão nortear suas escolhas e suas decisões, como procederá frente aos seus irmãos do caminho e a sociedade onde vive, sendo o responsável por seus atos, e por tudo aquilo que gerar a sua volta.



Desta forma, se o que determinamos para nós está vinculado ao mal, ao erro, a negatividade de sentimentos e intenções, muito provavelmente não respeitaremos a privacidade e a liberdade dos que conosco caminham, tentando de todas as formas invadir à casa alheia, toma-la de assalto, domina-la, mesmo sem ser convidados, e muito provavelmente o conseguiremos, desde que o alvo de nossa agressão seja descuidado, não se protegendo contra nosso assedio, até mesmo muitas vezes dele compactuando, deixando que invadamos e tomemos conta do que lhe pertence, sem resistência, ou sem força para conter nossa violência.



Assim também, em contrapartida, poderemos, se fracos e invigilantes, se associados ou acumpliciados com elementos destrutivos e viciosos, ter nossa casa invadida e dominada por agentes interessados em mantê-la sobre seu domínio, explorando-a e violentando-a, tirando nossa paz, nosso equilíbrio, nossa liberdade, nos intimando e nos dominando, para que venhamos a servi-lo e entretê-lo de acordo com o que tem em mente para desfrutar de forma equivocada sua existência, nos arrastando para seus desatinos e delírios.



Nossa mente é nossa casa, cabe, assim, a nós, zelar pela sua segurança, permitindo que nela adentre apenas aqueles que algo tenham a acrescentar de produtivo, de positivo, convidando-os a permanecer o tempo que desejarem, porque sabemos que nada nos irão impor, nada exigirão, além de boa vontade, de bondade, de respeito, de amizade sincera, de caridade, de humildade, nos tornando uma fortaleza inexpugnável para o mal, para os visitantes indesejáveis, que mesmo que passem a nos ver como a um inimigo, um adversário a ser vencido, não terão forças e nem conhecimento para nos dominar, nos invadir.



Nada como possuirmos uma fortaleza de portas abertas, aquela que não mais teme ser dominada, que faz com que os que com ela não compactuem se afastem por si mesmos, porque sabem que ali nada encontrarão que os satisfaça, mas deixando-os com a perspectiva de um dia ali voltar, quando cansados de suas peripécias no mal venham a procurar por si mesmos um lugar de descanso, de lenitivo para seus sofrimentos, de paz e harmonia para o conflito íntimo que geraram para si, vindo a servir de pouso seguro para que aqueles que buscam uma mudança, uma renovação, um novo lar, uma nova forma de ver a vida, aquela que só encontrarão quando basearem suas escolhas e decisões no amor puro, nos ensinamentos e exemplos mais singelos e verdadeiros encontrados nos conceitos do Nosso Amado Mestre Jesus.



Que escolhamos nossos companheiros de jornada entre àqueles que têm o bem como prioridade, estejam eles ou nós no plano físico ou no plano espiritual, nesta extensa jornada que ainda temos a percorrer rumo a perfeição.     

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