sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um único rumo por vários caminhos...

Se o próprio Cristo, por ocasião de seu apostolado afirmou que “muitas coisas ainda não poderiam ser reveladas”, porque não seriam compreendidas, e por isso, nos enviaria o Consolador Prometido, não conseguimos compreender, como muitos que se dizem espíritas, ainda hoje, acham que podem destruir convicções, combater asperamente conceitos, criticar formas de vida, a título de serem defensores da Verdade, paladinos da Justiça, sem medir consequências, sem tentarem compreender que, dependendo daqueles para qual dirigem a palavra, em vez de algo construir de novo no coração do irmão do caminho, não só destruirá o que de certa forma já lhe serve de direcionador de conduta, como também, deixará um vazio, que pode vir a ser ocupado por forças inferiores e voltadas a vícios e paixões desequilibradas.

Ninguém pode impor o conhecimento a alguém, e todas as correntes religiosas que assim agiram ou até hoje agem, lutam com imensas dificuldades para manter sua credibilidade e seus seguidores.

O que predomina em nossa sociedade atual, seja qual for o grau cultural ou a classe social, não é a Verdade, única e incorruptível; e sim, diversas e variadas realidades, que são manipuladas e adequadas as necessidades e aos interesses claros ou obtusos, de cada religião, de cada povo, de cada cultura.

Estas realidades, se não são a Verdade Divina, não podem ser consideradas mentiras, mas sim, estágios diferentes de um mesmo ideal, e para quem as vive e nelas acredita, caso seus conceitos levam ao bem, a paz, se evitam ao mal, devem ser consideradas válidas e benéficas por indicarem que o caminho que está se seguindo não está errado e no futuro acabará, como os outros, convergindo para o mesmo objetivo maior.

São inúmeras estas realidades, que nada mais são, do que caminhos iniciais para levar aqueles que as vivem, a Verdade Divina, o que vem provar, que o fato de uma realidade estar relativamente certa, não faz com que as outras estejam erradas, ou não sejam relevantes.

Diz um ditado popular que “todos os caminhos levam a Roma”, e todos os caminhos, por mais que pareçam tortuosos ou confusos, levarão, em mais ou menos tempo, com mais ou menos esforço, com mais dor ou mais alegria, também a Verdade, tendo como diferenciais os obstáculos, os atalhos, os desvios, que levará aqueles que os percorrem, a sofrer menos ou mais para superá-los.

Impor uma opinião, um conceito, é faltar com a caridade, é violentar o direito de pensar, de escolher, de decidir de cada um, é querer impedir o que de mais sagrado Deus nos ofertou, o livre-arbítrio, e por mais que estejamos convictos do que é o certo e do que é o errado, de qual é a Verdade, não chegamos a este estágio sem esforço, sem um longo processo e um desgastante período de aprendizado, de experiências, de erros, de acertos, de dúvidas, de desvios, e isso, em um lapso de tempo inimaginável, a se perder nos pretéritos séculos de nossa criação.

Se hoje, temos plena convicção que o Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus, que seus conceitos sobre Deus, reencarnação, da lei da causa e efeito, dos resgates e missões, sobre de onde viemos e para onde iremos, da pluralidade de mundos, das vidas sucessivas, da escala evolutiva que nos cabe percorrer, são verdades insofismáveis e reais, até alguns anos atrás não era assim que pensávamos, e, talvez, até mesmo na nossa anterior existência, tenhamos sido detratores, perseguidores, inimigos, de suas verdades doutrinárias.

A Verdade chegará a cada um de nós, no momento certo, quando mais aptos e capacitados estivermos para compreendê-la, assimila-la e vivencia-la, e até lá, seja qual for nossa crença, nossa realidade, que as vivamos de forma a não fazer o mal a ninguém, a fazer sempre o bem, a sermos bons, honestos, humildes, dignos, esforçados, procurando realizar sempre o melhor para nós e para aqueles que cruzarem nossa jornada, e assim, continuarmos a agir sempre de acordo com a parábola do bom samaritano, quando Jesus nos ensinou que não importa em que acreditamos ou no título que ostentamos, mas, como pensamos, falamos e agimos, para que o mundo onde estagiamos, seja um lugar melhor para se viver, onde a paz, a amizade, o amor sejam os pilares de uma sociedade justa e voltada ao bem, a Deus. 




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