Não
cabe a ninguém julgar, em nenhuma condição ou situação, o proceder do próximo,
como tão bem exemplificou Nosso Mestre Jesus, e desta forma, assim também deverá
ser quanto a sua religiosidade, onde cada um é livre para encontrar o seu caminho,
escolhendo para si uma das diversas correntes espirituais existentes, ainda
mais que todas, em sua essência, na sinceridade de seus princípios, visam a paz
e o melhoramento íntimo do ser humano.
O
Espiritismo, como ciência, como doutrina filosófica, como religião, não aceita
e não se baseia em dogmas, quando estes se subentendem por artigos de fé, por imposição
de conceitos, quando visam a obrigatoriedade da crença, isentando seus seguidores
da necessidade de estudar, de questionar, de aceitar pelo entendimento real e
explícito.
A
Doutrina Espírita é baseada na razão, na lógica, no direito de raciocinar e
entender, de questionar e buscar respostas, da não aceitação de nenhum conceito
sem o crivo do estudo, da comparação, da discussão benéfica e construtiva, da
concordância universal, após ter sido visto em todos seus aspectos, sob todos
os prismas.
Desta
forma, seus adeptos, aqueles que escolheram seguir e aceitar os princípios
determinados pelo Espiritismo, de acordo com sua Codificação levada a efeito
por Allan Kardec, responsável por coordenar e ordenar todos os ensinamentos
trazidos pelos Espíritos Superiores que foram responsáveis pela vinda do
Consolador Prometido por Jesus, como deve ser o seguidor e discípulo sincero de
qualquer outra frente filosófica ou religiosa, deve basear sua crença, sua posição,
através do estudo e do conhecimento amplo de todo conceitual doutrinário que
esta lhe apresenta, esforçando-se por assimilar seus preceitos, e assim, dentro
de sua capacidade de discernimento, de entendimento, estar plenamente preparado
e capacitado para materializar na prática, tudo aquilo que escolheu para sua
evolução íntima, na teoria.
Somos
livres para escolher nossas crenças, os princípios pelos quais nortearemos
nossa existência, estando eles baseados em uma frente religiosa ou não, porém,
desde que o façamos, que procuremos ser sinceros e plenamente identificados em
nosso proceder com que ela trás de positivo em seus preceitos, buscando desta
forma nos aperfeiçoarmos no caminho do bem, plenamente identificados com a
necessidade natural que todos temos de evoluir, de melhorar, de buscar o
equilíbrio e a paz íntima, nos transformando potencialmente para o bem, forma
única que nos levará a inúmeras outras possibilidades de trabalho e
aprendizado, dentro do que nos tem a oferecer a espiritualidade superior.
Muitos
ainda buscam no Espiritismo apenas o fenômeno, a possibilidade de intercâmbio
entre os planos, mais preocupados em resolver seus problemas imediatos no plano
físico, como enfermidades, problemas materiais, familiares, sem se atinarem
ainda quanto à compreensão maior da espiritualidade, presos ao imediatismo
mundano da existência carnal, como o fazem também, estes mesmos, quando buscam
outras frentes religiosas, como a Umbanda, o Candomblé, o Catolicismo, as
frentes evangélicas protestantes, etc.
Nesta
procura baseada unicamente em sua melhoria material imediata, vão muitas vezes
batendo de porta em porta na esperança de receberem aquilo que buscam precisar,
que desejam, sem se atinarem no principal, aquilo que, de fato, precisam para
encontrar a paz e o equilíbrio íntimo, e que talvez, se pudessem ter mais ampla
percepção, se analisassem melhor suas necessidades e prioridades, viessem a encontrar
dentro de qualquer uma das frentes religiosas a qual procurou, porque para
aquele que mais está preocupado em doar do que receber, qualquer lugar onde a essência
seja o bem, lá encontrará seu lugar.
Diferente
deve agir desta forma quem, de fato, quer para si uma mudança efetiva em sua existência,
quando neste processo de renovação conste o ingresso efetivo em uma corrente
religiosa, preocupando-se, primeiramente, em adquirir o conhecimento necessário,
buscando conhecer quais são os preceitos e conceitos da frente religiosa ou
filosófica que escolheu seguir, principalmente, para compreender aquilo na qual
ela se baseia e o que dela poderá esperar, e o melhor, o que ela espera de cada
um como contribuição para que seus objetivos maiores sejam atingidos.
Quem
busca o Espiritismo na condição de enfermo de corpo ou de alma, será socorrido
desde que vá a uma casa séria e que atue dentro dos princípios básicos da doutrina,
estando consciente que lá não encontrará milagres, e que na maioria das vezes
nem mesmo a cura que tanto anseia, mas sim, a possibilidade de compreensão
maior dos seus problemas, de suas adversidades, e a melhor forma de
enfrenta-los, aprendendo a não se preocupar apenas em extirpa-los, mas, principalmente,
em torna-los uma fonte de aprendizado e de fortalecimento de sua personalidade,
de sua individualidade eterna.
O
Espírita, dentro da concepção real da denominação, do título, não é aquele que
acredita na manifestação de espíritos, que lê um ou outro romance, que
frequenta semanalmente as palestras públicas, o Espírita é aquele que estuda,
que assume tarefas dentro do centro que frequenta, sejam elas quais forem, e é,
essencialmente, aquele, que procura colocar na prática, no seu dia a dia, nas
suas relações no lar, no trabalho, no lazer, tudo aquilo que aprendeu na teoria e nos conceitos
da Doutrina que abraçou, consciente que ela se baseia inteiramente no Cristianismo,
na pureza de sentimentos, na caridade, no perdão, na compreensão das diferenças,
nos mais puros valores éticos e morais, e, principalmente, no Amor.
Assim
todo aquele que escolheu o Espiritismo como fonte renovadora de sua
espiritualidade, deve basear sempre seus interesses maiores em sua transformação
íntima para o bem, em sua renovação como ser humano, no fortalecimento de sua resistência
íntima, na capacitação de solucionar e superar problemas e adversidades, aprendendo
a buscar o conhecimento daquilo que pode doar e não simplesmente do que almeja
receber, ciente que nem sempre o que precisa para seu adiantamento e evolução, coincide
com aquilo que deseja quando no imediatismo de sua existência.
Como
espíritas, o que sabemos ao certo é que só o seremos, se formos cristãos, se
basearmos nossa existência no bem, se seguirmos os ensinamentos e os exemplos
que o Mestre nos deixou, estudando e trabalhando dentro dos conceitos e da
responsabilidade que a Doutrina exige, tendo como objetivo maior sempre nossa
evolução, sermos melhores hoje do que ontem o fomos, e com a certeza que o melhor
ainda está por vir no amanhã.
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