segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Somos livres para escolher...




Não cabe a ninguém julgar, em nenhuma condição ou situação, o proceder do próximo, como tão bem exemplificou Nosso Mestre Jesus, e desta forma, assim também deverá ser quanto a sua religiosidade, onde cada um é livre para encontrar o seu caminho, escolhendo para si uma das diversas correntes espirituais existentes, ainda mais que todas, em sua essência, na sinceridade de seus princípios, visam a paz e o melhoramento íntimo do ser humano.




O Espiritismo, como ciência, como doutrina filosófica, como religião, não aceita e não se baseia em dogmas, quando estes se subentendem por artigos de fé, por imposição de conceitos, quando visam a obrigatoriedade da crença, isentando seus seguidores da necessidade de estudar, de questionar, de aceitar pelo entendimento real e explícito.



A Doutrina Espírita é baseada na razão, na lógica, no direito de raciocinar e entender, de questionar e buscar respostas, da não aceitação de nenhum conceito sem o crivo do estudo, da comparação, da discussão benéfica e construtiva, da concordância universal, após ter sido visto em todos seus aspectos, sob todos os prismas.



Desta forma, seus adeptos, aqueles que escolheram seguir e aceitar os princípios determinados pelo Espiritismo, de acordo com sua Codificação levada a efeito por Allan Kardec, responsável por coordenar e ordenar todos os ensinamentos trazidos pelos Espíritos Superiores que foram responsáveis pela vinda do Consolador Prometido por Jesus, como deve ser o seguidor e discípulo sincero de qualquer outra frente filosófica ou religiosa, deve basear sua crença, sua posição, através do estudo e do conhecimento amplo de todo conceitual doutrinário que esta lhe apresenta, esforçando-se por assimilar seus preceitos, e assim, dentro de sua capacidade de discernimento, de entendimento, estar plenamente preparado e capacitado para materializar na prática, tudo aquilo que escolheu para sua evolução íntima, na teoria.



Somos livres para escolher nossas crenças, os princípios pelos quais nortearemos nossa existência, estando eles baseados em uma frente religiosa ou não, porém, desde que o façamos, que procuremos ser sinceros e plenamente identificados em nosso proceder com que ela trás de positivo em seus preceitos, buscando desta forma nos aperfeiçoarmos no caminho do bem, plenamente identificados com a necessidade natural que todos temos de evoluir, de melhorar, de buscar o equilíbrio e a paz íntima, nos transformando potencialmente para o bem, forma única que nos levará a inúmeras outras possibilidades de trabalho e aprendizado, dentro do que nos tem a oferecer a espiritualidade superior.



Muitos ainda buscam no Espiritismo apenas o fenômeno, a possibilidade de intercâmbio entre os planos, mais preocupados em resolver seus problemas imediatos no plano físico, como enfermidades, problemas materiais, familiares, sem se atinarem ainda quanto à compreensão maior da espiritualidade, presos ao imediatismo mundano da existência carnal, como o fazem também, estes mesmos, quando buscam outras frentes religiosas, como a Umbanda, o Candomblé, o Catolicismo, as frentes evangélicas protestantes, etc.



Nesta procura baseada unicamente em sua melhoria material imediata, vão muitas vezes batendo de porta em porta na esperança de receberem aquilo que buscam precisar, que desejam, sem se atinarem no principal, aquilo que, de fato, precisam para encontrar a paz e o equilíbrio íntimo, e que talvez, se pudessem ter mais ampla percepção, se analisassem melhor suas necessidades e prioridades, viessem a encontrar dentro de qualquer uma das frentes religiosas a qual procurou, porque para aquele que mais está preocupado em doar do que receber, qualquer lugar onde a essência seja o bem, lá encontrará seu lugar.



Diferente deve agir desta forma quem, de fato, quer para si uma mudança efetiva em sua existência, quando neste processo de renovação conste o ingresso efetivo em uma corrente religiosa, preocupando-se, primeiramente, em adquirir o conhecimento necessário, buscando conhecer quais são os preceitos e conceitos da frente religiosa ou filosófica que escolheu seguir, principalmente, para compreender aquilo na qual ela se baseia e o que dela poderá esperar, e o melhor, o que ela espera de cada um como contribuição para que seus objetivos maiores sejam atingidos.



Quem busca o Espiritismo na condição de enfermo de corpo ou de alma, será socorrido desde que vá a uma casa séria e que atue dentro dos princípios básicos da doutrina, estando consciente que lá não encontrará milagres, e que na maioria das vezes nem mesmo a cura que tanto anseia, mas sim, a possibilidade de compreensão maior dos seus problemas, de suas adversidades, e a melhor forma de enfrenta-los, aprendendo a não se preocupar apenas em extirpa-los, mas, principalmente, em torna-los uma fonte de aprendizado e de fortalecimento de sua personalidade, de sua individualidade eterna.



O Espírita, dentro da concepção real da denominação, do título, não é aquele que acredita na manifestação de espíritos, que lê um ou outro romance, que frequenta semanalmente as palestras públicas, o Espírita é aquele que estuda, que assume tarefas dentro do centro que frequenta, sejam elas quais forem, e é, essencialmente, aquele, que procura colocar na prática, no seu dia a dia, nas suas relações no lar, no trabalho, no lazer,  tudo aquilo que aprendeu na teoria e nos conceitos da Doutrina que abraçou, consciente que ela se baseia inteiramente no Cristianismo, na pureza de sentimentos, na caridade, no perdão, na compreensão das diferenças, nos mais puros valores éticos e morais, e, principalmente, no Amor.



Assim todo aquele que escolheu o Espiritismo como fonte renovadora de sua espiritualidade, deve basear sempre seus interesses maiores em sua transformação íntima para o bem, em sua renovação como ser humano, no fortalecimento de sua resistência íntima, na capacitação de solucionar e superar problemas e adversidades, aprendendo a buscar o conhecimento daquilo que pode doar e não simplesmente do que almeja receber, ciente que nem sempre o que precisa para seu adiantamento e evolução, coincide com aquilo que deseja quando no imediatismo de sua existência.



Como espíritas, o que sabemos ao certo é que só o seremos, se formos cristãos, se basearmos nossa existência no bem, se seguirmos os ensinamentos e os exemplos que o Mestre nos deixou, estudando e trabalhando dentro dos conceitos e da responsabilidade que a Doutrina exige, tendo como objetivo maior sempre nossa evolução, sermos melhores hoje do que ontem o fomos, e com a certeza que o melhor ainda está por vir no amanhã.     


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