O
importante para crescermos e evoluirmos, para encontrarmos o equilíbrio, a paz
espiritual, mesmo ainda com a necessidade de enfrentarmos dificuldades, tempestades
circunstanciais, não é a preocupação em acumular riquezas, em alimentarmos
unicamente nossa intelectualidade aumentando nossa cultura e conhecimento melhorando
assim nossa capacidade de discernir, até mesmo, não o é ainda o fato de
estudarmos e conhecermos os conceitos cristãos, os preceitos espíritas, o que realmente
mais importa, o que, de fato, faz a diferença em nosso processo de transformação
para o bem, é o uso que fazemos de tudo que acumularmos à nossa personalidade,
a nossa individualidade, como agiremos e reagiremos no nosso dia a dia, em
todas as situações que surgirem e as que criarmos, as nossas escolhas e decisões,
no nosso lar, no nosso trabalho, em nosso lazer, nas mais rotineiras situações
de nossa existência.
O
que é relevante, desta forma, não são numericamente nossas conquistas, mas, essencialmente,
o que delas fazemos, quais as nossas prioridades, quais as nossas necessidades,
qual o direcionamento que damos para nossa potencialidade como individualidade,
como parte integrante do todo.
Relembrando
a parábola do bom samaritano, é mais cristão, mais conhecedor dos preceitos que
regem a existência do homem de bem, mais eficaz em seu processo de renovação espiritual,
aquele que age, que materializa tudo aquilo que aprendeu, que estudou, que leva
adiante na prática todo o conceitual que representa o sentimento puro do amor
ao próximo, independente de sua religião, de sua classe social, de sua cultura,
de sua saúde física, de sua idade, sendo sempre, essencialmente, o que nos faz
avançar, não aquilo que meramente detemos, mas aquilo que oferecemos, que distribuímos,
que doamos para que a coletividade onde estamos inseridos venha a crescer e
melhorar.
Do
que adianta acumular riquezas se delas não usufruímos, se apenas as guardamos
no sentido de valorizar nossa vaidade, nosso orgulho, nossa pretensa superioridade,
deixando de realizar o bem, deixando de retribuir tudo àquilo que recebemos da
vida, guardando para nosso uso exclusivo os frutos que colhermos com a nossa
semeadura, não espalhando assim, as sementes de tudo aquilo que viermos a conquistar,
pelo mérito do trabalho, do estudo, do esforço próprio.
Tanto
se esforça para conquistar aquilo que deseja o homem de bem como o criminoso, sendo
importante para seu equilíbrio e evolução o que vierem a fazer com aquilo que
conquistaram, podendo ambos, ao final, vir a vencer ou a fracassar, demonstrando
assim a relevância com que devem ser tratados todos os instantes de nossa existência,
todos nossos atos, todas nossas reações.
A
vida é dinâmica, e a cada situação, a cada escolha, ela nos dá a possibilidade
de renovação, de mudança, de transformação, de acordo com nosso livre arbítrio,
com os sentimentos que regem nossa personalidade, fazendo com que inúmeras
oportunidades venham a ser constantemente geradas, não só por nós, mas também
por aqueles que fazem parte de nossa existência física ou espiritual, tal a
simbiose e a interatividade existente entre os seres, fazendo com que a exigência
de atenção e vigilância sobre nossos sentimentos e pensamentos seja sempre
constante, para que não venhamos a nos desviar de nossos objetivos maiores,
levados por nossa própria inconstância e inferioridade, ou por nos entregarmos
indevidamente a influências e ações daqueles que visem nos prejudicar ou nos
aliciar para seus desatinos, seus erros.
No
atual estágio evolutivo que a nossa humanidade terrestre se encontra, o erro e
o acerto, o bem e o mal, ainda se misturam, ainda nos fazem ficar propensos a
cometer inúmeros atos falhos, por mais bem intencionados estejamos, o que nos
leva a compreensão da necessidade de aceitação e respeito quanto às imperfeições
alheias, assim como com as nossas, sabedores que ninguém é absolutamente mal ou
inteiramente bom, estando todos, sem exceção, sujeito a derrotas e vitórias íntimas,
ainda mais de acordo com as inúmeras circunstâncias que a vida oferece, e que
podem nos levar a enfrentar surpresas que venham a nos por em prova, ou nos
mostrar o quanto ainda estamos distantes de pensarmos e agirmos de forma única
e coerente, sujeitos ao domínio da imperfeição que comanda nossos mais íntimos sentimentos.
O
mais cruel criminoso pode, em determinada situação, expor sua própria vida para
salvar um ser inocente, enquanto que o exemplar homem de bem, em um momento de
dor ou desequilíbrio, pode vir a tirar a existência de um irmão do caminho.
Estamos
ainda todos em uma longa jornada evolutiva, cabendo a cada um escolher suas prioridades,
e quando estas forem no bem, que sejam alimentadas com muito estudo, com muito trabalho,
com muita determinação, com muito esforço pessoal, na certeza que a recomendação
do Mestre para orar e vigiar não foi em vão, assim como também da extremada
necessidade de que, para a real felicidade, se faz necessário que cada um de nós
carregue sua própria cruz, e que esta seja a que nos levará ao caminho do Amor,
à Deus e ao próximo.
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