Diversos
são aqueles que ainda alimentam sua religiosidade, sua espiritualização, como a
uma obrigação, como se fosse um bem de consumo, uma mercadoria de troca, quando
esperam, imediatamente, algo receber, em contrapartida de algumas horas
semanais de suas fugazes existências, do mínimo tempo que dedicam de seu cotidiano,
seja frequentando uma instituição religiosa ou na forma que escolheram para encontrar
o caminho que os levará a cumprir seu compromisso com Deus, com o poder superior
a que se submete, acomodando assim a sua consciência a frágil concepção de
dever cumprido.
Assim
agem aqueles que de alguma forma já contribuem diretamente com a corrente
religiosa que escolheram seguir, seja participando presencialmente dos cultos,
ou, contribuindo de forma direta ou indireta com as naturais ações beneficentes
promovidas pelas entidades, auxiliando ao próximo e aos mais necessitados.
Os
que procuram comercializar sua religiosidade, são os que do pouco que dão do
seu tempo, de sua energia, de sua capacidade realizadora, muito em troca exigem,
buscando elogios, reconhecimento, gratidão, a reciprocidade imediata, não só daqueles
que venha beneficiar, como também dos seus companheiros, dos dirigentes, e até
mesmo, do imediato reconhecimento Divino, julgando-se detentores de proteção,
de privilégios, seja para receber aquilo que aspira, ou na isenção da dor, do
sofrimento, da perda, do fracasso, tudo isso simplesmente porque deram algo de
si em benefício de alguém, sem perceber ou compreender que, de tudo aquilo que
fizerem em prol da coletividade, serão eles mesmos os maiores beneficiados, por
se verem mais fortes e mais capacitados, a cada dia, não a receber recompensas,
mas a ter novas e mais desafiadoras possibilidades de estudo e de trabalho para
seu enriquecimento individual.
A
reforma íntima, a transformação espiritual para o bem, passa sempre pelo esforço
contínuo, pela disciplina, pelo aprendizado, em cada situação que enfrentarmos
em nossa existência, e não apenas nas poucas horas que dedicarmos de nosso dia
a dia para cumprirmos compromissos e obrigações com instituições religiosas, seja
qual for a forma que escolhermos para nos correspondermos com Deus, com a
espiritualidade superior, no cultivo de nossa religiosidade.
A
exteriorização das nossas ações em igrejas, em mesquitas, em templos, em
centros, já nos acompanha há séculos, em inúmeras existências, desta forma, o
nosso maior desafio, não está em participar, de forma efetiva, em cultos ou
rituais, de meramente procurarmos desenvolver nossa espiritualidade incluindo-a
definitivamente como um dos itens de nossa agenda social, mas sim, em buscarmos
nossa elevação como individualidade.
O
nosso foco deve estar em nossa renovação íntima, no enriquecimento de nossos conhecimentos,
de nossa intelectualidade, de nossa cultura, e, essencialmente, na iluminação
de nosso espírito, aprendendo a acessar os nobres sentimentos que trazemos em
nosso ser desde nossa criação, todos eles derivados do Puro Amor, aquele ensinado
e exemplificado pelo Cristo, que nos faz tornar naturalmente caridosos,
tolerantes, compreensivos, humildes, fraternos, que no leva a perdoar indistintamente
a todos aqueles que de alguma forma venham a nos prejudicar, ainda mais porque
teremos plena consciência que cada um estará enfrentando, como nós, o seu próprio
período evolutivo, o que nos torna ímpares na nossa capacidade realizadora e
participativa frete ao todo.
Quando
estivermos de forma ativa estudando e trabalhando para o nosso crescimento
espiritual em uma instituição religiosa, ou se estivermos ajudando, de alguma
maneira, aos nossos irmãos do caminho, precisamos compreender e levar em conta
que tudo que fizermos, por mais sacrificial que seja, será exatamente e
principalmente, para o nosso próprio benefício, para o nosso melhoramento,
assim sendo, em vez de esperar recompensas ou reconhecimento, precisamos sim,
agradecer a bendita oportunidade de servir, e de sermos nós os aptos a ajudar,
e não aqueles que estão precisando de ajuda, porque, qualquer ação que estivermos
levando à efeito, estaremos sendo secundados por amigos e benfeitores espirituais,
tendo eles o maior trabalho, cabendo a nós, geralmente, apenas a finalização, a
conclusão, para que o objetivo maior seja alcançado.
O
orgulho, a vaidade, o egoísmo, a prepotência, geralmente fazem com que venhamos
a supervalorizar o pouco que doamos e fazemos, e menosprezar o muito que
recebemos e que nos doam, julgando sempre que nosso esforço é grande, sem dar
atenção aos que se sacrificam muito mais, sem nada esperar em troca.
Servir
e seguir adiante, focarmos sempre no nosso objetivo principal, que é o nosso
crescimento, nossa elevação, na luta constante da transformação de nossos
sentimentos, na renovação da nossa postura, dos conceitos que conduzem nossa
existência, nas prioridades que definimos para a conquista de nossa felicidade,
sem abrir mão das possibilidades e oportunidades para as conquistas do plano físico,
onde atualmente cumprimos nosso estágio evolutivo, sempre norteados e firmes
nos valores do bem, nos princípios cristãos, onde a vitória individual dependerá
sempre da vitória da coletividade onde estivermos inseridos, na mais pura
concepção do caminho a seguir para nossa elevação, que é o de amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo com a nós mesmos.
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