segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Estamos ainda todos em uma longa jornada evolutiva...





O importante para crescermos e evoluirmos, para encontrarmos o equilíbrio, a paz espiritual, mesmo ainda com a necessidade de enfrentarmos dificuldades, tempestades circunstanciais, não é a preocupação em acumular riquezas, em alimentarmos unicamente nossa intelectualidade aumentando nossa cultura e conhecimento melhorando assim nossa capacidade de discernir, até mesmo, não o é ainda o fato de estudarmos e conhecermos os conceitos cristãos, os preceitos espíritas, o que realmente mais importa, o que, de fato, faz a diferença em nosso processo de transformação para o bem, é o uso que fazemos de tudo que acumularmos à nossa personalidade, a nossa individualidade, como agiremos e reagiremos no nosso dia a dia, em todas as situações que surgirem e as que criarmos, as nossas escolhas e decisões, no nosso lar, no nosso trabalho, em nosso lazer, nas mais rotineiras situações de nossa existência.



O que é relevante, desta forma, não são numericamente nossas conquistas, mas, essencialmente, o que delas fazemos, quais as nossas prioridades, quais as nossas necessidades, qual o direcionamento que damos para nossa potencialidade como individualidade, como parte integrante do todo.



Relembrando a parábola do bom samaritano, é mais cristão, mais conhecedor dos preceitos que regem a existência do homem de bem, mais eficaz em seu processo de renovação espiritual, aquele que age, que materializa tudo aquilo que aprendeu, que estudou, que leva adiante na prática todo o conceitual que representa o sentimento puro do amor ao próximo, independente de sua religião, de sua classe social, de sua cultura, de sua saúde física, de sua idade, sendo sempre, essencialmente, o que nos faz avançar, não aquilo que meramente detemos, mas aquilo que oferecemos, que distribuímos, que doamos para que a coletividade onde estamos inseridos venha a crescer e melhorar.



Do que adianta acumular riquezas se delas não usufruímos, se apenas as guardamos no sentido de valorizar nossa vaidade, nosso orgulho, nossa pretensa superioridade, deixando de realizar o bem, deixando de retribuir tudo àquilo que recebemos da vida, guardando para nosso uso exclusivo os frutos que colhermos com a nossa semeadura, não espalhando assim, as sementes de tudo aquilo que viermos a conquistar, pelo mérito do trabalho, do estudo, do esforço próprio.



Tanto se esforça para conquistar aquilo que deseja o homem de bem como o criminoso, sendo importante para seu equilíbrio e evolução o que vierem a fazer com aquilo que conquistaram, podendo ambos, ao final, vir a vencer ou a fracassar, demonstrando assim a relevância com que devem ser tratados todos os instantes de nossa existência, todos nossos atos, todas nossas reações.



A vida é dinâmica, e a cada situação, a cada escolha, ela nos dá a possibilidade de renovação, de mudança, de transformação, de acordo com nosso livre arbítrio, com os sentimentos que regem nossa personalidade, fazendo com que inúmeras oportunidades venham a ser constantemente geradas, não só por nós, mas também por aqueles que fazem parte de nossa existência física ou espiritual, tal a simbiose e a interatividade existente entre os seres, fazendo com que a exigência de atenção e vigilância sobre nossos sentimentos e pensamentos seja sempre constante, para que não venhamos a nos desviar de nossos objetivos maiores, levados por nossa própria inconstância e inferioridade, ou por nos entregarmos indevidamente a influências e ações daqueles que visem nos prejudicar ou nos aliciar para seus desatinos, seus erros.



No atual estágio evolutivo que a nossa humanidade terrestre se encontra, o erro e o acerto, o bem e o mal, ainda se misturam, ainda nos fazem ficar propensos a cometer inúmeros atos falhos, por mais bem intencionados estejamos, o que nos leva a compreensão da necessidade de aceitação e respeito quanto às imperfeições alheias, assim como com as nossas, sabedores que ninguém é absolutamente mal ou inteiramente bom, estando todos, sem exceção, sujeito a derrotas e vitórias íntimas, ainda mais de acordo com as inúmeras circunstâncias que a vida oferece, e que podem nos levar a enfrentar surpresas que venham a nos por em prova, ou nos mostrar o quanto ainda estamos distantes de pensarmos e agirmos de forma única e coerente, sujeitos ao domínio da imperfeição que comanda nossos mais íntimos sentimentos.



O mais cruel criminoso pode, em determinada situação, expor sua própria vida para salvar um ser inocente, enquanto que o exemplar homem de bem, em um momento de dor ou desequilíbrio, pode vir a tirar a existência de um irmão do caminho.




Estamos ainda todos em uma longa jornada evolutiva, cabendo a cada um escolher suas prioridades, e quando estas forem no bem, que sejam alimentadas com muito estudo, com muito trabalho, com muita determinação, com muito esforço pessoal, na certeza que a recomendação do Mestre para orar e vigiar não foi em vão, assim como também da extremada necessidade de que, para a real felicidade, se faz necessário que cada um de nós carregue sua própria cruz, e que esta seja a que nos levará ao caminho do Amor, à Deus e ao próximo.

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