quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Para pensarmos juntos...

A lei da afinidade aproxima ou afasta os espíritos uns dos outros, porém, afinidade não representa apenas mesmos gostos, mesmos desejos, mesmas intenções, todo laço, todo ponto de união entre duas pessoas gera um elo, uma interdependência e uma pendência, boa ou ruim. O amor, o ódio, a amizade, o medo, são sentimentos que, mesmo entre espíritos explicitamente antagônicos, como a água e o fogo, estes acabam por se tornarem afins, ligados, unidos, vinculados, criando uma relação contínua, que dependendo do sentimento que os unem, será dolorosa ou gratificante, seja qual for o grau de familiaridade ou intimidade em que vivam.

Amigos, pais e filhos, marido e mulher, irmãos, sócios, cúmplices, inimigos, adversários, se há o vínculo, a de se ter consequências na relação. A origem desta união sendo anterior a existência atual, de acordo com o tempo e as experiências passadas entre ambos, é que formará o fator determinante, o grau de intensidade, e as dificuldades ou facilidades na adaptação que os dois irão suportar, podendo ser um sentimento positivo, de amor, de carinho, de respeito, de fraternidade que os unam, ou, estes sentimentos, mesmo que existindo, possam estar mesclados  com outros baseados na inferioridade humana, no negativismo das relações, como por exemplo, no caso em que em outra existência, mesmo que unidos pelo amor, viveram momentos conturbados, quando um dos dois se deixou levar pelas paixões inferiores e traiu seu companheiro, abandonando-o e o fazendo sofrer, tendo como consequência, na atual experiência, ao se sentirem atraídos um pelo outro, apesar do amor que os unem, extremas dificuldades de concretizarem o relacionamento, por causa da insegurança que o que foi traído sentirá, pela dúvida que o relacionamento o inspira, podendo ser levado a agir com ciúmes, ou se deixando arrastar pelo medo, pelo pressentimento do sofrimento pelo qual passou e não deseja novamente passar,

Sem dúvida, são situações difíceis, complicadas de se superar, mas, nada na vida que se relaciona com nossas necessidades cármicas são ou serão de fácil solução, principalmente, aquelas relacionadas aos nossos resgates, aos nossos débitos, as questões que nos levaram a falir em outras existências, sendo, portanto, natural, que ao recapitular situações com aqueles com que compartilhamos nossos erros, nos sintamos inseguros, temerosos, preocupados em voltar a falir, em recalcitrar, em não saber perdoar ou ser perdoado, principalmente, quando os laços anteriores que nos uniam foram forjados pelo ódio, pela incompreensão.

Quando do retorno ao plano físico daqueles que estavam vinculados em casos das obsessões, por serem inimigos declarados, algozes e vítimas, perseguidores e perseguidos, ofensores e ofendidos, energias negativas os unem, os atraem um para o outro, podendo, ambos, de comum acordo, terem se prontificado a reencarnar objetivando a reconciliação, ou esta volta pode ter sido patrocinada, sem a anuência ou conhecimento de um ou dos dois envolvidos, por não estarem ainda em condições de compreensão, quando seus benfeitores e amigos espirituais interessados que diluam este antagonismo, utilizam-se de medidas extremas para que, no esquecimento parcial da matéria, do plano físico, tenham uma oportunidade, aliados a circunstâncias que serão criadas para tal, para que se reconciliem ou que pelo menos, mudem o foco do sentimento inferior que alimentam, para atividades outras que acabem por fazer com que cada um procure um novo caminho, um novo rumo, esquecendo, temporariamente, o fel, o ódio, para que no futuro, com outros olhos, com outros sentimentos a guiarem seus passos, possam encarar a situação com mais equilíbrio e discernimento, facilitando assim a sempre possível reconciliação.

O êxito dependerá sempre da força de vontade dos envolvidos ou de pelo menos um deles, para que os vínculos negativos se desfaçam e se transformem, podendo um servir de exemplo para o outro, demonstrando toda sua determinação em mudar, em assumir seu papel na seara cristã, agindo e reagindo de forma humilde, paciente, tolerante, com amor, carinho, compreensão, sabendo suportar as dificuldades com dignidade, não agindo com ódio, com egoísmo, com orgulho, fazendo o outro ver o quanto mudou, incentivando-o para que também mude, para que desista dos ataques e das perseguições, perdoando-o e transformando o sentimento negativo em algo positivo, vindo a admirá-lo em sua nova postura ao ponto, de reverter também a sua, deixando de prejudica-lo e procurando auxilia-lo em suas tarefas, até mesmo desfazendo empecilhos que ele mesmo criara para a felicidade daquele que começou a enxergar como a um irmão em Cristo, um irmão do caminho do bem.

A solução para que o grau de afinidade, de atração, da energia que irradiamos ao nosso redor seja sempre compatível com as forças do bem, repelindo ou nos defendendo contra os ataques do mal, do negativismo, da inferioridade, está no Cristo, em seus exemplos, em seus ensinamentos, em suas máximas, que, se entendidas, compreendidas, assimiladas, vivenciadas, nos proporcionarão um bem-estar, um equilíbrio, que fará com que todos que se aproximem se sintam tocados, fugindo quando ainda não preparados para suportar a luminosidade do bem ou se aproximando, esperando que aquela luz passe também a iluminar seus passos.

- Amar a Deus sobre todas as coisas!
- Amar ao próximo como a si mesmo!
- Perdoar não sete, mas setenta vezes sete!
- Oferecer a outra face!
- Não julgar para não ser julgado!
- Amar a seus inimigos e se reconciliar com eles enquanto no caminho!


Impossível quando seguidos, de fato, estes conceitos que venhamos a falir, que não nos reconciliemos com nossos desafetos, que não atraiamos para nós as forças do bem, a companhia de nossos benfeitores espirituais, que não conquistemos a felicidade de termos ao nosso lado todos aqueles que também buscam na transformação espiritual viver e conviver com Jesus dentro do coração.

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