quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O orgulho nos impede de enxergar...




Uma das maiores dificuldades que o homem enfrenta, dentro do estado evolutivo que se encontra atualmente em nosso planeta, para superar seus instintos inferiores, suas paixões degradantes, seus vícios, é um sentimento que, desvirtuado do seu objetivo divino, alimentado por outros sentimentos mesquinhos, como o egoísmo, a cobiça, a vaidade, a intolerância, o preconceito, o mantém afastado das possibilidades de despertar para seu objetivo imediato e mais relevante, que é a transformação espiritual para o bem, para os sentimentos superiores, a que todos nós somos destinados, caminho que deveremos encontrar mais cedo ou mais tarde, dependendo sempre do que priorizarmos para nós, de nossos desejos íntimos, de nosso esforço e de nossa vontade.



Este sentimento é o ORGULHO, que quando nos domina, quando comanda nossos pensamentos, nossas palavras, nossas atitudes, obscurece nossa razão, e faz com que nos prendamos a equivocadas realidades, não enxergando a Verdade, fazendo com que acreditemos que somos infalíveis, superiores, melhores que tudo e que todos, mais poderosos ou importantes que os nossos irmãos do caminho, o que acaba por nos cegar, por nos impedir de ver os reais valores positivos da vida, nos tornando frios, insensíveis, cruéis em muitas situações, implacáveis, não assimilando o verdadeiro sentido existencial que nos levaria a avançar, a evoluir, sentido contido na nobreza do perdão, na humildade, na simplicidade do proceder, na caridade, e, principalmente, no amor.



Uma das principais necessidades que deve se fazer presente no homem de bem, é a capacidade de compreender e aceitar as diferenças que caracterizam a cada personalidade humana, principalmente, porque cada um de nós enfrenta e vive atualmente um diferente estágio evolutivo, onde experiências diversas pretéritas, desta ou de outras existências, nos distinguem, fazendo com que os avanços conquistados sejam diferenciados, nos tornando detentores de erros e acertos diversificados, e assim nos igualando de certa forma frente as nossas possibilidades realizadoras.



O orgulho mal compreendido e valorizado, desta forma, faz com que não enxerguemos e respeitemos a essas diferenças, fazendo com que invejemos aos que julgamos superiores ou melhores aquinhoados, e que desprezemos aqueles a quem julgamos inferiores e desprovidos de razão, o que nos faz viver em um mundo de ilusão, acreditando que o mundo gira ao nosso redor, que as pessoas existem para satisfazer os nossos caprichos ou cuidarem e ajudarem nos nossos sofrimentos e dificuldades, supervalorizando tudo que se refere exclusivamente a nossa personalidade, não conseguindo entender que aqueles com quem convivemos ou que fazem parte do nosso dia a dia, também tem suas necessidades, suas prioridades, e que estas não são menores ou maiores que as nossas, mas devidamente propícias e proporcionais a sua capacidade atual de suportar e superar.



O orgulho impede que venhamos a reconhecer nossas limitações, nossos erros, nossos desvios de personalidade, impedindo que tenhamos a mente aberta e a humildade suficiente para aceitar nossa necessidade de aprendizado, de renovação, de enriquecimento do nosso conhecimento, e, principalmente, de transformação de sentimentos, aceitando que não somos melhores ou piores que ninguém, mas que distante estamos ainda de tudo saber e de tudo merecer, para que assim assimilemos a necessidade íntima que ainda temos, de lutar pelo nosso aperfeiçoamento, nos dedicando e nos esforçando para crescer a cada dia, tendo a coragem de enfrentar os reveses de frente e aproveitando as conquistas como estímulo para novos e mais relevantes desafios.



O orgulho nos impede de enxergar as qualidades de nossos irmãos de jornada, fazendo com que foquemos nossa atenção apenas em seus defeitos, menosprezando seu valor, tentando de todas as formas depreciar suas conquistas, esperando assim, de certa forma, contemporizarmos com nossas próprias limitações, com nossa própria incapacidade de nos igualar ao alvo do nosso ciúme, do nosso equivocado desprezo.



A humildade, em contrapartida, nos faz ter a consciência do quanto ainda precisamos aprender, do quanto ainda nos falta conquistar, fazendo com que tomemos os nossos irmãos como exemplos positivos ou negativos, nos trazendo a percepção do que devemos fazer ou não fazer para que venhamos a alcançar nossos objetivos, aproveitando sadiamente a experiência e o exemplo do próximo, para que venhamos a desenvolver nossa própria história, conscientes que somos e seremos sempre meros aprendizes da vida, e que cada conquista serve, essencialmente, para que nos sintamos fortes e seguros para empreendermos a jornada em busca de novos e maiores desafios.




O orgulho sadio é aquele que nos traz a alegria do dever cumprido, do sonho alcançado, da satisfação de termos avançado um passo a mais em nossos objetivos de forma honesta, de acordo com os princípios do bem, dos exemplos e sentimentos cristãos de amor, de paz, de solidariedade, nos incentivando a prosseguir, a levar a nossa experiência para que outros também possam vencer, estando sempre atento nas lições que poderemos auferir com todos os nossos irmãos de jornada, independente de sua classe social, de seu atual grau de intelectualidade, sabedores que estamos todos juntos, unidos por ideal maior, onde cada um é uma importante peça do mecanismo divino, e como tal, merece todo nosso respeito, todo nosso amor. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário