domingo, 20 de outubro de 2013

Para pensarmos juntos...

A intenção, em tudo que fazemos na vida, sempre se faz necessária, é louvável, mas, ela, unicamente, nada realiza, constrói, produz.

Vamos supor que temos intenção de viajar:
- escolhemos o local;
- escolhemos a data;
- compramos a passagem;
- fazemos as malas.

Depois de tudo isso, porém, se não sairmos de casa na data prevista, perderemos a passagem e teremos que desfazer as malas, para novamente, no futuro, planejarmos outra viagem, restando-nos, do que resolvêramos anteriormente, apenas o local, o objetivo, que permanecerá como uma meta, para um dia, vir a ser alcançada.

Podemos ter na nossa vida as mais nobres intenções, planejar as mais belas tarefas cristãs, estudarmos, nos capacitarmos, idealizarmos objetivos, porém, se não arregaçarmos as mangas e efetivamente trabalharmos, realizarmos, vivenciarmos, com esforço, com determinação, com empenho, em nada terá valido todo o tempo e a energia utilizados na preparação, no planejamento.

Ninguém mora na planta de um prédio, e sim na obra já acabada, ninguém viaja para algum lugar percorrendo com os dedos um mapa, faz-se obrigatório pegar a estrada.

Querer algo fazer, saber como fazer, saber o que se quer fazer, em nada adiantará se, realmente, nada for feito. Nós já desperdiçamos inúmeras oportunidades reencarnatórias ao longo dos séculos, e, provavelmente, ainda muitas iremos desperdiçar, por causa do “deixar para amanhã”, para depois, para um dia, para logo, para quando tivermos tempo, para quando tivermos paz, para quando tivermos oportunidade financeira, para quando nossos pais desencarnarem, para quando nossos filhos crescerem, para quando nos formarmos na faculdade, para quando comprarmos nosso apartamento, para quando casarmos.

Para sermos trabalhadores efetivos da Seara Espírita, da Seara Cristã, antes de tudo, temos que TRABALHAR.

A vontade de melhorar, a fé, a postura, o aprendizado, tudo é fundamental para conquistarmos nosso equilíbrio espiritual, mas, não basta estarmos equilibrados, se continuamos, na prática, estagnados, parados no mesmo lugar, temos que utilizar o que foi conquistado, a capacidade que adquirimos, para caminhar, para avançar.

A criança, quando está aprendendo a andar, antes, tenta se manter de pé, equilibrada, caindo inúmeras vezes até que consegue o que almeja. Porém, a primeira ação após conseguir ficar de pé, ainda indecisa, é tentar dar o primeiro passo, e, quantas vezes cair, serão as vezes que ela ficará de pé e tentará andar. De nada adiantaria tanto esforço inicial, para depois que conseguisse o equilíbrio, ficasse parada, não tentasse avançar, para mais aprender, para mais realizar, para mais novos desafios.

Assim temos que ser todos nós, sempre caminhando, sempre procurando dar outro passo, realizando, trabalhando, efetivamente colocando em prática tudo que aprendemos para nos transformarmos em pessoas de bem.

Aparentemente, muitos são os que decidem se dedicar as tarefas espírita-cristãs, principalmente, no que se refere ao desenvolvimento mediúnico, com, dissimuladas ou declaradas, pretensões de se tornarem importantes e poderosos médiuns, infalíveis instrumentos da espiritualidade superior, imaginando gloriosos tributos e louvores, trazendo a nós, simples mortais, novas e contundes revelações, mensagens de espíritos famosos, de elevados mentores, sendo aclamados e reverenciados como verdadeiros oráculos do Espiritismo Moderno.

Bolhas de sabão, de fulgurante leveza, belas e brilhantes, mas, que se desfazem ao mais leve toque, ao mais suave sopro, a mais simples contrariedade.

É a viciada atitude daquele que vê o sucesso de alguém e logo o deseja, como aqueles que superficialmente conheceram a jornada de Chico Xavier, sem ter a mínima noção do esforço, do sofrimento, da renúncia pessoal, dos problemas que precisou enfrentar, de tudo que teve que suportar e superar, para atingir um nível satisfatório de atuação e confiança por parte da espiritualidade superior, dos benfeitores, em relação as tarefas que pretendeu assumir e realizar, de acordo com os conceitos e preceitos cristãos.

Conhecimento, experiência, capacitação, não se conquista por osmose, conquista-se com estudo, com disciplina, com esforço, com trabalho, com discernimento, com renúncia do pessoal para o coletivo, com oração, com vigilância férrea sobre os próprios pensamentos, com as próprias palavras, com os próprios atos.

Ninguém que está no térreo atinge o último andar sem passar pelo primeiro e pelos demais. 

Ninguém chega ao céu sem passar pela Terra. É melhor ser um bom recepcionista de um hospital, do que um péssimo médico a tratar de doentes.

O único prazer, a única alegria que o trabalhador espírita tem que fazer questão de sentir é o de SERVIR. A única glória deve ser a íntima, a satisfação individual do dever cumprido.

Se para dirigir um automóvel é obrigatório, na lei humana, aprender, para conquistar uma carteira de habilitação, podemos ter vaga idéia do que precisamos para ter um mandato mediúnico, para proferirmos uma palestra perante pessoas que buscam auxílio e orientação, para trabalhar com espíritos obsessores que perseguem e prejudicam aqueles que consideram seus desafetos.

Assim devem ser encaradas e tratadas todas as tarefas doutrinárias, das mais complexas as mais simples, até mesmo a daquele que auxilia a organizar a fila do passe, que auxilia as pessoas a se acomodarem no recinto, precisam estar preparados, precisam ter o sentimento cristão, para se portar como um espírita de fato, como uma pessoa de bem, para não se deixar levar pela arrogância, pela prepotência, para não se julgar algo melhor dos que ali buscam arrimo, só porque faz parte dos trabalhadores da casa.


Ser espírita não é um passatempo, não é uma profissão, o centro não é um lugar onde buscamos destaque admiração, quem não conhece os parâmetros que o Nosso Mestre Amado Jesus deixou para aqueles que aspiram seguir seus passos, deve antes, aprende-los, estuda-los, agrega-los a sua personalidade, para depois, iniciar uma jornada efetiva junto as tarefas que o farão melhorar como indivíduo, mas, principalmente, crescer como irmão, como companheiro, com amigo de todos aqueles que estarão ao seu lado, na mesma trajetória, na mesma escola, que é a nossa amada Terra. 

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