quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Para pensarmos juntos...

Perdemos tanto tempo preocupados em julgar, analisar, aconselhar, monitorar as atitudes e procedimentos do próximo, que desperdiçamos várias oportunidades de realizar, de conquistar, de agir, de servir. É importante que possamos, na medida do possível, ajudar ao nosso irmão do caminho a entender e corrigir os seus defeitos e desequilíbrios e consequentemente, procurar novos e sadios objetivos em sua vida, desde que, não ultrapassemos o limite do bom-senso, do respeito que todos merecem, principalmente, quando se trata do direito que ele, como nós, tem, de exercer seu livre-arbítrio, já que se Deus, nos outorgou esta capacidade de agir de acordo com nosso discernimento, com nossa vontade, não caberá a nós, principiantes no caminho do bem, querer interferir além do que nos permite o conceito de caridade cristã, nas decisões ou atitudes do próximo.

Não temos direito algum, independente se sermos espíritas, de conhecermos os conceitos e preceitos doutrinários, evangélicos, de participarmos da equipe de servidores de um centro, auxiliando nas tarefas assistenciais ou espirituais, de nos elegermos juízes ou censores da vida alheia, mesmo que notoriamente, aquele a quem auxiliamos, esteja agindo errado ou esteja desviando-se do caminho do bem, principalmente, porque, em nosso atual estágio, já é muito difícil de cuidarmos de nossos próprios defeitos, de nossos próprios sentimentos negativos, quanto mais nos arvorarmos de defensores da Verdade, em relação a vida do nosso irmão de jornada.

O próprio Mestre já nos alerta que “enxergamos uma palha no olho do nosso próximo, mas, ignoramos uma trave em nosso olho”.

Preocupante se torna para o trabalhador espírita, quando este, se deixa levar pelo orgulho, pela vaidade, passando a achar, que, por estudar e trabalhar ativamente na Seara e consequentemente ter o conhecimento dos conceitos doutrinários, já pode se julgar superior, infalível, perfeito, o que dificulta que venha a entender, o quanto ainda distante esta da capacidade real de trabalho e aprendizado, aos quais todos nós podemos chegar, quando, sinceramente, engajados nos trabalhos cristãos.

Se seguíssemos todos os conselhos, todas as lições, todas as fórmulas, que fornecemos aos outros, seríamos praticamente perfeitos, prontos a assumir os mais altos cargos na escala evolutiva espiritual.  Longe ainda estamos de aplicar na prática, aquilo que tão ardorosamente defendemos na teoria, principalmente, no que se refere ao nosso estado íntimo, aos nossos pensamentos, aos nossos desejos secretos, ao que deixamos de externar, por preferirmos manter uma imagem de bondade, de equilíbrio, de tolerância, quando por vezes, somos um vulcão prestes a entrar em erupção, tal os sentimentos contraditórios que alimentamos, mas, não temos a coragem de assumir perante aos outros.

Há situações em que a nossa preocupação de corrigir o próximo se torna tão grande, nos deixa tão ansiosos, que, simplesmente, esquecemos de vigiar nossos próprios passos, acabando por agir sem a caridade que deve nortear todo trabalhador espírita, magoando, envergonhando, humilhando, aquele irmão do caminho que se deixou arrastar por seus sentimentos inferiores, suas paixões degradantes, como tantas vezes nós, em diversas outras oportunidades reencarnatórias, assim o fizemos.

Temos que agir sempre como cristãos, como espíritas, saber perdoar, relevar, não julgar, compreender, servir sem escolher o serviço, sem escolher o enfermo, ciente que todos temos necessidade de arrimo, de amor, de amizade, mesmo os aparentemente mais fortes, mais ricos, mais sadios, mais seguros.

Jesus quando nos orientou a amar ao próximo como a nós mesmos, não impôs condições, não selecionou grupos, não privilegiou raças, simplesmente pediu que nós o amássemos, assim como Ele sempre nos amou, incondicionalmente.


Temos que estar cientes que não somos melhores e nem piores que ninguém, somos, apenas, como todos os outros seres de nosso planeta, Filhos de Deus, parte integrante da grande família universal, sem nenhum direito a mais e sem nenhum dever a menos, nosso destino é único e cada um tem o direito de atingi-lo da forma que achar melhor, cientes que o tempo, a dor, a alegria, a tristeza, estarão sempre de acordo com o caminho que cada um escolher.

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